UM DEDO DE PROSA
Em
nossas vidas, as pessoas vêm e vão. E nessas vindas e idas, algumas delas se
perdem no esquecimento; outras se perpetuam em nossas mentes, agregam-se às
nossas vidas, fazem morada em nossos corações...
E
quis o destino que uma dessas pessoas entrasse em minha vida e em meu peito se
instalasse, deixando ali plantada a semente da eterna amizade cujos frutos
colho-os diariamente e frequentemente: o prazer e a satisfação de se saber que,
em algum lugar do mundo, um amigo nos espera para nos dar um abraço ou um
simples bom-dia, seguido de um fraterno sorriso no rosto.
Em
2002, esse amigo surgiu-me trazendo na sua bagagem a tristeza pela morte da sua
grande amada - companheira de quase meio século de cumplicidade amorosa - e
alguns versos entristecidos com a perda da musa que tanta felicidade
proporcionara ao seu autor.
Refiro-me
ao autor dos versos diversos e
encantadores que muito contagiam quem os lê com o coração aberto às emoções
mais diversas e sublimes que possam se instalar no peito do homem. Refiro-me ao
poeta cujos pensamentos esparsos não
se diluem com o tempo nem se perdem no nada, pois que seus pensamentos são
direcionados aos grandes amores que o senhor Destino lhe trouxe ao longo dos
oitenta e tantos anos de vida, muitos dos quais dedicados à poesia e às
mulheres, ou vice-versa.
E
foi justamente essa sua dedicação às mulheres e à poesia que o levou a ficar de
coração fragmentado, de alma debilitada e, principalmente, de cabeça vulnerável
às lembranças que o fizeram sofrer.
Como
eu bem disse anteriormente, “as pessoas vêm e vão”. E não poderia eu partir
desse orbe sem deixar aqui registrada a passagem, pela minha vida, daquela
pessoa que muito contribuiu para o meu crescimento pessoal e para o meu enriquecimento
enquanto reles mortal: o poeta e amigo Vivaldo Bernardes de Almeida. E que Deus o mantenha entre nós ainda por muitos anos!...