terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

RESENHA LITERÁRIA


A MORENINHA
(Joaquim Manuel de Macedo)

A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo, foi o primeiro romance do Romantismo brasileiro, garantindo a Macedo o pioneirismo de fato nesse gênero literário. A tentativa anterior de Teixeira e Sousa com “O Filho do Pescador” (1843) não alcançou fama literária e foi sendo esquecido com o decorrer do tempo.
O título do livro foi dado pelo próprio protagonista da história, o personagem Augusto, em homenagem a D. Carolina. Durante toda a história, evidenciam-se os traços da protagonista, principalmente a cor do rosto: pele morena. Por isso, as pessoas mais íntimas chamavam-na de Moreninha:
Considerado por muitos críticos como um romance apenas curioso e somente importante do ponto de vista histórico, A Moreninha (1843) tem atravessado as décadas, e continua atingindo um público diversificado mais de cem anos depois, convertido para a televisão, cinema, histórias em quadrinho. Entre romances escritos em pleno Romantismo, chega a ser quase inexplicável a permanência dessa obra produzida por Macedo aos 23 anos.
Uma analise estrutural, que consulte o processo de montagem da composição, pode fornecer uma visão de como os elementos aí se organizam para formar uma obra de gosto popular onde a ideologia da comunidade se reencontre. Sob vários aspectos A Moreninha cristalizou melhor que muitos outros textos do Romantismo, incluindo outros romances de Macedo, uma serie de procedimentos formais e estéticos que garantem o sucesso da narrativa fixada entre o mito e a literatura.
A narrativa é resultado de um jogo, uma posta entre Augusto e seus amigos. Se Augusto – símbolo da inconstância, se apaixonar durante 15 dias por uma mulher (no caso, Carolina), deverá escrever um romance onde contará como se rendeu aos encantos da menina. Caso contrário, Felipe narraria a estória da invulnerabilidade de Augusto.
A Moreninha como romance é, portanto, o fracasso fictício de um personagem como indivíduo e seu êxito como amante. A narrativa só existe por causa deste fracasso. E ela narra o êxito do amor.

(Fonte: www.portrasdasletras.com.br)

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