O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA
(Patativa
do Assaré)
"Saudade
dentro do peito
É
qual fogo de monturo
Por
fora tudo perfeito,
Por
dentro fazendo furo.
Há
dor que mata a pessoa
Sem
dó e sem piedade,
Porém
não há dor que doa
Como
a dor de uma saudade.
Saudade
é um aperreio
Pra
quem na vida gozou,
É
um grande saco cheio
Daquilo
que já passou.
Saudade
é canto magoado
No
coração de quem sente
É
como a voz do passado
Ecoando
no presente"
AS
FLÔ DE PUXINANÃ
(Zé da Luz)
Paródia
de As “Flô de Gerematáia”,
de
Napoleão Menezes.
Três
muié ou três irmã,
três
cachôrra da mulesta,
eu
vi num dia de festa,
no
lugar Puxinanã.
A
mais véia, a mais ribusta
era
mermo uma tentação!
mimosa
flô do sertão
que
o povo chamava Ogusta.
A
segunda, a Guléimina,
tinha
uns ói qui ô! mardição!
Matava
quarqué critão
os
oiá déssa minina.
Os
ói dela paricia
duas
istrêla tremendo,
se
apagando e se acendendo
em
noite de ventania.
A
tercêra, era Maroca.
Cum
um cóipo muito má feito.
Mas
porém, tinha nos peito
dois
cuscús de mandioca.
Dois
cuscús, qui, prú capricho,
quando
ela passou pru eu,
minhas
venta se acendeu
cum
o chêro vindo dos bicho.
Eu
inté, me atrapaiava,
sem
sabê das três irmã
qui
ei vi im Puxinanã,
qual
era a qui mi agradava.
Inscuiendo
a minha cruz
prá
sair desse imbaraço,
desejei,
morrê nos braços,
da
dona dos dois cuscús!
Nenhum comentário:
Postar um comentário