terça-feira, 31 de março de 2009

UM DEDO DE PROSA


INSTRANSPONÍVEIS AOS QUE NÃO TÊM FÉ
(à minha cunhada Rosa)

Os obstáculos nos são apresentados conforme o tamanho da nossa perseverança; da nossa coragem de enfrentá-los; da nossa vontade de viver, de lutar e de vencer; da nossa maneira de enxergá-los, da nossa humildade na hora de reconhecer nossas limitações enquanto mortais passíveis de erros e, principalmente, da nossa fé...
Nada seríamos, nada faríamos e nada conquistaríamos não fosse a existência desses obstáculos cujo destino, traçado personificadamente por Deus, nos impõe como forma de aprendizado e como estandarte de vitórias. Não fossem eles, não conseguiríamos saber dar valor às nossas conquistas, ainda que insignificantes diante dos olhos dos nossos circundantes; não saberíamos interpretar o porquê das nossas intempéries nem dos nossos pequenos fracassos e, por conseguinte, não suportaríamos as consequências de um “tombo” ainda maior.
São eles, os obstáculos, a mola propulsora para o sucesso espiritual (o material fica em segundo plano) de cada indivíduo. Aqueles que nunca encontraram um deles à sua frente não têm de que nem porque vangloriarem-se, pois nada nessa vida acontece por acaso nem nada se consegue sem um mínimo de esforço, sem um pouco de trabalho, sem uma gota de suor derramado, sem um pequeno calo na mão, sem sequer uma fração de humildade... Os que dessa forma alcançarem os mais altos degraus da vida material, desviando-se dos obstáculos por meio de terceiros, jamais saberão dar valor ao seu próprio estado espiritual tampouco se importarão com o estado em que vivem os menos favorecidos e farão destes um trampolim para o “engrandecimento” da sua ganância, da sua mesquinhez, do seu egocentrismo, da sua ignorância com relação à dimensão em que vivem...
E felizes são todos aqueles que encontram obstáculos a cada estágio da vida, pois certamente lá encontrarão Deus de mãos estendidas aos que precisarem de ajuda.

Um comentário:

  1. Pois é, tio Joésio. Alguns seres viventes se recusam a viver de modo mesquinho, arrogante, inescrupuloso, ignorante e, sobretudo, de maneira dissimulada. Para esses, a vida sorri com percepção autência da graça de Deus em nós. E isso nunca será medido pelo tamanho de nosso sofrimento, de nossas dores. Passemos pelas lágrimas com olhares dignos, com a certeza de que é possível, ainda assim, nessas circunstâncias, termos corações pacificados. Um beijo, Aline

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