quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

UM DEDO DE PROSA


ENFIM, O NATAL!...
(com direito a panetones e tudo mais)

Ufa!... Finalmente chegamos a mais um FIM DE ANO!...
Não do jeito que queríamos: relembrando somente o que de bom nos aconteceu. Mesmo assim chegamos todos até aqui, vivos, sãos e salvos, principalmente da fúria da natureza que não economizou em catástrofes, e com toda razão, pois os homens há muito tempo vêm dando-lhe motivos para isso.
Mas, infelizmente, fomos obrigados a presenciar, também, o que de mais feio o homem pôde fazer no decorrer do ano: violência; corrupção; escândalos políticos, religiosos e sociais; falta de caráter; inescrupulosidade, mentiras; desrespeito à natureza, à vida, ao próximo e a si mesmo...
Porém, cá estamos nós mais uma vez, festejando o NATAL e preparando-nos para a entrada do NOVO ANO que se aproxima.
E cheios de esperanças, invocamos o nome de Deus para que Ele interceda por nós; para que Ele possa abrir os corações que há muito estão fechados para o amor, para a solidariedade e para o espírito fraterno.
Que Ele possa entrar no coração dos homens e lá faça Sua obra. Amém!...

Um FELIZ NATAL a todos e um 2010 REPLETO de realizações.
MEUS VERSOS LÍRICOS


CORDEL AO ESPÍRITO NATALINO
(Joésio Menezes)

“Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel”
E que todos, quando morrêssemos,
Iríamos morar no Céu,
Mas como anda a humanidade
Sem o espírito de fraternidade
Será difícil esse laurel.

Será difícil, também,
Conseguirmos a Salvação,
Pois o homem, ambicioso,
Não tem Cristo no coração...
Não tem espírito de gente
Nem amor o suficiente
Para doar a um irmão.

Não tem ele discernimento
Do que é certo ou errado,
Tampouco conhece a história
Do Jesus crucificado
Que deu sua própria vida
Por essa gente desmerecida
Desse Seu nobre legado.

Imolado numa cruz
Ele morreu para nos salvar
Da ira do próprio homem
Que não se cansa de pensar
Que é um ser onisciente,
Soberano, onipotente
E incapaz de errar...

Mas inda resta a esperança
De que a humanidade
Possa abrir seu coração
E, com sobriedade,
Conheça a história de Jesus
Que, morto numa cruz,
Nos amou de verdade.

E essa tal esperança
Nos chega com o Natal,
Tempo de fraternidade,
Festa sem outra igual,
Pois nesse dia o Salvador,
Filho do Criador,
Nasceu livre de todo o mal,

Inclusive do pecado
Que consome o ser humano
Que o faz pensar somente
No poder sobre-humano
De dominar o mundo,
Sentimento oriundo
De um coração tirano.

Mas o espírito natalino
Renova as emoções,
Traz de volta o amor
Aos nossos corações;
Nos enche de alegria,
Nos alimenta a fantasia
De sermos os guardiões

Daquele amor infinito
Que Jesus de Nazaré
Demonstrou pelo homem
Tão necessitado de fé
E muito carente de amor,
Mas cheio de rancor
Tenho certeza que é.

Tenho certeza, ainda,
Que o homem sem Jesus
Não consegue enxergar
Sem o clarão da luz
Que ilumina o caminho
Dos que pensam estar sozinhos
Carregando sua cruz.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA


UM CORDEL PARA O NATAL
(Érica Montenegro)

A festa já está nas ruas
Tem gente se preparando
Poucos lembram, é verdade
Quem está aniversariando
É Jesus, o Mestre, o Guia
Que no Natal vem chegando

Comprar roupa e Peru
Panetone e presente
Será mesmo que o Cristo
É lembrado ultimamente?
Cada loja a se arrumar
Só pensando no cliente

Basta só olhar à frente
Não sei bem o que dizer
Pois já penso que o Natal
Algo bem maior vem ser
Muitos já enfeitam as casas
Poucos sabem o porquê

