quarta-feira, 29 de maio de 2013

UM DEDO DE PROSA

ESPETÁCULO POLÍTICO-CIRCENSE

Na manhã de sábado, dia 25/05, um circo foi armado para a solenidade de assinatura da Ordem de Serviço referente ao início das obras que levarão água potável ao Núcleo Rural Rajadinha II, em Planaltina-DF. Segundo o convite que recebi, o evento estava marcado para as 10 horas e, como de costume, cheguei 10 minutos antes do horário marcado, entanto, nada ainda estava pronto para o inicio do evento, que tinha como atrações principais alguns rostos já conhecidos no cenário político de Brasília: Cláudio Abrantes, Dr. Michel, Eliana Pedrosa e Roney Nemer.
Estava no script que, mesmo com o circo praticamente lotado, o espetáculo não poderia ter início antes da chegada das atrações principais: o Governador Agnelo e o seu vice, Tadeu Filipelli.
Por causa do sol escaldante, o “(des)respeitável público” se espremia embaixo duma tenda de lona, improvisada pela anfitriã do evento - a Administração Regional de Planaltina -, responsável pela organização do espetáculo e pelo “arrebanhamento” da plateia.
As horas iam passando, o sol esquentando e o público, que àquela altura era grande, se dispersando.
Exatamente às 11 horas e 55 minutos chegou a primeira “estrala” da manhã, o Vice-Governador do DF, que fora cercado pelos “bajuladores de carteirinha” como se fosse ele um grande astro hollywoodiano recém-premiado com o Oscar.
Era perceptível a impaciência dos que chegaram cedo e aguardavam o início da “festividade”; era de causar dó a fisionomia de cansaço e de fome dos que, bravamente, resistiam à FALTA DE RESPEITO dos envolvidos naquele vergonhoso “espetáculo político-circense”, cuja plateia fazia as vezes de palhaço.
Às 13 horas, finalmente alguém pega o microfone e anuncia que em cinco minutos o espetáculo começaria, pois o grande nome do evento, a celebridade-mor, o popstar Agnelo estava chegando.
Pacientemente, esperei até as 13 horas e vinte minutos, e nada de o Governador chegar, nada de o evento começar...

Entrei no meu carro e fui embora.
MEUS VERSOS LÍRICOS

SE
(Joésio Menezes)

Se aqui eu pudesse nominar
As paixões que nessa vida vivi,
Eu jamais poderia olvidar
Os muitos anos de paixão por ti.

Se eu pudesse, nestes versos, contar
As decepções que na vida sofri,
Nessa conta caberia somar
O tanto de vezes qu’eu não te vi.

Se eu pudesse reescrever minha vida,
Nestes versos seriam acrescidas
As saudades que estiveram comigo.

E se outra vida me fosse dada,
Ela também estaria atrelada
Aos bons momentos vividos contigo.


VERSOS A BETH MARRA
(Joésio Menezes)

Deixa de lado essa marra
De mulher que vive na marra,
Lutando pra sobreviver.
Faze como a Beth Marra:
Mostra a todos a tua garra

E deixa a vida acontecer...
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA

CONVITE
(Lya Luft)

Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra
que rola nas marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada
na concha da vida,
sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou mistério...
A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos a sério.


LEITE, LEITURA, LETRAS, LITERATURA, TUDO...
(Paulo Leminski)

Leite, leitura letras, literatura,
tudo o que passa,
tudo o que dura
tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
tudo, tudo, tudo não passa
de caricatura de você,
minha amargura de ver

que viver não tem cura.    
CRÔNICA DA SEMANA

MADRUGADA
(Rubem Braga)

