terça-feira, 31 de dezembro de 2013

UM DEDO DE PROSA

REFLEXÕES DE ANO NOVO

            A poucas horas do fim de 2013, tento lembrar o que fiz em benefício da humanidade e não consigo trazer à mente uma açãozinha sequer!... e assim como eu, grande parte da população mundial nada fez para que possamos ter em 2014 um mundo mais harmonioso e mais justo com quem nele habita.
            Acostumados estamos a olhar, tão somente, para os nossos próprios umbigos. Enquanto isso, nossos “irmãos” estão morrendo em consequência da falta de amor fraterno. Muitos são os conflitos políticos, religiosos e sociais acontecendo mundo afora, conflitos estes responsáveis pelo número exagerado de mortos e/ou mutilados. Esperar que Deus os ajude é pouco!...
            Primeiramente, devemos nos apegar a Deus e pedir que Ele nos dê um pouco mais de sabedoria e discernimento, pois somente assim saberemos o que fazer e como fazer para pôr fim nesses conflitos geradores de desgraças e misérias; talvez assim consigamos abrir nossos olhos para o que acontece à nossa volta e encontremos uma solução para parte desses problemas que “não nos dizem respeito”, os quais fazemos questão de fingir que não estamos vendo e, consequentemente, nada fazemos para que tenham fim.
            Enfim, não espero que tenhamos um 2014 diferente. Espero sim, que sejamos diferentes, que tenhamos atitudes e comportamentos diferentes e, sobretudo, que possamos fazer a diferença, pois será essa diferença a responsável pela diminuição das diferenças políticas, raciais, sociais e ideológicas que assolam o mundo com guerras que não trazem quaisquer benefícios à humanidade.


MEUS VERSOS LÍRICOS

NA VIRADA DO ANO
(Joésio Menezes)

Mais um ano que se finda
E eu não cumpri, ainda,
As promessas do ano passado.
Mas nada que possa impedir
O Deus-Pai de ouvir
Meus pedidos renovados...

Aproxima-se um novo ano
E continuo fazendo planos,
Como fiz ano passado.
E tenho fé em Deus
Que alguns sonhos meus
Serão um dia realizados.

E mesmo qu’eu não peça nada,
No momento da virada
Deus estará ao meu lado
Para guiar-me pelos caminhos,
Ora de flores ora de espinhos,
Por Ele já traçados.


NOVOS TEMPOS
(Joésio Menezes)

Hoje vi o nascer de um novo dia,
E com ele, renascer a esperança
De termos com Deus uma nova aliança,
De ver entre os homens eterna harmonia.

Vi os homens se abraçando com alegria,
Vi a humanidade recebendo como herança
Do Criador mais um voto de confiança,
Vi ressurgir do amor a grande magia.

Vi todas as Nações, fielmente unidas,
Buscando curar as enormes feridas
Pelos homens espalhadas na Terra.

Vi um mundo sem desigualdades sociais,
Sem conflitos religiosos ou raciais,
Sem desgraças, sem fome, sem guerra...
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA

PARA O ANO NOVO, DESEJO QUE...
(Alvaro Socci)

"...se for pra fazer guerra, que seja de travesseiro;
Se for pra ter solidão, que seja no chuveiro;
Se for pra perder, que seja o medo;
Se for pra mentir, que seja a idade;
Se for pra matar, que seja a saudade.

Se for pra morrer, que seja de amor;
Se for pra tirar de alguém, que seja sua dor;
Se for pra ir embora, que seja a tristeza.

Se for pra chorar um dia, que seja de alegria;
Se for pra cair, que seja na folia;
Se for pra bater, que seja um bolo;
Se for pra roubar, que seja um bolo;
Se for pra matar, que seja de desejo."


ORAÇÃO DO NOVO TEMPO
(Jussara Alves)

Desejo de todo meu coração e minha alma
que neste novo ano que se aproxima
eu magoe menos e seja menos magoada
eu provoque menos e seja menos provocada
eu aborreça menos e seja menos aborrecida
eu insulte menos e seja menos insultada
eu chore menos e provoque menos lágrimas
eu cobre menos e seja menos cobrada.
Do âmago do meu ser
que eu seja menos dependente
que eu seja menos sofrida
que eu seja menos amargurada
que eu seja menos fingida.
Sinceramente quero
ser mais amiga
mais sincera
mais amável
mais amada
mais compreensível
mais flexível
mais feliz
mais viva!
Amém!


