terça-feira, 26 de maio de 2009

UM DEDO DE PROSA


“FALEM MAL, MAS FALEM DE MIM”

Confesso que fiquei muito surpreso e chocado com o comentário do(a) leitor(a) I. A. Vilella (postado justamente no dia do meu aniversário, 16/05). Talvez pelo fato de ele(a) sugerir que meus textos sejam engavetados visto que não têm “voz própria” (não conseguem ”livrar-se da tão alardeada angústia da influência”) e “não acrescentam absolutamente nada de novo ao mundo”.
Para quem escreve amadoramente (e não está acostumado a esse tipo de comentário), às vezes, essas críticas vêm como uma bomba. E comigo não foi diferente: a primeira leitura da “crítica” deixou-me em estado de choque e abatimento, pois a rudeza com que o(a) leitor(a) foi sincero(a) me pegou de surpresa.
Apesar do meu amadorismo, escrevo já faz alguns anos, e pela “experiência” que tenho no vasto universo da literatura (primeiro como estudante, depois como professor e, finalmente, como “aspirante a escritor”), já não era sem tempo uma “Crítica” desse nível. Inda mais porque sempre falei aos amigos que meu sonho era ver meus livros nas mãos de um renomado e respeitado Crítico Literário. Se ele os classificasse como sendo “os piores” trabalhos já postos diante dos seus olhos, certamente grande parte dos livros que tenho estocado em casa sairia como água, pois os verdadeiros amantes da literatura buscariam saber o porquê de tão depreciadora crítica.
Publicamente, peço desculpas ao(à) crítico(a) leitor(a) Vilella pela aspereza das minhas palavras, publicadas no texto PREPOTÊNCIA À PARTE (em 19/05), mas reitero aqui o que por mim foi dito naquela ocasião: JAMAIS ENGAVETAREI MEUS ESCRITOS, mesmo não sendo eles unânimes entre os que têm bom-gosto pela leitura... “O que seria do branco se todos gostassem do azul?”
E no embalo das “ponderações”, aproveito a oportunidade para, também, justificar a utilização do termo “jargão” (em vez de “provérbio”, “dito popular” ou “máxima”) cujo significado não me é desconhecido (linguagem própria de certos grupos ou profissionais). O termo foi por mim utilizado no soneto A “NÃO SEI QUEM” VILELLA com o intuito de instigá-lo(a), uma vez que me vi na obrigação de “forçar” uma rima (coração/jargão).
MEUS VERSOS LÍRICOS(?)



MÁXIMAS
(Joésio Menezes)


“Enquanto há vida, há esperança”,
Por isso, “falem mal, mas falem de mim”,
Pois “após a tempestade vem a bonança”
E enquanto ela não vem vou vivendo assim:


“Nem tanto ao mar nem tanto à terra”,
“No meio é que está a virtude”
Dos que fazem versos em vez da guerra
E vivem o amor na sua plenitude.

Então, “é melhor prevenir que remediar”
E “entre mortos e feridos alguém há de escapar”
Dos “males que vêm para o bem”...

E já que tempo me custa dinheiro,
"Farinha pouca, meu pirão primeiro",
Pois “quem dá o que tem, a pedir vem”.


JOSÉ
(Joésio Menezes)

Meu nome é José...
Não sou vagabundo,
Mas sou para o mundo
Um Zé “qualqué”.

Um Zé Ninguém
Sem eira nem beira,
Sem nada na algibeira...
Sem sequer um vintém!

Meu nome é José...
José sem amor, sem paixão;
José sem Deus, sem religião;
José sem credo... José sem fé.

Um José sem moradia,
Sem emprego, sem felicidade,
Sem sorte, sem dignidade,
Sem vida, sem cidadania...

José é o meu nome.
Sem Gênio, sem Fada,
Sem mágicas, sem nada...
Sem ao menos um sobrenome.

Um José que a vida pariu
Sem cara, sem identidade,
Mas o exame de paternidade
Diz que sou José do Brasil!...
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL


DEUS
(Casimiro de Abreu)

Eu me lembro! eu me lembro! — Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia
E, erguendo o dorso altivo, sacudia
A branca escuma para o céu sereno.