Todos tinham-se ido, e eu dormi. Mesmo no sonho me picava, como um inseto venenoso, a presença daquela mulher. Via os seus joelhos dobrados; sentada sobre as pernas, na poltrona, descalça, ela ria e falava alguma coisa que não podia perceber, mas era a meu respeito. Eu queria me aproximar; ela e a poltrona recuavam, passavam sob outras luzes que brilhavam em seus cabelos e em seus olhos.
E havia muitas vozes, de homens e de outras mulheres, ruído de copos, música. Mas isso tudo era vago: eu fixava a jovem mulher da poltrona, atento ao jogo de sombra e luz em sua testa, em sua garganta, nos braços: seus lábios moviam-se, eu via os dentes brancos, ela falava alegremente. Talvez fosse alguma coisa dolorosa para mim, eu percebia trechos de frases, mas ela estava tão linda assim, sentada sobre as pernas, os joelhos dobrados parecendo maiores sob o vestido leve, que o prazer de sua visão me bastava; uma luz vermelha corou seu ombro esquerdo, desceu pelo braço com uma carícia, depois chegou até o joelho. Eu tinha a idéia de que ela zombava de mim, mas ao mesmo tempo isso não me doía; sua imagem tão viva era toda minha, de meus dois olhos, e isso ela não me negava, antes parecia ter prazer em ser vista, como se meu olhar lhe desse mais vida e beleza, uma secreta palpitação.
Mas agora todos tinham sumido. Ergui-me, fui até a varanda, já era madrugadinha. Sobre o nascente, onde a barra do dia ainda era uma vaga esperança de luz, havia nuvens leves, espalhadas em várias direções, como se durante a noite o vento tivesse dançado no ar. Depois, aos poucos, foi se acendendo um carmesim, e sob ele o mar se fez quase verde. Eu ouvia a pulsação de um motor; um pequeno barco preto passava para oeste, como se quisesse procurar as sombras e precisasse pescar na penumbra. Imaginei a faina de homens lá dentro, tomando café quente na caneca, arrumando suas redes, as mãos calosas puxando cabos grossos, molhados, frios, as caras recebendo o vento da madrugada no mar, aquele motor pulando como fiel coração. Duas aves de asas finas vieram de longe, das ilhas, passaram sobre meu telhado, em direção às montanhas. De longe vinha um chilrear de pássaros despertando.

Dentro de casa, no silêncio, parecia ainda haver um vago eco das vozes que tinham falado na noite: os móveis e as coisas ainda respiravam a presença de corpos e mãos. E a poltrona abria os braços esperando recolher outra vez o corpo da mulher jovem. Apaguei as luzes, fiquei olhando o mar que a luz nascente fazia túmido. Uma brisa fresca me beijou. E havia um sossego, uma tristeza, um perdão, uma paciência e uma tímida esperança.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

UM DEDO DE PROSA


EFEITO PÓS-DIA DO ABRAÇO

            Ontem comemorou-se o DIA DO ABRAÇO. E o que fiz nesse dia?... a exemplo do que faço sempre que encontro meus amigos, abracei, abracei e abracei.
            E após cada abraço que dava e, consequentemente, recebia dos amigos, eu sentia que alguma coisa boa estava acontecendo comigo: sentia-me como se estivesse me medicando contra os males da alma. E de fato eu estava!...
            Um abraço bem fraterno pode preencher espaços vazios em nossas vidas e tornar os dias bem mais felizes. Um abraço, quando dado espontaneamente, faz a gente se sentir bem e abre passagem para os melhores sentimentos que a vida nos proporciona. Um abraço dado ou recebido de coração aberto constrói não só a nossa auto-estima, mas também a de quem por nós é abraçado. Um abraço simplesmente alivia a nossa tensão, ou seja, contribui fundamentalmente para a nossa saúde, tanto física quanto emocional.
            E tem sido O ABRAÇO o melhor remédio que – há alguns anos – venho usando no meu dia a dia a fim de que a VIDA não me seja apenas “um processo contínuo de relacionamentos”, em que a união da alma com o corpo ocupa um pequeno espaço no orbe terrestre.
MEUS VERSOS LÍRICOS


DESEOS
(Joésio Menezes)

No supe lo que hacer
delante los ojos tuyos
mirándome fijamente,
como si fuera yo
tu objecto de deseo.

Sólo me quedé tranquilo,
mirando tus ojos fijos,
deseosos, esperanzados...
y, traicioneros, mis ojos
revelaran mis deseos:

sentir la blandura
de tu piel en mi cuerpo
y la miel de tus besos
en mi boca,
en mis sueños...


