CRÔNICA DA SEMANA
(Mônica)
Almoço de
domingo com a família – e por família entenda-se todo mundo, mais tios, primos
e agregados, a meninada em polvorosa, cada qual com um saquinho com aquelas
moedinhas de chocolate (gente, são da minha infância, certas coisas grazadeus
não mudam nunca). Mas só podiam abrir e comer depois do almoço, claro, que as
mães zelosas deixaram as regras bem claras.
Passado o
almoço, lá foram os meninos dar cabo dos chocolates, e em cinco minutos já
estavam numa animadíssima competição pra saber quem tinha comido mais moedinhas
no menor espaço de tempo (quem nunca participou de um campeonato semelhante,
que atire a primeira pedra). A menorzinha da turma disse que comeu três –
embora três, sendo a idade dela, provavelmente era o único número de que
conseguia se lembrar assim, no calor de uma disputa. O próximo contou seus
papeizinhos na mão e orgulhosamente anunciou que tinha eliminado pelo menos uns
cinco dinheiros.
E assim
sucessivamente, a contagem já chegando às centenas (que matemática de criança
pertence a uma outra ordem de lógica), até que o garotinho de seis anos anuncia
vitorioso: “Pois eu comi infinitas!”. Silêncio momentâneo, com os demais
tentando processar aquela nova informação, mas o irmão dele, do alto de seus
quase nove anos, e perfeitamente ciente do que infinito significaria num
contexto de moedinhas de chocolate, retruca: “Comeu nada! Se você tivesse
comido infinitas moedinhas, você ia estar mastigando até agora!!!”.
Vitória
aparente, mas efêmera. O pequeno contra-ataca, encerrando a discussão: “Infinitas
menos uma!”.
Fonte: cronicasurbanas.wordpress.com
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