E eu disse a minha mãe nesse momento:
“Que dura orquestra! Que furor insano!
Que pode haver maior do que o oceano,
Ou que seja mais forte do que o vento?!”

— Minha mãe a sorrir olhou pr'os céus
E respondeu: — “ Um Ser que nós não vemos
É maior do que o mar que nós tememos,
Mais forte que o tufão! meu filho, é — Deus!”—


LEDA SERENIDADE DELEITOSA
(Luís Vaz de Camões)

Leda serenidade deleitosa,
que representa em terra um paraíso:
entre rubis e perlas, doce riso;
debaixo de ouro e neve, cor de rosa.

Presença moderada e graciosa,
onde ensinando estão despejo e siso
que se pode por arte e por aviso,
como por natureza, ser fermosa:

fala de quem a morte e a vida pende,
rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
repouso nela alegre e comedido.

Estas as armas são com que me rende
e me cativa Amor; mas não que possa
despojar-me da glória de rendido
CRÔNICA DA SEMANA


CÚMPLICES
(Pedro Brasil Júnior)

Fixei meus olhos na folha branca de papel. Branca e pura!
Clamei por palavras... mas nenhuma me ouviu!
Gritei por versos simples! E permaneci enroscado em invisíveis estrofes.
Que fazer? Perguntei-me...
Respirei fundo, olhei pela fresta da janela... Só havia as luzes das ruas rabiscando a escuridão. Mas havia o silêncio... tão profundo que, quase o toquei!
Então acendi um cigarro e fiquei contemplando argolas de fumaça. Uma por uma foram subindo em direção à lâmpada, juntando-se em interessantes elos. Dissipando-se depois da ideia... Ideia! Finalmente uma! E crivei dois pontinhos naquela folha, agora, já não tão pura assim. Opostos naquele retângulo ficaram como eu, esperando por alguma coisa. Então, os liguei, lembrando daqueles exercícios de ligar pontos. Não vi figura alguma!
Mas ... não é que inventei uma linha? Justo eu que nada entendo de geometria?
Bem; agora que já tinha uma linha, podia inventar qualquer palavra, qualquer frase, qualquer estória...
Agora, palavra inventada, éramos, a folha alva, a escuridão e o silêncio, cúmplices de uma emoção: acabara de nascer mais uma parte do meu ser !

terça-feira, 19 de maio de 2009

UM DEDO DE PROSA


PREPOTÊNCIA À PARTE...

Semanas atrás aqui publiquei um texto sobre a hipocrisia. Tal texto surgiu porque me deram oportunidade e motivos para fazê-lo. E hoje cá estou eu tentando falar sobre a prepotência.
Algumas pessoas se dizem “prepotentes” sem ao menos saberem o que significa a palavra e buscam, por meio da dialética (que pensam saber usá-la melhor que as demais pessoas), intimidar ou ridicularizar os que as ouvem ou as leem.
Penso que para se autodenominarem “prepotentes”, essas pessoas têm a "obrigação" de ser melhores que as outras. Caso contrário, são só “mais um na multidão” tentando se esconder na suposta submissão dos outros.
Meus textos aqui estão para serem abertamente compartilhados entre todos os internautas, com direito, inclusive, às críticas. Jamais me autodenominei “grande” em nada (grande homem, grande pessoa, grande poeta, grande isso, grande aquilo...). Pelo contrário, sempre fiz questão de frisar que sou um "aprendiz de poeta", um "aspirante a escritor", um "estagiário de boa pessoa"... No entanto, nunca fui de esconder o que penso e o que escrevo. Se meus textos são “água com açúcar”, apimentados ou de “pequena grandeza”, cabe aos leitores classificá-los. Mas engavetá-los, isso não farei.
São muitos os grandes escritores que eu conheço, leio e admiro, porém nunca busquei copiar nenhum deles. Espelho-me sim no poeta José Geraldo Pires de Melo, porém copiá-lo não. Primeiro porque cada artista tem seu estilo; segundo porque quem tenta ser igual a outras pessoas não tem personalidade própria. Mas fico muito lisonjeado quando dizem que meus versos não passam de “uma cópia mal-disfarçada de Neruda”. Quem me dera conseguir copiar Neruda, ainda que mal-disfarçadamente!!!
Como já mencionei aqui mesmo nesse espaço, sei que meus textos não são unânimes no que se refere ao gosto dos leitores tampouco são os mais rejeitados, mas quem os lê e critica ou elogia, deixa sempre, às claras, meios de receber os meus agradecimentos. Esses leitores não se escondem numa “camuflada prepotência”, a qual prefiro chamar por outro nome: covardia, pois quem assim o faz tem medo de ler ou ouvir o que não lhes interessa.
Não me chateia receber críticas (por isso o Portal da Poesia está aberto a todos)!... Chateia-me, sim, saber que ainda há pessoas que se dizem “prepotentes” quando na verdade não passam de meros “aprendizes de Crítico”, assustados com o que lhes possa acontecer na busca da sua auto-afirmação.
Mais uma vez meus textos aqui estão. Leiam, comentem, critiquem... e perdoem-me, amigos, se estou sendo grosseiro, mas se meus escritos não lhes agradam, procurem outros sites, pois melhores que este tem aos montes na net. É claro que sua ausência me deixará triste, mas mais triste ainda ficarei se eu souber que aqui estão somente para agradar-me.
MEUS VERSOS LÍRICOS