DOMINADO PELO AMOR
(Joésio Menezes)

Por mais eu busque te esquecer
E do peito te arrancar,
Não consigo isso fazer
Sem meu coração machucar.

Por mais eu tente não querer
Aos teus encantos me entregar,
Sinto que é difícil conter
O desejo de te amar.

Por mais eu não queira sentir
Esse amor me consumir,
Mais eu te quero ao meu lado.

E por mais busque me opor
Aos desmandos desse amor,
Eu por ele sou dominado.

O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA


CANÇÃO DA TARDE NO CAMPO
(Cecília Meireles)

Caminho do campo verde
estrada depois de estrada.
Cerca de flores, palmeiras,
serra azul, água calada.

Eu ando sozinha
no meio do vale.
Mas a tarde é minha.

Meus pés vão pisando a terra
Que é a imagem da minha vida:
tão vazia, mas tão bela,
tão certa, mas tão perdida!

Eu ando sozinha
por cima de pedras.
Mas a tarde é minha.

Os meus passos no caminho
são como os passos da lua;
vou chegando, vai fugindo,
minha alma é a sombra da tua.

Eu ando sozinha
por dentro de bosques.
Mas a fonte é minha.

De tanto olhar para longe,
não vejo o que passa perto,
meu peito é puro deserto.
Subo monte, desço monte.

Eu ando sozinha
ao longo da noite.
Mas a estrela é minha.


CANÇÃO DO DIA DE SEMPRE
(Mario Quintana)

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
CRÔNICA DA SEMANA


CRÔNICA DO ABRAÇO
(Patrícia Pessoa)

Atualmente em nossa sociedade, há muitas coisas perdendo realmente a essência e seu verdadeiro valor. Muitos deixam de valorizar pequeninos gestos por acharem sem importância.
O mundo está banalizando os mais puros sentimentos e a sensibilidade no mais profundo que há no ser humano. Quero retratar sobre a importância do abraço, que hoje está muito raro e quase em extinção.
Muitos ainda  não compreendem que um gesto tão simples e aparentemente bobo que é o abraço, pode realmente transformar e inovar o dia de uma pessoa.
Um abraço, quando sincero, modifica o olhar irritado, proporciona calma e sorrisos no olhar. Também tem a magia de trazer uma leveza na alma e no espírito de quem o dá.
É interessante notar também que, é através de um abraço que pode-se conhecer um pouco melhor uma pessoa e saber quais suas verdadeiras intenções. O abraço tem o incrível poder de transferir paz e harmonia a uma pessoa. Faz com que a pessoa ao recebê-lo possa sentir-se amada e importante, algo que hoje é realmente difícil, devido a uma sociedade que cresce muitas vezes apenas em números, mas que diminui em amor e afeto.
Fico imaginando uma sociedade onde as pessoas se cumprimentariam com um abraço acolhedor. Não seria mágico e interessante?
A vida será naturalmente muito melhor e mais equilibrada quando as pessoas compreenderem que há métodos muito simples e maravilhosos para que possa haver mudanças na história da humanidade. O abraço abrange o mais profundo do coração do homem de uma maneira tal que, muitos dos seus conceitos podem ser modificados.
Portanto, o abraço é algo maravilhoso e como já foi dito outras vezes: "Não custa nada para quem dá e transforma quem o recebe."
Ei, você! Já abraçou alguém hoje? Então, não perca tempo! Venha para o abraço!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

UM DEDO DE PROSA



ANIVERSÁRIO, GRIPE E COISA E TAL...

Hoje acordei um ano mais velho. E junto ao meu 52º aniversário, uma “baita” gripe. Ninguém merece, né?...
Eu não contava com esse “presente de grego” que me fora enviado pelo senhor Destino!
Mas tem nada não!... Gripe é coisa passageira e, se Deus quiser, logo logo essa que se apossou de mim justamente no dia do meu aniversário irá embora. Isso acontecendo, poderei comemorar mais um ano de vida ao lado das pessoas que amo, sem o risco de transmitir-lhes o vírus influenza. Pior que a gripe, é a certeza de que estou envelhecendo a galope e nada posso fazer para evitar isso. Entanto, ainda prefiro envelhecer (mesmo na companhia da gripe) a morrer jovem...
E enquanto a gripe não vai embora, seguirei as recomendações médicas: muito líquido, antiviral e repouso.
MEUS VERSOS LÍRICOS

CLASSIFICADOS
(Joésio Menezes)

Vende-se um coração apaixonado
Com mais de cinquenta anos de vida.
Um coração em perfeito estado,
Mas com marcas de uma paixão bandida.

