O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA
(Manoel Lúcio de Medeiros, Malume)
Imagem de uma santa concebida,
Criada pelas mãos do redentor,
Nasceste ao mundo pra gerar a vida,
Em meio ao sofrer, sentindo a dor!
Por isso mãe bendita é o teu nome,
Rainha fonte do imenso amor,
Que supre ao peito, da criança, a fome,
Ao colo dispensando seu calor!
Oh quantas noites de sono perdido,
Para ninar ao filho em seus braços,
Quão grande é teu amor e não tem preço!
Eu sou por tudo isto, agradecido,
Receba terna mãe, os meus abraços,
Pois és, do céu na terra, o começo!
PARA SEMPRE
(Carlos Drummond de Andrade)
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
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