A “NÃO SEI QUEM” VILELLA
(Joésio Menezes)


Uns dizem que escrevo muito bem;
Outros, que sou um péssimo escritor.
Há quem costuma dizer, também,
Que não sei rimar “dor” com “dor”.


Escrevo, mas sei que estou aquém
Dos que fazem dos versos o fio condutor
Que leva a alma ao nirvana, porém
Faço meus versos sem nada impor.

E entre uma crítica e um elogio,
Sinto aumentar o pudor do meu brio,
Pois sei: nenhum dos dois é ruim.

Críticas não afligem meu coração
Uma vez que sou adepto do jargão:
“Falem mal, mas falem de mim”.


TERRA SANTA
(Joésio Menezes)

Na Terra Santa
Não é santa a terra
Que aterra seu povo
Em conflitos de guerra.

Homens que buscam
Chegar à perfeição
Derramando sangue
Do seu próprio irmão
Em troca do nada
Em busca da fé
Sem saber quem é
Seu Deus na religião

Na Guerra Santa
Não é santa a guerra
Que enterra os filhos
De outras Terras.

O homem perfeito
É imagem e semelhança
Do seu Criador
Que deposita confiança
Sem pedir nada
Ao homem sem fé
Que não sabe o que é
Viver com esperança
Na Terra Santa...
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL


RECADO PARA UM ANJO
(Marcial Salaverry)

Se chegas como anjo,
um lugar a meu lado te arranjo...
Traga essa doce emoção,
alegrando-me o coração...
Amor... Carinho... Amizade...
Sempre uma doce felicidade...
Um anjo para me proteger,
trazendo-me carinho e bem querer...
Que mais posso querer?
Apenas dizer: Obrigado Amigão,
por mais essa doce proteção...
Esse anjo surgiu do espaço sideral,
para livrar-me do mal...
É um anjo cheio de doçura,
que me trouxe muita ternura...
Para meu anjo, um recado...
Sob suas asas, sinto-me protegido,
muito amado e querido...


CÁRCERE
(Clay Regazzoni)

Há tempos tenho vivido
Num estado de cárcere permanente
Mas não me importo com essa prisão
Aqui não existe sofrimento
Não há tristeza ou dor
Nem medo ou solidão
Nada me fere ou corrompe.

Não estou cercado pelo frio do metal
Pois as grades dessa prisão foram forjadas
Nas chamas indeléveis de meu sentir
Algemas não envolvem meus pulsos
Mas as doces teias de uma paixão
Acorrentam meu coração.