Hoje me ponho a pensar
Em nosso mestre, Jesus
Na pobreza da lapinha
A sua morte lá na cruz
E após os dois mil anos
Ainda brilha sua luz

Tudo bem que no Natal
O importante é cultivar
A cultura natalina
É também presentear
E só mesmo nessa época
Uns se lembram de ajudar

Desejamos pra você
Um Natal de muita paz
Alegria e saúde
Pra poder correr atrás
De tudo que necessita
E que já não se tem mais

Que um lindo Ano Novo
Faça logo sua chegada
Trazendo-lhe muita força
Para a nova caminhada
E que o amor seja o ponto
De partida e de chegada.
CRÔNICA DA SEMANA


CRÔNICA DE NATAL
(Emilio Carlos Alves)

Quando chega o Natal todos se esmeram em dar presentes para os parentes, amigos, colegas de serviço, etc. Os mais abastados preparam a ceia com os produtos típicos da época que, devido à tradição são importados e, portanto, vendidos a preços proibitivos para a população em geral.
Não interessa! Até mesmo nos lares mais humildes, a presença do Natal é sentida e comemorada de forma especial, principalmente pelas crianças, que vêem na data uma oportunidade, talvez a única, de receber um brinquedo - usado que seja – mas que para elas representaria a realização de um sonho.
Ah! Voltar no tempo, voltar à infância. Dormir, ansioso para acordar no dia seguinte diante de um presente que nos foi deixado pelo Papai Noel. Se não foi possível, a frustração do momento, dará lugar à esperança do futuro (no ano que vem, o presente virá, pois este ano Papai Noel não deve ter tido tempo...).
Mas, e o Natal? O que é o Natal?
Alguns darão um enfoque capitalista, pragmático, no qual o Natal é um período do ano em que as pessoas gastam e consomem mais, adquirindo presentes e produtos alusivos à data. Há os chamados “festeiros” ou “arroz de festa” e, para eles, é mais um motivo para comemoração.
Há também os consumistas inveterados, chamados “compulsivos”, que aproveitam “as festas” para dar vazão a sua volúpia de compras, “atacando” o comércio “a prazo” e endividando-se para o resto do ano.
Segundo os dicionaristas, NATAL é um adjetivo que diz respeito ao dia do nascimento. É também um substantivo, dia em que se comemora o nascimento de CRISTO. É, sobretudo neste conceito que estamos interessados.
É que poucos comemoram, na verdade, o nascimento do Cristo, o nascimento de um Deus, ocorrido no meio do nada, num estábulo, perante a assistência de alguns animais.No entanto, um Rei, um Senhor, um Soberano, que veio ao mundo para anunciar o Reino dos Céus, inaugurando uma “Nova Era de Esperança para os homens de boa vontade”.
Faço votos que neste Natal tenhamos uma “festa de aniversário”; celebrando, cada um nós, dentro de nossas possibilidades, a Fraternidade, o Aniversário de Jesus, que é o verdadeiro e único motivo para a comemoração.
Finalmente, dentro do chamado “espírito de natal”, façamos uma festa solidária, convidando parentes, amigos e etc.
Ah! Uma recomendação importante se faz pertinente: Não esqueçamos de convidar o Aniversariante.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

UM DEDO DE PROSA


PRATO DO DIA: PIZZA A MODA DA CASA

Como já era previsto, nada de NOVO (ou diferente) na política brasileira, inclusive no que se refere ao seu desfecho final.
Com as denúncias feitas pela operação CAIXA DE PANDORA, da Polícia Federal, muitos foram os nomes envolvidos no esquema de corrupção no GDF; grande foi a repercussão no cenário nacional; maior ainda foi o número de “desculpas esfarrapadas” por parte do envolvidos, cujo “chefe da quadrilha” é o governador do DF, o “Comigo Ninguém Pode”, que, atolado até o pescoço no “mar de lama” que se tornou Brasília, convocou seus comparsas para um “almoço de negócios ilícitos”.
E qual teria sido o cardápio?
Estava mais do que óbvio!... De entrada foram servidas algumas fatias de panetone. A seguir veio o prato principal: a já tradicional PIZZA. E como nossos parlamentares são pessoas caridosas, a sobremesa foi servida aos eleitores que neles confiaram seu voto: uma BANANA coletiva.
Depois do almoço, seguiram todos para o “antro da corrupção” intitulado Câmara Legislativa e lá votaram pelo recesso parlamentar, antes, porém, aprovaram o orçamento de 2010, no qual foram incluídas todas as empresas citadas pela operação CAIXA DE PANDORA no esquema do MENSALÃO do DF.
Prevaleceu a "falta de vergonha" dos nossos políticos e mais uma vez a vontade popular foi ignorada.
MEUS VERSOS LÍRICOS