Troca-se um peito regenerado,
Mas com muitos anos de recaída,
Por outro que jamais fora afetado
Pelos males da paixão recolhida.

Procura-se um ombro que seja amigo
E que possa compartilhar comigo
As dores que nos provoca a paixão.

Aluga-se um colo aconchegante,
Que seja confiável o bastante
Para confortar o meu coração...


VELHOS AMORES
(Joésio Menezes)

Despido dos meus cínicos pudores,
Aspiro o perfume da poesia
Que, sob os encantos da sua magia,
Me faz recordar os velhos amores

Responsáveis pelas infindas dores
Que enchem esse peito de agonia,
Causando-lhe uma louca arritmia,
Sufocando meus versos amadores.

São amores antigos e latentes,
Que agem de maneira contundente,
Deixando minh’alma triste e dorida.

Mas é isso que me revitaliza:
Enquanto meu coração agoniza,
Os velhos amores me trazem vida
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA

AMOR SEM ROSTO
(Henrique Pedro)

Não lhe conheço o rosto
nem a voz
nem a cor
Mas tenho-lhe amor
Disfarça a face
nas imagens em que se abre
e se fecha
em segredo
E quanto mais se cala
mais a sua fala
me exaspera
mais dolorosa se torna
a espera
e mais me envolvo com miragens
Sonho súcubo em que me enredo
será que tem alma?
Que é seu o corpo?
Alma tem
que lhe pressinto o sopro
corpo não sei
que ainda o não amei
Será que a amo
e a não conheço
porque a não mereço?
Amar assim resoluto
em pura fantasia
um amor sem rosto
indiferente à dor
apenas indicia
o carácter absoluto
do amor


O AVESSO
(Patrícia Ximenes)

Tem dias que acordamos cedo porque
o sono cansou de dormir...
Tem dias que saímos de casa porque
o cômodo tornou-se desconfortante...
Tem dias que xingamos demais porque
a educação nunca manda lembranças...
Tem dias que a saudade está tão absurda que
o melhor a fazer é provocá-la...
Tem dias que o amor é tão grande que
a vontade de testá-lo vem à tona...
Tem dias que queremos ser tanta coisa que
o melhor a fazer é sermos os mesmos...
Tem dias que escrevemos coisas que
nem sempre sabemos o porquê...
Tem dias que até pensamos seriamente que
podemos sim, mudar...
Tem dias que temos certeza de que
mudar é tão difícil...
Tem dias que lutamos para que
nos tornemos sempre pessoas melhores...
Tem dias que pensamos que
poderiam ser melhores conosco...
Tem dias que
deveriam
ser noites...
CRÔNICA DA SEMANA


O MEDO DO AMOR
(Martha Medeiros)

Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.
O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.
E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.
Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