Sinto-me livre aprisionado aqui
Sinto-me leve, sem pesar algum
Em paz, sem temor nenhum
Aqui tenho regalias
Que os anjos me concederam
Posso voar pelo tempo e espaço
Sem nunca me afastar do que mais louvo.

Ansioso ainda espero minha sentença derradeira
Pedindo que minha pena seja perpétua
Não me arrependo do meu crime
Não me envergonho do meu pecado
Quero pagar por tudo que fiz
O crime que cometi foi amar-te tanto
Posso mereço ficar até o fim dos tempos
Encarcerado em teus abraços.
CRÔNICA DA SEMANA


A IMPORTÂNCIA DO LEITOR
(Jorge Humberto)

A liberdade de escolha (concordando ou não), quanto às preferências de leitura, de nossos leitores só a eles lhes assiste, enquanto a nós, poetas, cabe-nos persistir, entre o amor e as injustiças, nada omitindo ou floreando ao deixar de tratar as coisas pelos seus próprios nomes, por mais que doa o retrato fiel e doloroso que está por todo o lado, para onde quer que nos voltemos.
Confesso (de maneira a ficar de bem com a minha consciência) que lendo as estatísticas, certo desgosto apodera-se de mim ao reparar de punho cerrado que os leitores deixam de lado, sistematicamente, poemas que falam ao mundo sobre a triste e vergonhosa realidade de muitos países assolados pela fome e pela guerra, ficando assim sem saberem o que se passa de fato para poderem formarem uma ideia mais concreta do mundo, do qual todos nós fazemos parte, disso não olvidando nunca.
E ante a natural indignidade, espalharem a palavra pelas escolas, trabalho e amigos, lembrando-lhes que todos os cinco minutos, na África, morrem quatro crianças inocentes por má nutrição e falta de medicina, que nós no Ocidente e outros países desenvolvidos temos de sobra.
Vejo também que tudo que seja reflexão ou pensamento, que apenas expõe a opinião do poeta, e, a quem lê, toda a liberdade de dialogar consigo mesmo, reafirmando ou ajustando, o que têm por certo é coisa sem importância para a grande maioria dos leitores.
Assim, mais inconformado fico quando, perante o que eu acho, por injustificado (quem não lê sobre todos os temas fica a meio caminho), consternado, vejo-me obrigado a aceitar que apenas se dá atenção a poemas sobre sexo e amor, de alcova.
Mas como disse, livre é o leitor ante aquilo que resolve ler ou simplesmente ignorar. Ao poeta, a responsabilidade de um dia vir a mudar tal situação e escrever sem parar a complexidade desse nosso pequeno mundo, mas que tanto tem para nos dizer.
Por fim, para os mais acérrimos nessas coisas da leitura, dizer-lhes que “sim senhor, também escrevo sobre o amor, que de amor, seria o mundo”. Mas não é. Penso, pois, caber-me algum respeito ao por mim delineado sobre o que penso, deveria ser a conduta, a ter de agora em diante por todo o leitor, de poesia e demais escritas.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

UM DEDO DE PROSA


O TEMPO NOS ENSINA A ARTE DE AMAR

Amanhã. 16 de maio, mais um outono cai sobre meus ombros.
Cada dia que passa, mais me aproximo do "meio século". Não que isso seja ruim, mas está mais do que comprovado que o tempo deteriora até as pedras. E como não só pedra (tampouco meu coração o é!), sinto que a ação do tempo age sobre mim: Não mais enxergo como antes; não mais tenho a força de outrora; meu raciocínio está cada vez mais lento; os cabelos, mais brancos; a pela, mais enrugada, a barriga... Bem!... Deixemos de lado esse item, pois há algo mais interessante a ser falado... Mas o quê, por exemplo:
A ação do tempo pode nos tirar tudo, mas a capacidade de amar e de ser paciente ah!... isso não!...
É essa a maior vantagem que levamos sobre os mais jovens: amamos com maior intensidade e com melhor qualidade (estou referindo-me ao senrimento "amor", e não ao ato sexual) e temos muito mais paciência que eles, ou seja, o Tempo nos dá o tempo necessário para esperarmos as coisas acontecerem.
Quanto mais o tempo passa, mais ele nos ensina as artes de "amar" e do "saber esperar".
Então, que venha logo esse meio século!...
MEUS VERSOS LÍRICOS



ESFINGE
(Joésio Menezes)


Me encantam teu corpo dourado,
Teus olhos claros, teu jeito sério,
Teu riso raro com ar de mistério
E a sensualidade do teu rebolado.