MÃOS
(Joésio Menezes)

As mãos que espancam
São as mesmas que acariciam,
As mesmas que abnegam,
As mesmas que reverenciam.
São as mesmas que matam
E também as que prendem,
São as mesmas que atacam,
As mesmas que defendem...

As mãos que recebem
São as mesmas que doam,
As mesmas que semeiam
E também abençoam...
As mãos que pedem
E oferecem um favor,
São as mesmas que lêem
E falam a linguagem do amor.


TEU FEITIÇO
(Joésio Menezes)

Descobri em ti o mais bondoso
E, ao mesmo tempo,
O mais perverso dos feitiços...

Bondoso porque me encanta,
Me extasia,
Me deslumbra...

Bondoso porque me enche de anseios,
De desejos, de gracejos,
De ilusões, de emoções,
De sonhos, de fantasias...

Perverso porque
Quanto mais tento desvencilhar-me,
Mais preso a ele me sinto.

Perverso porque
Quanto mais tento te esquecer,
Mais apegado estou a ti.

Perverso porque
Quanto mais tento sorrir,
Mais encho os olhos de lágrimas.

Perverso porque quanto mais sinto
Que não sei viver sem ti,
Mais te distancias de mim.

Perverso porque seu efeito é irreversível,
O que torna minha vida passível
Desse feitiço gostoso, porém ruim.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA



QUESTÃO DE PONTUAÇÃO
(João Cabral de Melo Neto)


Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);


viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia);
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política):

o homem só não aceita do homem
que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive
o inevitável ponto final.


CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO
(Mario Quintana)

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.

Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...

E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...

A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.
CRÔNICA DA SEMANA


AINDA QUE OS SONHOS PASSEM DO PONTO...
(Pedro Brasil Jr.)

Dentre os doze meses do ano, setembro é um dos que mais aprecio, porque ele demarca a chegada da Primavera, por sinal, uma das estações mais belas. É a época em que a vida se renova feita borboleta que sai do casulo e, além disso, as árvores ganham nova roupagem verdejante e, muitas delas, apetrechos multicores nas mais variadas formas florais.
A cada ano sempre fico atento para esta época maravilhosa e, justo agora, quando setembro adentrou pelo calendário, me pego atarefadíssimo em minhas atividades profissionais, e nestes últimos quinze dias, sinceramente, não tive como chegar até aqui para registrar as curiosidades, as piadas, as mensagens, os lançamentos de livros, as peças de teatro e tantas outras coisas com as quais a gente interage a cada mês que se esvai.Dentro do que for possível, prometo não dar um espaço tão grande, no entanto, saibam, a todos que interessar que meu dia começou às nove da manhã desta segunda-feira, dia 14 e já estou a uma da manhã deste dia 15, aqui, em frente ao computador traçando estas linhas num esforço que me divide entre o teclado e a cama, que me espera logo ali.
Bem; os sonhos podem esperar um cadinho mais e ainda que porventura “passem do ponto”, tenho absoluta certeza de que vão continuar bem doces, como deve ser um bom sonho, bem recheado de maravilhas que encantem a alma por onde ela achar que deve ir dar sua voltinha de praxe. Já aqui, diante dessa maravilha tecnológica que é o computador, um esforço a mais sempre valerá a pena, até porque, logo mais um novo dia vai raiar e lá vamos nós, para nossas jornadas de trabalho sem que se possa permitir o descuido de não admirar de verdade a fantástica dádiva de estar vivo e poder usufruir das maravilhas que o mundo oferece.
Sei que todos temos nossos problemas, mas eles; devem fazer fila e a gente vai resolvendo um de cada vez afinal, o dia tem 24 longas horas e ainda que a gente fique sem tempo para muitas coisas, não se pode deixar passar a chance de dedicar alguns minutos para abraçar quem se ama ou então, dar uma ligadinha só para desejar aquele fantástico “bom dia!”.
Setembro está ai e daqui a pouco, é Primavera no ar uma vez mais e que esta estação contagiante possa preencher a alma e o coração de cada um de vocês com a sua inimitável magia de nos mostrar o quanto a vida é bela, o quanto viver faz bem à própria existência.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

