terça-feira, 30 de setembro de 2008

UM DEDO DE PROSA


NÓS, OS SALTIMBANCOS DA VIDA REAL

Este ano não teremos eleições em Brasília (graças a Deus!...). Mas estamos acompanhando, de camarote, os telejornais que nos trazem notícias eleitorais dos outros estados da federação.
São notícias que, para não fugir à rotina, nos deixam estarrecidos: muitos são os candidatos que estão sendo assassinados em plena campanha.
Coincidência?... Claro que não!...
Na maioria dos casos são assassinatos encomendados, pois muitos dos candidatos que partem dessa para a "melhor" apresentam propostas de combate à corrupção, inclusive mostrando provas contra alguns dos concorrentes aos cargos públicos, o que incomoda (e muito!) àqueles que, feito parasitas, não querem largar "as tetas" do Brasil.
Isso é evidente!... Só não enxerga quem não quer!...
E quem são os culpados?... Nós, os "saltimbancos" da vida real, que nos deixamos comprar por uma cesta básica, por um vale-gás, por uma vaga de faxineiro (nada contra a profissão!) a um parente desempregado e por outros míseros benefícios que viciam as pessoas a não quererem trabalhar, ou seja, nos deixamos ludribriar pela política do "pão e circo". E por causa disso (e das nossas leis), muitos candidatos são eleitos e assumem seus cargos, mesmo sendo responsáveis por inúmeros crimes, muitos dos quais, bábaros.
Mais uma vez o povo brasileiro tem nas mãos a oportunidade de reverter esse quadro.
E que venham eles!...
MEUS VERSOS LÍRICOS



REFÉNS DA LIBIDO
(Joésio Menezes)


Uns dizem que meus versos são “tarados”;
Outros, que são cheios de emoção.
Também dizem que são apaixonados
E expressam as dores do coração.

Mas somente quando endereçados
Aos decotes “quase sem proteção”
Meus versos revelam-se assanhados,
Libidinosos, cheios de tesão...

Eles fluem, saem naturalmente,
Quando meus olhos, instintivamente,
Vêem os dois seios quase despidos.

E aos olhos do leitor desatento,
Os meus versos, cheios de sentimento,
Se transformam em “reféns da libido”.


AZUL-CELESTE
(Joésio Menezes)

Sob um decote azul-celeste
Escondia-se a causa dos meus anseios...
Para os meus nervos, um verdadeiro teste;
Um colírio aos meus olhos alheios.

Lado a lado, numa exuberância inconteste,
Revelava-se a imponência dos teus seios,
Provocando-me um delírio cafajeste,
Levando-me ao êxtase, sem receios.

E os meus olhos, cansados e envelhecidos,
Ficaram eternamente agradecidos
Ante aquela obra esculpida por Deus,

Pois ela, mesmo involuntariamente,
Acendeu-me uma chama incandescente
E inspirou estes singelos versos meus.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL


O PICADEIRO DA VIDA
(Rodrigo Moura Cemi)

Acho que vou criar um novo curso de faculdade.
Um curso denominado felicidade.
Quando alguém lhe perguntar o que vai ser
Ou o que você faz, responda.
Eu vou ser feliz, eu faço felicidade.

Haverá muitas matérias, muita aula prática.
Serão ministradas aulas de alegria e respeito
Amor, sensibilidade, auto-admiração e humildade.
O estágio será obrigatório e intenso
E supervisionado pela sua consciência.

Os professores serão uns completos bobos idiotas
Palhaços que dão risada de qualquer coisa.
Se algum aluno fizer uma sacanagem ganhará ponto positivo
O mau humor ocasionará castigos e suspensões.
E em caso de tristeza justificada,
Serão oferecidas aulas de reforço.

E quanto ao valor da remuneração do profissional?
Será alto, inestimável e intangível.
Muitos se aproximarão de você por puro interesse.
Vão querer saber porquê você está sempre bem.
Vão querer rir com você, você ganhará muitos amigos.

Você não terá férias, terá que estudar sempre.
Muito trabalho em grupo sem direito ao silêncio.
Poderá falar “menos” e “iorgute”,
Os erros de português serão ignorados.
E os erros de cálculo desconsiderados.
Embora alfabetização não seja pré-requisito.

E no fim do curso, o trabalho de conclusão.
A banca julgadora estará a sua espera
À sua volta, e você no meio do picadeiro.
Você saberá se todo o investimento valeu a pena.
Ou se apenas nasceu, viveu e morreu.


A DECLARAÇÃO!
(Vanessa Mota)

Você entrou no meu pensamento
Sem eu mesma esperar
Mas minha vergonha não tem cabimento
E eu não sei como a você me expressar.

Gostaria de uma maneira saber
De o que eu sinto poder te dizer
E em meu coração manter
A esperança de sempre ter você.

