segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

UM DEDO DE PROSA



OS RATOS DO SENADO

            Não bastasse o nojo que tenho de ratos, agora também tenho medo, pois, além de transmitirem diversos tipos de doenças ao ser humano e de desviarem - de maneira direta ou indireta – verbas públicas, eles ainda têm o poder de demitir esse ou aquele funcionário público que demonstrar qualquer tipo de aversão ou repugnância ao seu espécime.
            Recentemente, a foto de um desses roedores – morto nos corredores do Senado Federal – circulou pelas redes sociais com uma legenda que dizia: “E a gente que achou que o único problema aqui fosse o Renan Calheiros”. O episódio (ocorrido no dia 06/02, às vésperas do carnaval) levou à demissão duas jovens estagiárias do Serviço de Administração da Secretaria de Recursos Humanos do Senado, as quais foram responsabilizadas pela exposição do cadáver do bicho na rede mundial de computadores.
            Porém, uma coisa não me ficou bem esclarecida: teriam sido elas demitidas por estarem ridicularizando o pobre rato ao compará-lo a Renan Calheiros ou por compactuarem com o assassinato de um semelhante do presidente daquela casa?
MEUS VERSOS LÍRICOS



SE EU FOSSE UM BEIJA-FLOR
(Joésio Menezes)

Se eu fosse um pequeno beija-flor
Certamente eu seria mais feliz,
Pois faria o que eu sempre quis:
Beijar teu corpo, sentir teu calor.

Se ao menos eu fosse um aprendiz
De beija-flor os teus lábios eu beijaria
E neles, extasiado, eu provaria
O doce néctar da flor de lis.

E se ainda eu pudesse ser
Esse beija-flor, eu teria mais prazer,
mais carinho, mais vida, mais amor...

Minha tristeza certamente acabaria,
E voando mais alto estaria
Se eu fosse um pequeno beija-flor.


FLOR DO OLIMPO
(joésio Menezes)

Recebi de Olimpo um magnífico convite
Para uma festa à sua deusa mais formosa.
Não é Vênus, nem Minerva, nem Afrodite,
Porém uma deusa muito bela e graciosa.

Trata-se de uma pequena flor, acredite,
Encantadora, delicada e fabulosa.
E há quem diga que Eros admite
Ser essa flor uma deusa grandiosa.

Uma deusa grandiosa na formosura,
No encanto, na meiguice, na candura,
Na graça, na beleza e no amor...

O Olimpo está em festa permanente
Com a chegada dessa deusa onipotente,
Que viera na forma de uma cândida flor.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA



FOTO AMARELA
(Vanílson Reis)

Todo dia
De manhã
Sai um caminhão
Daquele lugar,
Vai cheio de boias-frias
De uma companhia
Distante da cidade.
Nos olhos daqueles homens
Que o caminhão leva
Eu posso olhar
A fome, a dureza da vida
A suprema miséria
Do seu próprio lar.


LINHA
(Elton Queiroz de Mendonça)

Minha fibra aflora
Nos novos versos que giram
levando o que era velho embora
Pra falar mais com Deus
sobre gente e o mundo.

Conduzo agora um segredo ou lembrança
De refazer coisas, bichos e nós
Dentro do tempo que a quilha nos lança
Dentro dos homens, mulheres e fins.

Conduz agora poesia, herança
Lira pra gente, pra os dias sem fim
E olha que eu nunca dê costas pra aurora
E saiba ser meio água, meio marfim.

CRÔNICA DA SEMANA



OS RATOS ESTÃO SOLTOS!...
(Mazé Mourão, jornalista)

Reza a história nacional que o prédio da Câmara Distrital, em Brasília, inaugurado da semana passada e prontamente ocupado por militantes, teve a sua construção iniciada há 10 anos. Caramba! Mais engraçado, para não dizer trágico, assíduo leitor, a obra estava orçada em R$ 20 milhões. Porém, mesmo o Brasil não tendo inflação, ao colocar a última pá de cal na obra, o orçamento pulou para R$ 100 milhões. Será que tem muito rato parrudo roubando?
A pergunta acima procede, pois a história nacional lembra outra lenda que corre à boca pequena em Brasília. Diz-se, que lá tem tanto rato, mas tanto rato que se alguém esquecer numa mesa de gabinete um pedaço de queijo, o parlamentar que estiver no retrato pregado na parede, se materializa, vira bicho (entende?) e corre para roubar o queijo. Ô, raça!
E por falar em orçamento, estou completamente bege, enxaguada, quarada e passada nacaixa com a new-forma-de-empregar-sem-concurso.
Trata-se, veja só você, leitor(a) querido(a), da Fundação Escola, Rádio e TV Câmara de Manaus. Meninos, a farra vai ser boa, os salários vão de R$ 2.100 mil a R$ 9 mil e a pessoa ainda pode "arrastar" o seu salariozinho de funcionário público. Acha pouco?... Continue a leitura colega...
Os cargos, nossa! Vai de Diretor Presidente a Presidente da Comissão de Licitação, assim, pelas beiradas, vai comendo junto os cargos de assessor jurídico e de agente administrativo, para citar alguns. Eita, lelé, um festival de cargos para ratos se regalarem! É mole? Mana, como endurecer?
Nesse ritmo, não tem como subir e ficar duro o dos pobres mortais, gente! Sim, porque nós é que vamos pagar todos esses ratos. Agora, vem cá, e a Receita Federal, hein? Só sabe vasculhar a vida de quem trabalha. E é quem paga imposto, pois caso contrario baixa a dona Serasa, SPC e outros qtais! É dessa raça, hein? A Receita nem "se toca" em buscar as ratoeiras, não é, darling?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

UM DEDO DE PROSA



TENSÃO PRÉ-CARNAVAL (TPC)

            Às vésperas de mais um carnaval, acho-me meio cético para enclausurar-me num retiro espiritual e velho demais para assistir às “fortes imagens” de mulheres seminuas exibindo-se, sensualmente, na tela dos nossos televisores. Em consequência disso, a TPC (tensão pré-carnaval) deixa-me inquieto e, muitas vezes, mal humorado, pois durante os quatro dias de carnaval, culturalmente falando, nada de proveitoso a TV aberta tem a nos oferecer, e mais uma vez não viajarei a lugar nenhum, pois aonde quer que eu vá, deparar-me-ei com os festejos carnavalescos. Dessa forma, resta-me apenas ficar em casa.
            E o que mais me deixa intrigado (pra não dizer revoltado) é que o país inteiro para por conta dessa festa que, ao contrário do que muitos pensam, se originou na Grécia, em meados dos anos 600 a 520 antes de Cristo. Era nesse período que os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção.
Posteriormente, o carnaval passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica, lá pelos idos de 590 depois de Cristo. Naquela época, o período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne", tradução do latim "carne vale", que originou o termo CARNAVAL. E quando me pego fazendo comparações entre o carnaval da antiguidade – que era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres - e o da atualidade, a única semelhança que vejo entre os dois períodos é a “busca incessante dos prazeres”, que hoje se restringem aos carnais.
            Voltando à minha TPC, inda não sei o que fazer durante os próximos quatro dias de carnaval: se alugo alguns bons filmes para assistir na companhia da minha esposa (que também não curte as festas carnavalescas) ou se visto o meu “pijama listrado” e debruço-me sobre um bom livro.