UM DEDO DE PROSA


2009: O ANO DA MINHA REDENÇÃO

Fazendo uma análise da minha vida de “escritor”, 2009 foi o ano.
Em agosto próximo passado (mês do aniversário de Planaltina) recebi uma belíssima homenagem no desfile da cidade. Em setembro fui agraciado com a primeira colocação no “Concurso Literário 200 anos de Louis Braille”.
E as boas novas não pararam por aí não!...
Em julho inscrevi três textos no “Concurso Literário Internacional Cidade de Conselheiro Lafayete”, em Minas Gerais, promovido pela Academia de Ciências e Letras daquela cidade (ACLCF). E eis que agora me chega a boa notícia: dois dos três textos inscritos ficaram em 3º lugar, nas categorias CONTOS e POESIA.
Para muitos, o terceiro lugar talvez não tenha importância alguma, porém para mim significa muito, principalmente em se tratando de um concurso internacional, pois é a prova de que estou no caminho certo; de que meus textos, apesar de não agradarem a “gregos e troianos”, estão sendo reconhecidos, e não somente por parentes e amigos, mas também pelo público fora do meu convívio diário.
Tudo isso que me reservou o ano de 2009 é um estímulo a mais para eu continuar escrevendo e, se possível, publicando meus textos, ainda que sejam eles rejeitados por alguns “exigentes” leitores, os quais quase me levaram a desistir do ofício. Mas como os MENEZES tobienses são persistentes (para não dizer TEIMOSOS), não desisti e aqui estou eu “sorrindo para as paredes” com o bom êxito dos meus escritos.
MEUS VERSOS LÍRICOS


E POR FALAR EM FLORES...
(Joésio Menezes)

“Prá não dizer que não falei das flores”,
Hoje meus versos serão para ti:
És um encanto, cheia de pudores,
Dos jardins a mais bela que já vi.

És dotada de invejáveis primores,
Perfeita assim eu jamais conheci...
Teu sorriso e teu olhar sedutores
Excitam o pequeno colibri.

Inebriam o modesto poeta
Teu jeito, tua maneira discreta,
Teu perfume, teu corpo imaculado.

“Prá não dizer que não falei das flores”,
Deixo a ti os meus versos reveladores
Que me revelam um poeta apaixonado.


CORPO, ALMA E MENTE
(Joésio Menezes)

Eis que assim tão de repente,
Corpo, alma e mente,
Tudo em mim se agita...
Sempre que estou ao teu lado
Meu corpo fica excitado
E, sem medo, de êxtase levita.

Minh’alma, por mais que tente,
Não consegue fugir facilmente
Do teu cheiro, que a deixa inebriada.
Por isso vagueia pelo mundo
Feito um espirito moribundo,
Parecendo um’alma penada.

Minha mente – ó pobre mente! –
Não pensa noutra coisa, somente
No conjunto que sempre a excita:
Teu olhar fulminante e sedutor,
Teu corpo a espera de amor
E o teu cheiro refrescante de cecita.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA


ORAÇÃO DA PROPINA
(Jomar Álace Santana)

Valei-me Nossa Senhora
Do Reino da Pedra Fina,
Tanta meia recheada
Com o níquel da fedentina!
No pisotear da grana,
Reza em coro a ratazana
A Oração da Propina.