CRÔNICA DA SEMANA

NO ANO PASSADO...
(Mario Quintana)

Já repararam como é bom dizer "o ano passado"? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse "tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraordinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas no ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano passado deparei com um despacho da Associeted Press em que, depois de anunciado como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo, informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:
"Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos rachados".
Ótimo! O meu ímpeto, modesto mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, à guisa de explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás praticamente irrealizável, porque resido num andar térreo. E, por outro lado, metáforas a gente não faz para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para aproveitar em versos...
Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado.
Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenômeno de morte e ressurreição - morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da nossa vida velha para uma vida nova.


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

UM DEDO DE PROSA

REFLEXÕES INTROSPECTIVAS


Introspectivamente falando, acho que a humanidade está perdida. Porém, espiritualmente refletindo, acredito que os homens ainda têm conserto. Não esses meus contemporâneos - que não mais têm salvação -, mas os homens ainda pueris, em fase de crescimento, em processo de formação de caráter, em preparação para a maturidade enquanto filhos de Deus, enquanto seres verdadeiramente HUMANOS e sociáveis.
Desde que o homem passou a ignorar o real valor de um ato de CARIDADE e o verdadeiro significado da palavra AMOR, deixando de lado os preceitos morais, religiosos e sociais e passando a acreditar tão somente no poder do “deus cifrão”, ele tornou a sua entrada (bem como a dos seus) no paraíso cada vez mais difícil, pois como bem afirmou Jesus Cristo, “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mt 19:22-24).
Entanto, não devemos levar isso “ao pé da letra”, pois nem todos os ricos são totalmente insensíveis e materialistas, assim como nem todos os desprovidos de bens materiais são dotados de humildade e bom coração. Fato é que Deus tem ficado em segundo ou terceiro plano no seio familiar, ou seja, Ele não tem sido o centro das atenções durante as reuniões em família.
A verdade é que pouquíssimos são os pais que ainda ensinam os filhos a fazerem suas orações de agradecimento antes das refeições ou antes de dormirem. Menor ainda é o número de famílias que têm o hábito de falar aos seus filhos sobre o maior e mais humilde de todos os homens: JESUS CRISTO, o unigênito de Deus, e sobre a força milagrosa que o ESPÍRITO SANTO exerce sobre nós. E seguindo nessa mesma linha de raciocínio, é quase ínfima a quantidade de pessoas que realmente conhecem e acreditam na grandeza e no poder da SANTÍSSIMA TRINDADE, Deus único preconizado em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
E é por essas e outras que continuo achando que a humanidade está perdida...

MEUS VERSOS LÍRICOS

FOGO VITAL
(Joésio Menezes)

Neste momento, o que eu muito queria
Era ter asas e poder voar
Na direção do Sol pra te encontrar
Sorrindo para mim à luz do dia.

E te encontrando, eu te beijaria
Com o propósito de atear
Mais fogo nessa “coisa” a nos queimar
As nossas entranhas em demasia.

E quando pelo fogo dominados,
Ficaríamos ali, atracados,
Até a nossa explosão final...

Em êxtase e demonstrando cansaço,
Trocaríamos beijos e abraços
Em busca do nosso fogo vital.


NOSSO FOGO
(Joésio Menezes)

Já que a carne é fraca,
O nervo precisa ser de aço
Para resistir ao calor do fogo
Que arde em nossas entranhas
E incendeia a nossa libido.

Motivadas por esse fogo intenso,
Maiores devem ser as chamas
Do nosso desejo a fim de que ambos
Possamos nos entregar ao furor venéreo
Provocado pelo calor dos nossos corpos.

E quando esse nosso furor
Estiver em repouso pós-orgástico,
Entregaremo-nos às carícias,
Que reacenderão nosso fogo
E nos levarão a um novo ato copular...
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA

ENCANTOS DE UMA FLOR
(Kora Lopes)

Quanta beleza há na flor
Que encanta o nosso olhar,
Que perfuma o nosso ar
E nos faz lembrar o amor...

Mas o seu belo colorido
Que nos lembra uma aquarela
É frágil como a luz de uma vela
Que logo tem seu brilho perdido...

Mas apesar da fragilidade
Que existe em cada flor,
Ela simboliza o amor,

A paixão, a amizade...
Ela é dádiva do Criador
Aos que tem sensibilidade...


