quarta-feira, 10 de junho de 2009

UM DEDO DE PROSA


PRELÚDIO SOBRE A VELHICE

O tempo é implacável e imparcial.
Implacável porque enquanto seus ponteiros giram numa velocidade incontrolável, os seres (animados ou inanimados) se desgastam a tal ponto de não mais se revitalizarem. Imparcial porque não escolhe sexo, cor, nacionalidade ou classe social.
Tudo nessa vida envelhece com o passar do tempo, a menos que se acabe precocemente. Daí a preocupação de muitos de nós: a velhice, “o último quartel da vida”, pois não sabemos como lidar com ela, o que fazer quando da sua chegada, como nos preparar para essa hora...
Muitos maldizem a velhice devido aos problemas de saúde que vêm junto com ela; e dizem não querê-la, mas só se escapa desse estágio da vida morrendo ainda jovem. Portanto, devemos nos colocar no lugar dos idosos e tratá-los como gostaríamos de ser tratados, pois um dia seremos velhos, a não ser que morramos antes.
E o que mais me preocupa é que em nosso país os idosos não são tratados como merecem: com muita atenção, dedicação e respeito por tudo que eles fizeram em prol da nação e o que ainda podem fazer com a experiência adquirida ao longo do tempo.
Alguns anos atrás, foi criado o Estatuto do Idoso, porém são notórios a desobediência a seus artigos e o desrespeito a seus beneficiários, principalmente por parte do Estado, que nada faz para que o documento criado por ele seja seguido à risca. O abandono e o descaso para com nossos idosos ocorrem, muitas vezes, dentro das suas próprias casas e estende-se por toda a sociedade.
Que bom seria se os idosos de todo o mundo recebessem o tratamento respeitoso que recebem os do Japão!... Lá eles são reverenciados e tratados como mestres pelos mais jovens e, principalmente, pelo Estado, pois são eles ícones da sabedoria e do conhecimento, os quais podem ser repassados aos mais novos.
É como bem disse Séneca, filósofo romano nascido no ano 4 a.C: “quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem, Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres”.

2 comentários:

  1. Muito lindo tudo por aqui hoje!
    Vou anotar o pensamento de Séneca e repetir todo dia como um mantra.
    Bjs amigo

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  2. Estatuto em nosso país, prezado professor, é uma maquilagem para emprestar-nos certo ar de democracia e de direitos iguais.
    Há, até os dias de hoje, sociedades tribais - ou quase - onde o respeito aos mais velhos é essencial, verdadeira linha mestra do conviver.
    Um abraço!

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