UM DEDO DE PROSA


MÃE: PERSONIFICAÇÃO DO AMOR DIVINO

            Segundo a Bíblia, Deus criou a mulher da costela de um homem, e a ela confiou a missão de propagar à humanidade o real significado do Seu Amor, única coisa no Universo capaz de tornar possível a construção de um mundo em que a PAZ e a FELICIDADE sejam predominantes.
            Inicialmente, ela não teve noção da grandeza da responsabilidade que lhe fora atribuída pelo Pai e meteu os pés pelas mãos, induzindo, assim, o seu companheiro ao erro. Entanto, Deus não a culpou nem a condenou por isso, pois faltou a ela orientação sobre a sua missão aqui na Terra. Então, pensou Deus:
            − “Eu a fiz de uma costela, de um osso torto extraído de um ser pouco resistente às intempéries da vida, e se eu tentar consertá-la agora, corro o risco de danificá-la ou de quebrá-la ao meio... Farei diferente: darei a ela o privilégio de SER MÃE, pois só as mães têm o dom de assimilar várias informações simultaneamente e de transformar uma pedra bruta em JÓIA RARA, de invejável quilate, de inestimável valor; só as MÃES conseguem ser fortes sem se esquecerem de que por trás da sua fortaleza há um coração sensível, amigo e afetuoso; só as MÃES são capazes de se apresentarem, voluntariamente, como o REFÚGIO daqueles que as procuram em busca de um afago, de uma palavra amiga, de um PORTO SEGURO; são as MÂES um misto do Divino com o humano...”
            E assim, Deus transformou a MULHER no mais abençoado dos seres e a ela deu a capacidade de gerar vidas no seu ventre e de transformá-las em disseminadores do Amor, força Divina responsável pelo sentimento de FELICIDADE e, principalmente, pelo desejo de PAZ entre os povos e de harmonia entre os homens e o meio em que vivem.
            Desde então, essa relação amistosa entre Deus e as Mães tem gerado frutos, cujas sementes do AMOR germinam em nossas vidas a esperança na erradicação do ódio que há no coração dos homens.


A vocês, mães, "todo o amor que houver nessa vida"!...
MEUS VERSOS LÍRICOS

MÃE
(Joésio Menezes)

Mãe é sinônimo de aconchego,
De carinho, de paz, de esperança...
E entre um e outro chamego
Vai vendo crescer sua criança.

Mãe é sinônimo de luz,
De fé, de justiça, de bonança...
E inspirada na vida de Jesus
Vai ensinando a viver sua criança.

Mãe é sinônimo de prudência
De sabedoria, de paciência
De felicidade e de confiança.

Mãe é sinônimo de Amor,
E abençoada pelo Criador
Dá a vida pela sua criança.


UM PEDIDO
(Joésio Menezes)

Se um pedido eu pudesse fazer
A Deus-Pai, o Todo Poderoso,
Eu pediria para Ele trazer
De volta o amor caridoso
Da minha mãezinha querida
Que se despediu dessa vida
Pra estar co’o Misericordioso.

E se meu pleito fosse atendido,
Por Deus-Pai, nosso Criador,
Eu me sentiria protegido
Pela força daquele amor
Que minha mãezinha querida
Doou, por toda sua vida,
A quem dele foi merecedor.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA


IMAGEM DE MÃE
(Manoel Lúcio de Medeiros, Malume)

Imagem de uma santa concebida,
Criada pelas mãos do redentor,
Nasceste ao mundo pra gerar a vida,
Em meio ao sofrer, sentindo a dor!

Por isso mãe bendita é o teu nome,
Rainha fonte do imenso amor,
Que supre ao peito, da criança, a fome,
Ao colo dispensando seu calor!

Oh quantas noites de sono perdido,
Para ninar ao filho em seus braços,
Quão grande é teu amor e não tem preço!

Eu sou por tudo isto, agradecido,
Receba terna mãe, os meus abraços,
Pois és, do céu na terra, o começo!


PARA SEMPRE
(Carlos Drummond de Andrade)

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
CRÔNICA DA SEMANA


MÃE: MANUAL DE INSTRUÇÕES
(Carolina Villaça)

Mãe é um produto da melhor qualidade fabricado pelas indústrias "Padecendo no Paraíso", com baterias de longa duração, aguentam qualquer rojão.
Os que detêm esse produto são chamados "filhos". Porém, por ser de material muito especial e realizar atividades únicas, insubstituíveis do papel de "mãe", não pode ser escolhida ou trocada pelos filhos.
Mas isso não é problema, pois sempre dão o tamanho certo de "mãe" para os filhos, constituindo assim o que chamamos de família, juntamente com o pai, que é o responsável único pela escolha da "mãe".
Se ela for avariada ou estiver com algum defeito de fabricação, não adianta pedir pra consertar na garantia. Você vai ter que aprender a conviver com o defeito. E tem mais: não tem prazo de validade! O que significa que terá que aguentar todo o amor e carinho que ela tem pra dar eternamente...
E não vale vender a "mãe"! Porque mãe só tem uma, e se for de segunda mão ninguém aguenta!!!