quinta-feira, 23 de setembro de 2010

UM DEDO DE PROSA

ENTRE FLORES E TEMORES

Aproxima-se a primavera.
Os ipês resistem ao tempo seco e quente, suas copas florescem e colorem a paisagem cinzenta e cheia de fuligem das queimadas. No chão, espalham lindos tapetes roxos e amarelos.
Ao longe, algumas cigarras já começam a ciciar. Em breve, seus zunidos ensurdecedores incomodarão muita gente ao mesmo tempo em que inspiração trarão aos poetas. Também em breve as lagartas transformar-se-ão em lindas borboletas que, coloridamente, lançarão todo o seu charme às flores, que por sua vez exibirão sua exuberante beleza aos encantados colibris, amigos e rivais dos vates apaixonados.
Mas, em meio a tanta beleza, a tanto encanto, algo de tenebroso acontece nos bastidores da política: manobras judiciais são feitas para que alguns sujeitos, cuja ficha é mais suja que as galerias de esgoto das grandes metrópoles, sejam favorecidos pelas brechas deixadas pela lei e saiam ilesos das acusações de corrupção, desvio de verbas públicas, grilagem de terras, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e “otras cositas más”. E dessa forma, livrar-se-ão da tal FICHA LIMPA seguirão livres, leves e soltos até a sua próxima vitória, agora nas URNAS.
É melhor falar das flores que estão por chegar!...

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