Me fascinam teu falar moderado,
Sem meio termo, mas com critério,
Teu modo de atuar em teu ministério
E os enigmas do teu Ser reservado...

E teus mistérios, enigmas, encantos,
São inúmeros, são infindos, são tantos,
Que sabedoria a Deus imploro,

Pois, o magnetismo do teu olhar
Parece que está querendo falar:
“Decifra-me ou te devoro


ENQUANTO VIDA EU TIVER
(Joésio Menezes)

Enquanto vida eu tiver
A ti me dedicarei,
E a Deus agradecerei
Por seres minha mulher.

Ao teu lado hei de estar
Dedicando-te o que preciso for:
A minha vida, o meu amor,
As estrelas, o céu, os raios do luar.

E por ti meu velho coração,
Muito feliz, cheio de paixão,
Estará apostos para o que der e vier...

Aos teus pés me ajoelharei,
Qual um súdito ao seu rei,
Enquanto vida eu tiver.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL





SONETO DA INTIMIDADE
(Vinícius de Moraes)



Nas tardes de fazenda há muito azul demais.
Eu saio as vezes, sigo pelo pasto, agora
Mastigando um capim, o peito nu de fora
No pijama irreal de há três anos atrás.

Desço o rio no vau dos pequenos canais
Para ir beber na fonte a água fria e sonora
E se encontro no mato o rubro de uma amora
Vou cuspindo-lhe o sangue em torno dos currais.

Fico ali respirando o cheiro bom do estrume
Entre as vacas e os bois que me olham sem ciúme
E quando por acaso uma mijada ferve

Seguida de um olhar não sem malícia e verve
Nós todos, animais, sem comoção nenhuma
Mijamos em comum numa festa de espuma.


LIVROS E FLORES
(Machado de Assis)

Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?
CRÔNICA DA SEMANA


COMO AS MULHERES DOMINARAM O MUNDO.
(Luiz Fernando Veríssimo)

Conversa entre pai e filho, por volta do ano de 2031 sobre como as mulheres dominaram o mundo.
- Foi assim que tudo aconteceu, meu filho...
Elas planejaram o negócio discretamente, para que não notássemos Primeiro elas pediram igualdade entre os sexos. Os homens, bobos, nem deram muita bola para isso na ocasião. Parecia brincadeira.
Pouco a pouco, elas conquistaram cargos estratégicos: Diretoras de Orçamento, Empresárias, Chefes de Gabinete, Gerentes disso ou daquilo.
- E aí, papai?
- Ah, os homens foram muito ingênuos. Enquanto elas conversavam ao telefone durante horas a fio, eles pensavam que o assunto fosse telenovela. Triste engano. De fato, era a rebelião se expandindo nos inocentes intervalos comerciais. "Oi querida!", por exemplo, era a senha que identificava as líderes. "Celulite", eram as células que formavam a organização. Quando queriam se referir aos maridos, diziam "O regime".
- E vocês? Não perceberam nada?
- Ficávamos jogando futebol no clube, despreocupados. E o que é pior:
Continuávamos a ajudá-las quando pediam. Carregar malas no aeroporto, consertar torneiras, abrir potes de azeitona, ceder a vez nos naufrágios. Essas coisas de homem.
- Aí, veio o golpe mundial?!?
- Sim o golpe. O estopim foi o episódio Hillary-Mônica. Uma farsa. Tudo armado para desmoralizar o homem mais poderoso do mundo. Pegaram-no pelo ponto fraco, coitado. Já lhe contei, né? A esposa e a amante, que na TV posavam de rivais eram, no fundo, cúmplices de uma trama diabólica. Pobre Presidente...
- Como era mesmo o nome dele?
- William, acho. Tinha um apelido, mas esqueci... Desculpe, filho, já faz tanto tempo...
- Tudo bem, papai. Não tem importância. Continue...
- Naquela manhã a Casa Branca apareceu pintada de cor-de-rosa. Era o sinal que as mulheres do mundo inteiro aguardavam. A rebelião tinha sido vitoriosa! Então elas assumiram o poder em todo o planeta. Aquela torre do relógio em Londres chamava-se Big-Ben, e não Big-Betty, como agora... Só os homens disputavam a Copa do Mundo, sabia? Dia de desfile de moda não era feriado. Essa Secretária Geral da ONU era uma simples cantora. Depois trocou o nome, de Madonna para Mandona...
- Pai, conta mais...
- Bem filho... O resto você já sabe.
Instituíram o Robô "Troca-Pneu" como equipamento obrigatório de todos os carros...
A Lei do Já-Prá-Casa, proibindo os homens de tomar cerveja depois do trabalho...
E, é claro, a famigerada semana da TPM, uma vez por mês...
- TPM???
- Sim, TPM... A Temporada Provável de Mísseis... E quando elas ficam irritadíssimas e o mundo corre perigo de confronto nuclear...
- Sinto um frio na barriga só de pensar, pai...
- Sssshhh! Escutei barulho de carro chegando. Disfarça e continua picando essas batatas...