DIVINAL
(Andréa Joy)

É algo da carne?
Não...É espiritual
é magistral
nada convencional

Só sei que me esbaldo
de lembranças que eu guardo
a boca sempre em silêncio
Aos gritos estão meus pensamentos

Eu tive você aqui
Dentro de mim
Nesse momento está perdido
Sente medo do que é seu, do acontecido

No peito, esperança
Em um dia eternizar
Sua imagem em minha aura
No seu peito o meu lugar.
CRÔNICA DA SEMANA

DAR NÃO É FAZER AMOR
(Tati Bernardi)

Dar é dar. Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete. Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca... Te chama de nomes que eu não escreveria... Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom. Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar... Sem querer apresentar pra mãe... Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo. Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado... Te molha o instinto. Dar porque a vida é estressante e dar relaxa. Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã. Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito. Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro. Dar é bom, na hora. Durante um mês. Para os mais desavisados, talvez anos. Mas dar é dar demais e ficar vazio. Dar é não ganhar. É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro. É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir. É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: "Que que cê acha, amor?".
É não ter companhia garantida para viajar. É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia. Dar é não querer dormir encaixadinho... É não ter alguém para ouvir seus dengos... Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito. Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor. Esse sim é o maior tesão. Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
Experimente ser amado...

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

UM DEDO DE PROSA

ENTRE CORES E OLORES

Finalmente, cá estamos nós curtindo mais uma vez a beleza e o encanto da “Estação das Flores”.
Pois é, a PRIMAVERA voltou... e voltou sob um calor infernal, daqueles de derreter os miolos e amolecer o asfalto. Mas, em alguns dias, esse calor escaldante irá embora (assim espero!) e em seu lugar surgirão as flores, sorrindo para a Natureza e insinuando-se às abelhas, às borboletas e aos colibris, nobres operários da polinização natural e eternos galanteadores dessas que ornam nossas vidas com as suas mais delicadas cores e perfumam nossa alma com os seus mais suaves olores, as FLORES.
            O ano simplesmente começa a ter um pouco mais de beleza depois que ela, a PRIMAVERA, nos dá o ar da sua graça e nos permite viver a magia colorida e perfumosa da sua vida, tão efêmera quanto o tempo que escorre pela pequena passagem de areia da ampulheta: três meses é a sua data de validade... Três meses muito bem aproveitados por aqueles “nobres operários” que dela necessitam para continuarem disseminando VIDA Natureza adentro.

MEUS VERSOS LÍRICOS

FOTOGRAFIAS
(Joésio Menezes)

À espera do meu olhar faminto
E cheio de desejos descarados,
Tuas fotos são como o labirinto
Que nos leva a caminhos complicados.

E tudo que nessa hora eu sinto,
Faz de mim um ser desajuizado
Que age somente pelo instinto
Toda vez que se encontra excitado.

Sei que são apenas fotografias
Inertes nalgumas molduras frias,
Mas elas instigam minha libido.

São fotos simples, cujo conteúdo
Revela-me o teu pudor desnudo
E causa-me desejos atrevidos.


CICLO DA PRIMAVERA
(Joésio Menezes)

Cigarra cantou,
Primavera chegou,
Milagre aconteceu,

Chuva caiu,
Natureza floriu,
Esperança nasceu,

Vida desabrochou,
Borboleta voou,
Amor floresceu,

Coração sentiu,
Inspiração surgiu,
Poeta escreveu...
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA

UM GRANDE AMOR
(Mário Feijó)

Neste momento
Eu queria ter
A liberdade do vento
A velocidade da luz

Eu queria poder ir e vir
Sem ter que dar explicações
Eu queria poder
Mudar de lugar a qualquer hora

Nada ter
Nada levar
Estar hoje aqui
Amanhã acolá

Eu queria agora
Ter a eterna energia da juventude
Que joguei fora sem um grande amor
Para poder me inebriar como faço agora...


DESEJOS
(Andréa Joy)

Vidas se cruzam
Sonhos se unem

Cheiros se confundem
Beijos se saboreiam

Palavras sussurradas
Prazer nas madrugadas

Desejos incontroláveis
Medos inevitáveis

As solidões se somam
À distância fria de um beijo,
Na memória um lampejo
De estarem juntos uma vez mais...
CRÔNICA DA SEMANA

PRIMAVERA
(Cecília Meireles)

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.