UM DEDO DE PROSA
TENSÃO
PRÉ-CARNAVAL (TPC)
Às
vésperas de mais um carnaval, acho-me meio cético para enclausurar-me num
retiro espiritual e velho demais para assistir às “fortes imagens” de mulheres
seminuas exibindo-se, sensualmente, na tela dos nossos televisores. Em consequência
disso, a TPC (tensão pré-carnaval) deixa-me inquieto e, muitas vezes, mal
humorado, pois durante os quatro dias de carnaval, culturalmente falando, nada
de proveitoso a TV aberta tem a nos oferecer, e mais uma vez não viajarei a
lugar nenhum, pois aonde quer que eu vá, deparar-me-ei com os festejos
carnavalescos. Dessa forma, resta-me apenas ficar em casa.
E
o que mais me deixa intrigado (pra não dizer revoltado) é que o país inteiro para
por conta dessa festa que, ao contrário do que muitos pensam, se originou na
Grécia, em meados dos anos 600 a 520 antes de Cristo. Era nesse período que os
gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do
solo e pela produção.
Posteriormente,
o carnaval passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica, lá pelos
idos de 590 depois de Cristo. Naquela época, o período do carnaval era marcado
pelo "adeus à carne", tradução do latim "carne vale", que
originou o termo CARNAVAL. E quando me pego fazendo comparações entre o
carnaval da antiguidade – que era marcado por grandes festas, onde se comia,
bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres - e
o da atualidade, a única semelhança que vejo entre os dois períodos é a “busca
incessante dos prazeres”, que hoje se restringem aos carnais.
Voltando
à minha TPC, inda não sei o que fazer durante os próximos quatro dias de
carnaval: se alugo alguns bons filmes para assistir na companhia da minha
esposa (que também não curte as festas carnavalescas) ou se visto o meu “pijama
listrado” e debruço-me sobre um bom livro.
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