Quero muito falar com você
Mas sempre me falta coragem
E quando torno a te ver
Minha mente parece fazer uma viagem.

Aqui estou a me declarar
O que eu sinto você deve saber
Meu coração parece que vai parar
Quando penso em te perder.
CRÔNICA DA SEMANA


CIRURGIA DE LIPOASPIRAÇÃO?
(Herbert Vianna)

Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?
Uma coisa é saúde outra é obsessão.
O mundo pirou, enlouqueceu.
Hoje, Deus é a auto-imagem. Religião é dieta.
Fé, só na estética. Ritual é malhação.
Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção.
Roubar pode, envelhecer não. Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação.
Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.
A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?
A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.
Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa.
Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa. Não importa o outro, o coletivo.
Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.
Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar correr, viver muito, ter uma aparência legal mas…
Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser.
Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude. Que eu me acalme. Que o amor sobreviva.
Cuide bem do seu amor, seja ele quem for.
RESENHA LITERÁRIA


AS MENINAS
(Lygia Fagundes Telles)

O livro As Meninas foi lançado no ano de 1973, um dos períodos mais críticos da História recente de nosso país, já que a censura e a repressão do governo militar estava no auge. O livro nos trás a história de três meninas que têm o seu destino trançado, ao se encontrar em um pensionato de freiras. A partir de então, a autora nos trás o relato do dia a dia das meninas, em uma sucessão de acontecimentos e diálogos surpreendentes. Com uma dose de coragem, Lygia Fagundes Telles aborda temas polêmicos em seu livro e apresenta uma crítica velada ao sistema imposto naquele momento.
Em um primeiro momento temos a descrição das três personagens principais. Lorena é apresentada como a menina rica e cheia de ideais. Apaixonada por Marcos Nemesius, um médico casado e pai de cinco filhos, a estudante de Direito passa o livro a sonhar com um telefonema, uma visita ou mesmo um recado de seu amado, o que nunca ocorre.
A segunda personagem retratada é a revolucionária Lia, chamada algumas vezes por suas amigas de “Lião”. Filha de uma brasileira, natural da Bahia, com um alemão ex-nazista, Lia tem seus ideais bem resolvidos e demonstra muita fibra ao persegui-los, não importando as dificuldades que tenha que superar. Estudante de Ciências Sociais, tenta a todo custo reencontrar seu namorado, um preso político que será enviado para a Argélia.
Já, Ana Clara, é uma atormentada aluna de Psicologia que passa toda a história envolta com problemas de drogas, seu namorado traficante e alucinações com seu trágico passado.
A primeira vista, o livro parece se tratar de simples banalidades, problemas de mulheres recém-saídas da adolescência e futilidades. Contudo, sob uma análise mais cuidadosa do enredo, podemos depreender uma genial crítica à ditadura e a sociedade brasileira da época. Se considerarmos cada personagem principal, descrita acima, como sendo um segmento da sociedade, veremos que cada papel encaixa-se com perfeição.
A sonhadora Lorena seria a elite de nosso país. Uma classe a parte, rica, sonhadora e com a tendência de florear a real situação.
A drogada Ana Clara encarnaria as classes média e popular, atormentada e fora de sintonia da realidade. Sempre preocupada com uma subida de nível e se torturando com o passado, ela acaba ficando em um mundo particular, distante de tudo.
A lutadora Lia seria a parte da sociedade envolvida com guerrilhas, manifestações e qualquer tipo de contestação ao sistema, que tentaram a todo o custo reverter a situação em curso no país.
Algumas passagens do livro nos transmitem a idéia da busca da liberdade e da esperança de voltarmos à democracia. A personagem de Ana Clara a todo o momento exclama: “Pomba!”. Seria o símbolo da tão sonhada paz que a população brasileira estava clamando, mesmo que secretamente, naquele momento? Já a personagem Lorena vive a sonhar e esperar um amor impossível (Democracia?) e seu gato Astronauta que fugiu ainda filhote. Lia, desesperançosa, resolve fugir do país e encontrar com seu namorado no exterior, recurso este muito utilizado na época.
Todas as passagens citadas nos mostra como foi hábil e muito inteligente Lygia Fagundes Telles. A semelhança de diversos compositores de música da época, que falavam através de sentido figurado para escapar da censura, Lygia com sua habitual maestria aplicou o que poderíamos chamar de um verdadeiro “drible” nos censores do regime e publicou esta obra prima da literatura brasileira.

