CRÔNICA DA SEMANA
O HOMEM - UM SER EGOÍSTA
(Arthur Schopenhauer, in A Arte de Insultar)
O motor
principal e fundamental no homem, bem como nos animais, é o egoísmo, ou seja, o
impulso à existência e ao bem-estar. [...] Na verdade, tanto nos animais quanto
nos seres humanos, o egoísmo chega a ser idêntico, pois em ambos une-se
perfeitamente ao seu âmago e à sua essência.
Desse modo,
todas as ações dos homens e dos animais surgem, em regra, do egoísmo, e a ele
também se atribui sempre a tentativa de explicar uma determinada ação. Nas suas
ações baseia-se também, em geral, o cálculo de todos os meios pelos quais
procura-se dirigir os seres humanos a um objetivo.
Por natureza, o
egoísmo é ilimitado: o homem quer conservar a sua existência utilizando
qualquer meio ao seu alcance, quer ficar totalmente livre das dores que também
incluem a falta e a privação, quer a maior quantidade possível de bem-estar e
todo o prazer de que for capaz, e chega até mesmo a tentar desenvolver em si
mesmo, quando possível, novas capacidades de deleite.
Tudo o que se
opõe ao ímpeto do seu egoísmo provoca o seu mau humor, a sua ira e o seu ódio:
ele tentará aniquilá-lo como a um inimigo. Quer possivelmente desfrutar de tudo
e possuir tudo; mas, como isso é impossível, quer, pelo menos, dominar tudo:
"Tudo para mim e nada para os outros" é o seu lema.
O egoísmo é
gigantesco: ele rege o mundo.
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