terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

RESENHA LITERÁRIA


A ESCRAVA ISAURA
(Bernardo Guimarães)

A 1ª edição de A Escrava Isaura foi publicada a primeira vez em 1875, pela Casa Garnier, Rio de Janeiro. A obra apresenta a tríade comum aos romances populares românticos: vilão, heroína e herói. E, graças à ausência de profundidade com que são construídos, os personagens do romance são planos, estáticos e superficiais.
Esse romance já foi considerado, com bastante exagero, uma espécie de A Cabana do Pai Tomás (1851) nacional. Porém, Bernardo Guimarães, ao contrário da romancista americana Harriet Beecher Stowe, detém-se muito pouco na descrição dos sofrimentos provocados pelo regime escravocrata.
Bernardo Guimarães faz questão de ressaltar exaustivamente a beleza branca e pura de Isaura, que não denunciava a sua condição de escrava porque não portava nenhum traço africano, era educada e nada havia nela que "denunciasse a abjeção do escravo".
O que parece uma escolha preconceituosa e contraditória - contar as agruras da escravidão criando uma escrava branca - talvez seja melhor compreendido se levar em conta que a maior parte do público que consumia romances na época era composto por mulheres da sociedade, que apreciavam as histórias de amor.
Somem-se a isso o modelo de beleza feminino de então, caracterizado pela pele nívea e maçãs rosadas do rosto e, principalmente, o objetivo do autor de conquistar a solidariedade do leitor pela escrava, mostrando a que ponto extremo poderia chegar o regime escravocrata.
O tratamento exageradamente romântico que o autor aplica neste livro faz com que ele tenha um caráter mais de lenda do que de realidade, ao contrário de seus outros romances, como O Ermitão de Muquém (1864), O Seminarista (1872) e O Garimpeiro (1872), em que a descrição regionalista do ambiente físico e social proporciona mais verossimilhança à trama.
Em A Escrava Isaura, o excesso de imaginação se traduz em "idealização descabida", como afirma Antonio Candido, que se concretiza no plano da linguagem em descrições repetitivas e mecânicas dos personagens, com abuso de adjetivos redundantes.

3 comentários:

  1. Na verdade, gostaria apenas de agradecê-lo por ter escrito esta resenha, pois estou concluindo uma mesma resenha acerca deste livro para uma professora da Universidade. E seu trabalho me auxiliou , pois estava em duvida quanto ao que realmente criticar e apontar dentro da obra. Muito obrigado mesmo.

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  2. essa resenha me auxiliou muito num trabalho de escola,em um projeto novo da escolo.foi a primeira ediçâõ desse projeto,mas segundo o cpoordenador havera outras,espero que voce tenha mais resenhas de outras obras para me ajudar novamente.valeu mesmo!!!

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  3. essa resenha me auxiliou muito num trabalho de escola,em um projeto novo da escolo.foi a primeira ediçâõ desse projeto,mas segundo o cpoordenador havera outras,espero que voce tenha mais resenhas de outras obras para me ajudar novamente.valeu mesmo!!!

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