quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

UM DEDO DE PROSA


ANO NOVO, VIDA NOVA (É O QUE ESPERAMOS!)

Passadas as festas (e as catástrofes) de final de ano, tudo volta à sua rotina (a)normal: os brasileiros do Sul e do Sudeste tentam reconstruir suas vidas após as chuvas de dezembro enquanto os demais solidarizam-se e os ajudam; os contribuintes continuam “levando ferro” enquanto os grandes sonegadores deliciam-se “com as burras” cheias de dinheiro; em Brasília, os políticos fazem sua festa pré-carnavalesca regada a pizzatone (pizza com sabor de panetone) enquanto os deputados aliados ao governador do DF (o "Poderoso Chefão" da Quadrilha Candanga e principal envolvido no escândalo do mensalão) comandam as comissões que irão apurar a “veracidade” das denúncias feitas pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal...
Como se vê, continua “tudo como antes no Castelo de Abrantes”. E ainda assim, nós, brasileiros de coração verde-amarelo, continuamos alimentando a esperança de que o ano que acaba de chegar seja melhor que o anterior; que no mundo haja menos desigualdade social, menos miséria, menos violência; que os homens sejam infectados pelo vírus do amor, da compaixão e da fraternidade; que o sentimento de inveja não mais exista; que a hipocrisia humana seja uma doença curável; que a corrupção seja coisa do passado; que o homem não queira se equiparar a Deus e viva em harmonia com a natureza...
Que assim seja!
MEUS VERSOS LÍRICOS


NOVOS TEMPOS
(Joésio Menezes)

Hoje vi o nascer de um novo dia,
E com ele, renascer a esperança
De termos com Deus uma nova aliança,
De ver entre os homens eterna harmonia.

Vi os homens se abraçando com alegria,
Vi a humanidade recebendo como herança
Do seu Criador mais um voto de confiança,
Vi ressurgir do amor a grande magia.

Vi todas as Nações, fielmente unidas,
Buscando curar as enormes feridas
Pelos homens espalhadas no planeta Terra.

Vi um mundo sem desigualdades sociais,
Sem conflitos, religiosos ou raciais,
Sem desgraças, sem fome, sem guerra.


VARINHA DE CONDÃO
(Joésio Menezes)

Eu gostaria de ter
Uma varinha de condão,
Para poder transformar
A discórdia em união.

A miséria em fartura,
A maldade em bondade,
O medo em coragem,
O cárcere em liberdade.

O fraco em forte,
O incapaz em capaz,
A malevolência em virtude,
A guerra em paz.

O desespero em bonança,
A tristeza em felicidade,
O desafeto em afeto,
A diferença em igualdade.

O desprezo em apreço,
O despudor em pudor,
O impossível em possível,
O ódio em amor...
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA


RECEITA DE ANO NOVO
(Carlos Drummond de Andrade)

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
CRÔNICA DA SEMANA


FELIZ ANO NOVO
(Carlos Roberto Caliento)

Ao aproximarmos dos dias finais de dezembro, é muito comum ouvirmos expressões como: “Feliz Ano Novo”, ou, “Feliz Ano Velho, Feliz Ano Novo” (da música), ou, “Que o Ano Novo lhe traga tudo o que deseja”, ou, “Vamos entrar com o pé direito neste novo ano”, ou, “Ano Novo Vida Nova”, “Neste novo Ano, vai ser diferente” e outras tantas usadas por todos nós.
Estas expressões se justificam, pois o seu emprego trazem sempre um novo alento a todos os que ouvem e falam. Isto é muito bom.
Muitos acreditam que, imbuídos de novas disposições perante a vida, a partir de primeiro de janeiro tudo poderá mudar para eles. Afinal, é um novo ano que se inicia, e que este novo ano, propiciando novas venturas, poderá fazer com que vença todos os obstáculos que surgirem pela frente, podendo usufruir uma vida muito mais feliz do que aquela que tem tido até agora.
Esta tem sido a roupagem que a todo ano experimentamos e vestimos com galhardia. Não condeno e muito pelo contrário, até incentivo o uso desta roupagem, que eu mesmo tenho vestido a cada novo ano.
Mas, na verdade, não existe diferenças entre os dias de dezembro e os de janeiro. O clima, permanece o mesmo, é verão para nós deste hemisfério sul, tanto em dezembro, como em janeiro. A situação econômica não tem sofrido variações nestes últimos anos, permanecendo a mesma pelos dezembros e janeiros. Os dias se sucedem, do mesmo jeito, o dia sucede a noite e a noite sucede ao dia.
É assim que tem sido. Portanto, não existem dias novos, nem ano novo.
Tudo se continua, num suceder, sem alterações, e a única coisa mesmo que se modifica é o número que escrevemos, quando nos referimos ao ano: 2006, 2007, e assim por diante.
Lembro-me de que, quando criança, me ensinaram que a vida na terra se extinguiria no ano dois mil, que tudo terminaria em fogo; que haveria uma modificação radical entre 1999 e 2000. Todos queriam viver para presenciar esta virada de ano. Alguns amigos me confessaram, naquela época, que queriam estar em algum lugar do mundo naquele dia, Paris, por exemplo, para acompanhar o cataclismo e morrer satisfeito. Assim como eu, muitos foram criados, acreditando mesmo que deveria haver uma modificação física a cada virada de ano. Coisa que nunca aconteceu e que continua não acontecendo.
A única modificação possível que podemos reconhecer, é aquela que ocorre em nosso comportamento, quando assim o desejamos. Se eu desejar ser melhor do que sou, mais humano, mais tolerante, mais agradecido, mais reconhecido, com certeza terei uma mudança no meu relacionamento com outras pessoas, o que poderá me propiciar novas amizades, novos conhecimentos, e com isto, oportunidades de novos negócios, que contribuirão para que eu tenha mais sucesso nos meus empreendimentos e que dessa forma possa ser mais feliz.
Porem, se eu não desejar e não me esforçar para me modificar, não ocorrerá mudanças, e, portanto, estas não serão possíveis de serem identificadas.
Portanto, lembre-se, só vai depender de nós, só vai depender de você, para que isto ocorra, para que exista realmente um novo ano para você