(Fonte: www.netsaber.com.br/resumos)
GRANDES NOMES DA LITERATURA


LYGIA FAGUNDES TELLES
(Fonte: www.resumosdelivros.com.br)

Escritora contista e romancista brasileira, nascida em São Paulo-SP, que recebeu o Prêmio Camões (2005), o mais importante na literatura em língua portuguesa, dotado com 100 mil euros. Filha de um promotor e delegado de polícia, viveu em Sertãozinho e outras pequenas cidades do interior paulista, devido as freqüentes transferências do pai. Aos oito anos foi morar com a mãe na capital paulista e depois no Rio de Janeiro, onde permaneceu durante cinco anos. De volta a São Paulo, matriculou-se no Instituto de Educação e passou a se interessar por literatura. Sua estréia literária deu-se com o livro de contos Porões e sobrados (1938), que foi bem recebido pela crítica. O sucesso se repetiria com Praia Viva (1944).
Em São Paulo, fez dois cursos superiores (Direito e Educação Física) na Universidade de São Paulo, enquanto trabalhava na Secretaria de Agricultura, para custear os estudos.
Tentou exercer a advocacia e chegou à procuradoria no estado de São Paulo, mas acabou por se dedicar totalmente à literatura. Começou (1949) a colaborar no suplemento literário do jornal carioca A Manhã e no mesmo ano lançou o livro de contos O cacto vermelho, com o qual conquistou o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras. Na década seguinte viajou pela França e Itália (1955) e publicou o romance Ciranda de Pedra e o volume de contos Histórias de Desencontro (1958), ganhando o Prêmio Artur Azevedo, do Instituto Nacional do Livro. Eleita (1985) tornou-se a terceira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Teve algumas de suas obras traduzidas para o inglês, espanhol, francês, alemão, italiano e inclusive para o polonês. Embora tenha se destacado como contista, em sua obra literária destacam-se os romances Ciranda de Pedra (1954), adaptado com sucesso para a televisão, Verão no Aquário (1963), Antes do Baile Verde (1969), As Meninas (1973), a mais conhecida de suas obras e adaptada para o cinema e a televisão, e As Horas Nuas (1989), além do volume de contos Histórias Escolhidas (1964), do livro de contos Invenção e Memória (2000) e o de memórias Durante Aquele Estranho Chá - Perdidos e Achados (2002).
O romance As meninas transformou-se em nome de um prêmio literário que é concedido pelo governo do estado de São Paulo. Ela já recebeu vários prêmios como os 4 Jabutis um dos mais importantes do Brasil e concedido pela Câmara Brasileira do Livro, 1 Afonso Arinos (1948), 1 Artur Azevedo (1958), 1 Boa Leitura (1964), 1 Guimarães Rosa (1971) e 1 PEN Clube Brasil (1977), entre outros.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

UM DEDO DE PROSA


É PRIMAVERA!

Setembro chegou!...
E com ele o perfume das flores, o balé dos colibris, o colorido das borboletas e o sorriso do sol, que dá boas-vindas à ESTAÇÃO DAS FLORES.
Setembro chegou trazendo com ele a chuva que há meses ausentara-se, deixando cinzas a relva e o céu.
Chegou setembro trazendo-nos a PRIMAVERA para renovar as nossas esperanças de um mundo mais justo, de um ar mais puro, de um povo mais unido, de um amor mais verdadeiro, de um ambiente mais saudável, ambiente este em que os colibris e borboletas possam cortejar as flores (recém-chegadas com a primavera) livres de quaisquer riscos.
Setembro chegou.
Desabrocharam as flores.
Reapareceram os colibris.
Ressurgiram as borboletas.
Começou a PRIMAVERA!...
MEUS VERSOS LÍRICOS






PRIMAVERA
(Joésio Menezes)



Eis que surge cheia de alegria,
Mostrando-nos seus grandes valores,
A esperada estação das flores
E com ela muito encanto e magia.

Os colibris voam em harmonia,
As cigarras cantam os seus amores,
As borboletas, das mais diversas cores,
Apresentam sua linda coreografia.

E as flores, mesmo ainda em seus botões,
Trazem aos nossos pequenos corações
Muita alegria, muita cor, muita paz...

Eis que surge a estação mais bela
Trazendo-nos em sua rica aquarela
Cores vivas, alegres, naturais...


EFEITO PRIMAVERA
(Joésio Menezes)

Hoje o sol acordou brilhando mais
e, radiante, sorriu para a mãe Natureza,
como se estivesse querendo dizer
que fora seduzido... enfeitiçado
pela estação das cores,
da fertilidade, da vida...
por isso estava sentindo-se feliz.