São Leonardo Imprudente,
Orai até não ter jeito,
Entupa a roupa de notas,
Os pés esquerdo e direito,
E, se não couber na meia,
Peça a Santa Eurides Feia
Pra socar no meio dos peitos.

São Benedito Domingos,
Vá chamar Santo Odilon,
Que São Brunelli já foi
Se fartar do que é bom,
Diga a Santa Eurides Brito
Que movimente o cambito
E me empreste o califon.

Me proteja, São Durval,
De tudo quanto é torpeza,
Filme o pântano distrital
(Peixe grande e miudeza),
Tore o podre na raiz:
Desde os tempos de Roriz
Que é grande a safadeza.

Santo Benício Tavares,
Que não pode nem andar
Mas tem duas mãos muito ágeis
Para o dinheiro pegar,
Num barco agarrou sem dó
Uma índia caiapó,
Deus me livre de ir lá!

Orai, santos distritais,
rogai pelos penitentes:
São Roriz e São Arruda,
São PO e São Valente,
Tenham piedade do povo.
Viva São Pedro do Ovo,
Que bota o ovo na gente!

Que o Santo Rogério Ulisses,
Lá de São Sebastião,
Fale com São Maciel
Pra me emprestar R$ 1 milhão
Que veio de Santa Cristina,
Uma santa muita fina,
Protetora de ladrão.

E se eu fosse São Arruda
Não largaria a questão:
Não foi ele quem inventou
Esse tal de mensalão.
Faz tempo que as empresas
Vivem nessa safadeza,
Mantendo a corrupção.

Mensalão já teve em Minas
E no plano federal,
No Rio Grande do Sul
E até no Pantanal.
Mais rasteiro que o chão,
Só faltava o mensalão
Do Governo Distrital.

Santo Omézio, São Lamoglia
E Santo Roberto Giffoni,
Que os anjos toquem trombetas
Em mais de mil microfones
E mandem neste Natal
Pra cada lar distrital
Uma festa de panetones!
CRÔNICA DA SEMANA


MULHERES
(Luís Fernando Veríssimo)

Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.
Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?
E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?
E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?
E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
"Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça..."
Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...
O sexto-sentido não faz sentido!
É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!
E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?
E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...
Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).
As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?
Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...
É choro feminino. É choro de mulher...
Já viram como as mulheres conversam com os olhos?
Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?
Elas conhecem todos...
Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.
EN-FEI-TI-ÇAM !
E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...
Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.
O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento
que os faz dormir nessa hora."

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

UM DEDO DE PROSA

A CAIXA DE PANDORA E OS PANETONES DE ARRUDA

Na mitologia grega, a caixa de Pandora é ainda um mistério que poucos gostariam de desvendar tendo em vista que, segundo a lenda, todas as maldades da humanidade lá estariam guardadas, esperando o momento oportuno de serem distribuídas entre os homens que durante a vida toda clamam por elas.
Recentemente, foi noticiada pela imprensa brasileira que a Polícia Federal, ousadamente, abriu-a em Brasília, e para a “surpresa” de todos nós, foram encontradas no seu interior algumas mazelas deixadas pelos vitalícios “poderosos” da previsível política verde-amarela da América do Sul. Mazelas estas já conhecidas e vivenciadas por nós, “inocentes eleitores” brasileiros, “noutros carnavais” fora de época; mazelas copiadas e maculadas pela má índole dos que lá se perpetuaram e dos recém-chegados a ela (a política verde-amarela). E a “bola da vez” é o alto escalão do GDF que, comandado pelo ilustre governador “Comigo Ninguém Pode”, resolveu distribuir dinheiro aos que fazem parte do “esquema de distribuição de panetones” aos mais necessitados.
Pobres homens!... Tão bem-intencionados, mas tão mal-interpretados!...
É época de Natal, gente!... Período de nos solidarizarmos com os nossos irmãos mais desafortunados!... E foi justamente o que eles, o Governador e seus solidários comparsas, fizeram: pegaram parte da verba que deveria ser utilizada na Saúde, na Segurança e na Educação (coisas sem muita importância para o povão!) e foram, cada um, fazer encomendas à sua distribuidora preferida de panetones. Não porque eles sejam adeptos da “política do panetone e circo”, mas porque são homens de bom coração!... Homens preocupados com o bem-estar da sua gente, literalmente falando!
O fato de alguns transportarem altos valores nas meias ou nas cuecas é justificável: eles pensaram na hipótese de algum cidadão ficar sem receber o panetone caso fossem assaltados, uma vez que a viol~encia anda correndo solta Brasil afora!... Daí a ideia das meias e das cuecas...