terça-feira, 5 de maio de 2009

UM DEDO DE PROSA


ÀS MÃES

Dia 10 de maio, domingo próximo, comemorar-se-á o DIA DAS MÃES.
Seres iluminados e abençoados por Deus, nossas MÃES merecem todo tipo de homenagem, todos os dias, pois essas guerreiras dedicam quase 100% do seu tempo (e da sua vida) aos filhos que, às vezes, não reconhecem o zelo e a atenção que elas lhes dedicam. Alguns pensam, inclusive, que elas querem controlar as suas vidas, pois, preocupadas com eles, buscam saber para onde vão, com quem vão e a que horas voltarão.
Mãe que é mãe preocupa-se com os filhos, sejam eles crianças ou adultos. Não fossem assim, não seriam MÃES de verdade. Não fossem assim, Deus não lhes teria confiada a responsabilidade de ser MÃE nem a importância do SER mãe.
Ao contrário dos empresários que delas se lembram simplesmente pensando no faturamento das suas empresas, dedico toda a FELICIDADE do mundo às MÃES de todo o planeta (inclusive à senhora, MAMÃE, que há dois anos descansa em PAZ ao lado do Deus Pai Todo Poderoso), oferecendo-lhes cada palavra de AMOR, CARINHO e DEDICAÇÃO aqui publicada.
MEUS VERSOS LÍRICOS



MÃE
(Joésio Menezes)


Mãe é sinônimo de aconchego,
De carinho, de paz, de esperança...
E entre um e outro chamego
Vai vendo crescer sua criança.


Mãe é sinônimo de luz,
De fé, de justiça, de bonança...
E inspirada na vida de Jesus
Vai ensinando a viver sua criança.

Mãe é sinônimo de prudência
De sabedoria, de paciência
De felicidade e de confiança.

Mãe é sinônimo de Amor,
E abençoada pelo Criador
Dá a vida pela sua criança.


NO REINO DA ALEGRIA
(Joésio Menezes)

No dia em que for criado
Um reino só de alegria,
Teu nome será lembrado
À grande supremacia.

Será um reino abençoado
Pela sublime magia
Do teu sorriso imaculado,
Que muita paz irradia.

E durante o teu reinado
Veremos dia após dia,
O povo todo encantado
Com a tua galhardia.

E viverão lado a lado,
Em doce harmonia,
O justo e o culpado,
Como há muito não se via.

E esse povo iluminado,
Guiado por tua energia,
Elevará teu nome sagrado
Aos deuses da poesia.

POESIA À MÃE
(Daiane Giselly Souza Pádua)

Deus desenhou um poema...
Pontilhou-o com a magia das estrelas,
A solicitude dos ventos,
O calor de todos os sóis.

