quarta-feira, 27 de março de 2013

UM DEDO DE PROSA



PROCURANDO RESPOSTAS

Procuro entender o porquê das coisas, e a cada questionamento que me faço, mais dúvidas me surgem e isso leva a outros questionamentos, os quais levam a outros e mais outros e outros mais.
Procuro entender, por exemplo, porque o ódio persiste em fazer moradia no coração dos homens; porque, hoje em dia, o amor está em segundo plano; porque os jovens não mais valorizam a vida; porque o tempo é tão efêmero e imparcial em relação às pessoas; porque a humanidade é tão complacente com o vil metal e tão displicente com a Natureza, grande fonte de recursos naturais e, principalmente, de vida; porque a indústria da guerra cresce em maiores proporções que a da paz; porque o Sol brilha para todos, e não somente aos que merecem o esplendor da sua luz...
E nessa busca incessante por respostas quase óbvias, deparo-me com a benevolência e o amor de Deus, que se faz presente em tudo e em todos os lugares, principalmente no coração daqueles que O renegam.
MEUS VERSOS LÍRICOS



JESUS, O ÚNICO CAMINHO
(Joésio Menezes)

- aos corações aflitos

Se estás precisando de cura,
De um pai, um amigo, uma luz,
Não precisas ir longe com a procura,
Tudo isso encontrarás em Jesus.

Somente Ele será capaz
De tudo oferecer-te e nada cobrar.
Ele perdoa, salva e leva a paz
A quem muito pede e pouco sabe dar...

Não te aflijas, ó meu bom amigo!
Quando estiveres em perigo,
Ele nunca te deixará sozinho.

E quando ao Pai precisares ir,
A Jesus, com devoção, deves pedir,
Pois Ele é o único caminho.


ENTRE DORES E RISOS
(Joésio Menezes)

- ao amigo Vivaldo Bernardes -

Teu sofrimento, meu velho amigo,
Nada mais é que a manifestação
Do Amor em busca de um abrigo
Que te traga menos sofreguidão.

Mas, tal sofrimento é um castigo
Às coronárias do teu coração,
Que sempre foi solidário contigo
Nas dores causadas pela paixão.

Entanto, teu Amor é muito forte
E há de tanger pra longe a morte,
Que nos espera sem constrangimento.

E, juntos, daremos muitas risadas
Das dores que te foram provocadas
Pela paixão e outros sentimentos.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA




SAUDADE
(Patativa do Assaré)

"Saudade dentro do peito
É qual fogo de monturo
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo.

Há dor que mata a pessoa
Sem dó e sem piedade,
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.

Saudade é um aperreio
Pra quem na vida gozou,
É um grande saco cheio
Daquilo que já passou.

Saudade é canto magoado
No coração de quem sente
É como a voz do passado
Ecoando no presente"


AS FLÔ DE PUXINANÃ
(Zé da Luz)

Paródia de As “Flô de Gerematáia”,
de Napoleão Menezes.

Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.

A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.

Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.

A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.

Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.

Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.

Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!
CRÔNICA DA SEMANA



O HOMEM - UM SER EGOÍSTA
(Arthur Schopenhauer, in A Arte de Insultar)

O motor principal e fundamental no homem, bem como nos animais, é o egoísmo, ou seja, o impulso à existência e ao bem-estar. [...] Na verdade, tanto nos animais quanto nos seres humanos, o egoísmo chega a ser idêntico, pois em ambos une-se perfeitamente ao seu âmago e à sua essência.
Desse modo, todas as ações dos homens e dos animais surgem, em regra, do egoísmo, e a ele também se atribui sempre a tentativa de explicar uma determinada ação. Nas suas ações baseia-se também, em geral, o cálculo de todos os meios pelos quais procura-se dirigir os seres humanos a um objetivo.
Por natureza, o egoísmo é ilimitado: o homem quer conservar a sua existência utilizando qualquer meio ao seu alcance, quer ficar totalmente livre das dores que também incluem a falta e a privação, quer a maior quantidade possível de bem-estar e todo o prazer de que for capaz, e chega até mesmo a tentar desenvolver em si mesmo, quando possível, novas capacidades de deleite.
Tudo o que se opõe ao ímpeto do seu egoísmo provoca o seu mau humor, a sua ira e o seu ódio: ele tentará aniquilá-lo como a um inimigo. Quer possivelmente desfrutar de tudo e possuir tudo; mas, como isso é impossível, quer, pelo menos, dominar tudo: "Tudo para mim e nada para os outros" é o seu lema.
O egoísmo é gigantesco: ele rege o mundo.