Espero que ao menos eles tenham se lembrado de as lavarem!...
Voltando à caixa de Pandora, até agora não entendi a analogia, pois lá não se guardava panetones, mas sim maldades!...
MEUS VERSOS LÍRICOS



VERSOS ALADOS
(Joésio Menezes)


Aos meus versos dou asas
para que, livremente, possam voar
em busca do encantamento
que provocam os olhos teus...


Aos meus poemas, a liberdade
de encontrar-se com o teu sorriso
que, livre de qualquer pudor,
revela em ti a pureza
de um anjo ilibado.

A mim, reservo tão somente o dever
de admirar-te constantemente
sem maiores pretensões –
mesmo contrariando meu coração –
e o direito de elevar-te
a deusa imaculada da beleza,
rainha suprema da perfeição,
musa eterna dos meus versos
que voam livremente
em busca do encantamento
que provocam os olhos teus...


ENCANTADO
(Joésio Menezes)

Se um dia eu pudesse tocar-te,
isso eu não faria,
pois a fusão do simples desejo
de estar próximo a ti
com o deleite de sentir tua pele,
de aspirar teu perfume,
poderia desfazer os encantos
da minha fantasia.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA














(Casimiro de Abreu)

Eu me lembro! eu me lembro! - Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia
E erguendo o dorso altivo, sacudia
A branca escuma para o céu sereno

E eu disse a minha mãe nesse momento:
"Que dura orquestra! Que furor insano!
"Que pode haver maior que o oceano,
"Ou que seja mais forte do que o vento?!"

Minha mãe a sorrir olhou p'r'os céus
E respondeu: - Um Ser que nós não vemos
"É maior do que o mar que nós tememos,
"Mais forte que o tufão! Meu filho, é - Deus


ENTRE FLORES E SORRISOS
(desconheço o autor)

De ti, meu grande amigo,
Eu nunca esquecerei.
De amiga tu me chamas,
De amor te chamarei.

A ti, meu grande amigo,
Dou uma rosa com ardor.
Espero que essa rosa
Seja o fruto do nosso amor.

Estarei à tua espera
Entre flores e sorrisos;
Em tempos de primavera
Acharei o paraíso...
CRÔNICA DA SEMANA


A VOZ DO SILÊNCIO
(Raquel Torres)

Perceber as grandes virtudes que a vida nos reserva é privilégio de poucos. É um verdadeiro dom que muitos almejam.
Quando pisamos o chão batido da estrada, temos pela frente um dia de trabalho árduo e uma vida de lutas sem trégua, que dificilmente nos permitirão sentir o aroma das flores encantadas... É dessa forma que a humanidade compõe a sua vida e refaz a sua história.
A cada novo amanhecer, os pássaros começam a cantar, novas vidas nascem, outras adormecem para a eternidade. Quando anoitece, estrelas começam a brilhar, clareando as noites frias e serenas que cobrem de sonhos o homem de trabalho árduo.
Saber decifrar o significado dessas maravilhas que constróem o mundo e que dispersam a humanidade para outras terras mais distantes, é conhecer verdadeiramente a Voz do Silêncio. A voz que renuncia a todas as dores da vida, que faz nascer a paz e determina, principalmente, o encantamento de todas as coisas belas desse imenso paraíso.
Certamente, temos que ter a capacidade de construir o nosso próprio mundo, ver todas as cores que refletem nos canteiros, sentir a paz que o sol transmite quando se põe, resplandecendo no céu a intensa aurora... Assim, serão reflorescidas as flores das virtudes o sol da felicidade em nossos corações.