Modelou-o
E aqueceu-o
No aconchego do seu coração
Por fim,
insuflou-lhe o espírito do amor
Que não conhece
Hora nem limites

Havia desenhado
O poema – MÃE.


SER MÃE
(Maurício José da Costa)

Dizem: “Ser mãe é difícil”.
Digo: “Ser mãe é vocação”.
Ela não mede sacrifícios
Tira da própria boca o pão
Tem na vida um único ofício
O do amor vocação.

Quantas noites passa em claro
E ao lado da criança que chora
Derrama também o seu pranto?
E orando o Santo Rosário
Ela pede à Nossa Senhora
A proteção do seu Sagrado Manto?

É um anjo sempre alerta
É o nosso porto seguro
Exemplo a se seguir
Socorro na hora certa
Terá provisões pro futuro
Quem seus conselhos ouvir.

Seu perdão nunca é negado
Seu amor nunca se cansa
Mesmo quando o filho erra
Está sempre ao nosso lado
Nos enchendo de esperança.
É Deus no céu e Ela na terra.
CRÔNICA DA SEMANA


PROFISSÃO: MÃE
(Joésio Menezes)

Se perguntarem a ti, mulher, qual a tua profissão, responderás sem pensar:
“Sei lá!... Acho que não tenho não!... A falta de tempo não me permite pensar nisso. Sei apenas que de tudo faço um pouco!
Talvez eu seja uma boa cozinheira, pois sempre recebo elogios do meu esposo e dos meus filhos com relação à comida que faço!
Quando se aproxima o aniversário de um deles, sou eu quem organiza a festinha surpresa, por mais simples que seja. Posso, então, dizer que sou promotora de eventos.
Quando vamos a algum passeio ou a alguma festinha, sou eu quem escolhe a roupa que eles irão usar. Nessa hora tenho que incorporar o espírito de estilista para que a roupa escolhida tenha tudo a ver com o evento.
Algumas vezes sou cantora, pois na hora de fazê-los dormir, sou eu quem canta as canções de ninar; outras vezes sou atriz, pois ao ler para eles historinhas infantis, enceno cada ação das personagens com o maior realismo possível...
Quando os acusam de algo que não fizeram, entra em ação o meu lado advogado e defendo-os com unhas e dentes. Vou às últimas instâncias até provar que de fato são inocentes.
Às vezes exerço as funções de bombeiro, pois quando os ânimos das crianças inflamam em casa, sou eu quem tenta apagar o fogo antes que as fagulhas tornem-se labaredas e provoquem um grande incêndio familiar.
Se eles brigam entre si - às vezes por causa de brinquedos, às vezes sem motivo algum -, sou eu a policial que os prende, cada um em seu quarto, deixando-os de castigo por um bom tempo para refletirem sobre o que fizeram. Sou também a juíza que os tira desse castigo após ouvir, com imparcialidade, a versão de cada um.
Sou eu quem faz os curativos nas crianças quando se machucam nas partidas de futebol ou nas brincadeiras desastrosas. Eles costumam dizer que sou a melhor enfermeira do mundo.
Na hora dos deveres de casa, sou a professora que eles procuram para tirar-lhes as dúvidas ou explicar-lhes como se faz determinado exercício.
Sou a médica que cuida deles quando estão doentes e, também, a veterinária que prescreve a receita do seu animalzinho de estimação quando ele não está passando bem.
Enfim, quando encontram-se envolvidos com problemas de auto-afirmação ou de paixão platônica, sou a psicóloga que, mesmo sem ser procurada, se aproxima deles com o intuito de ajudá-los”.
E assim, mulher, vais tocando a vida: exercendo cada uma dessas profissões com o esmero que elas exigem e com o amor que todos necessitam, tudo na dosagem certa e dentro das tuas limitações. Mas não podemos nos esquecer de mencionar aquela que exerces com indiscutível dedicação, incomparável destreza e inigualável amor: MÃE, cujo Criador confiou somente a ti a responsabilidade para exercê-la.