Feliz e seduzido pelo aroma das flores
que, timidamente, desabrocharam
sob o orvalho da madrugada;
enfeitiçado pelo balé dos colibris
que, despudoradamente, assediavam
as Valquírias, as Dálias, as Gardênias,
as Magnólias, as Rosas, as Margaridas...
flores sensuais, perfumadas, cheias de vida;
eternas musas ilibadas do outono,
do inverno, do verão, da PRIMAVERA,
enfim, de todas as estações,
de todos os corações.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL




AS FLORES DA PRIMAVERA
(Vania Staggemeier)

Neste entardecer tão belo,
Entre todas as flores
Existe uma rosa amarela
Que vem ressurgindo
Com a primavera

Trazendo consigo
Seu delicado perfume,
Assim como esperanças
E oportunidades
Para novas amizades.

A primavera é tão bela
Porque traz com ela
Todas as flores e aromas
Revitalizando a inquietude
De todos os corações.

As rosas colorem o amor,
As vermelhas exalam paixão,
As amarelas trazem magia e a sedução,
As brancas com sua brandura
Trazem paz para os corações.


PASSA UMA BORBOLETA
(Alberto Caeiro)

Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.
CRÔNICA DA SEMANA


(Paulo Kostella)

Quando menina esperava um dia ter um namorado. Seria bom se fosse alegre e amigo.
Quando tinha 18 anos, encontrei esse garoto e namoramos, ele era meu amigo, mas não tinha paixão por mim. Então percebi que precisava de um homem apaixonado, com vontade de viver, que se emocionasse.
Na faculdade saía com um cara apaixonado, mas era emocional demais. Tudo era terrível, era o rei dos problemas, chorava o tempo todo e ameaçava suicidar-se. Descobri então, que precisava de um rapaz estável.
Quando tinha 25 anos encontrei um homem bem estável, sabia o que queria da vida mas era muito chato. Queria sempre as mesmas coisas, dormir no mesmo lado da cama, feira no sábado e cinema no domingo. Era totalmente previsível e nunca nada o excitava. A vida tornou-se tão monótona que decidi que precisava de um homem mais excitante.
Aos 30, encontrei um tudo de bom, brilhante, bonito, falante e excitante, mas não consegui acompanhá-lo. Ele ia de um lado para o outro, sem se deter em lugar nenhum.
Fazia coisas impetuosas, paquerava com qualquer uma e me fez sentir tão miserável, quanto feliz. No começo foi divertido e eletrizante, mas sem futuro.
Decidi buscar um homem, com alguma ambição para com ele construir uma vida segura.
Procurei bastante, incansavelmente.
Quando cheguei aos 35, encontrei um homem inteligente, ambicioso e com os pés no chão. Apartamento próprio, casa na praia, carro importado, solteiro e sem rolos. Pensei logo em casar com ele, mas era tão ambicioso que me trocou por uma herdeira.
Hoje, depois de tudo isso, aos 40 anos, gosto de homens com pinto duro... e só!

(Fonte: www.recantodasletras.uol.com.br)
RESENHA LITERÁRIA


OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO
(Érico Veríssimo)

A obra Olhai os Lírios do Campo, publicada pela primeira vez em 1938, é dividida em duas partes de doze capítulos cada. Na primeira parte o jovem e ambicioso médico de nome Eugênio revela o seu passado por meio de flashbacks durante o percurso que faz até o hospital onde Olívia, sua amada, está hospitalizada. Assim, conhecemos a sua infância pobre e o quanto ele foi humilhado na escola de medicina devido a sua classe social. Na faculdade conhece Olívia que se torna sua amiga e seu amor. Os dois têm uma noite de amor no dia do estourou a Revolução de 30.
No entanto, Eugênio conhece Eunice, um mulher fútil e vazia, porém rica, muito rica. Eugênio casa-se com Eunice apenas para ascender socialmente e sua vida muda: Ele consegue um ótimo emprego na fábrica do seu sogro e vive com uma mulher que não ama.
Algum tempo depois, Eugênio reencontra Olívia, que vivia em uma colônia de italianos. Ela apresenta-lhe Anamaria, sua filha.
Votando ao tempo presente, Eugênio chega ao hospital e recebe a notícia de que ela morreu.
A segunda parte do romance acontece no tempo presente, e inicia-se logo após a morte de Olívia. No entanto, existe existem também alguns flashbacks que ocorrem por meio das partes de algumas das cartas que Olívia escreveu para Eugênio, mas que nunca lhe enviou. Eugênio decide separar-se da esposa e vai viver com a filha. Ele também volta a exercer a medicina, cuidando dos pobres. Assim, pouco a pouco, Eugênio se passa a valorizar as coisas simples da vida, como passear na companhia de sua filha em um dia ensolarado de verão.
Para melhor explicar a obra "Olhai os Lírios do Campo", nada melhor do que as palavras do seu próprio autor:
“Talvez Olhai os Lírios do Campo deva ser considerado mais uma parábola moderna na forma de romance do que um romance propriamente dito. Seja como for, aqui está o livro, com algumas correções no que diz respeito à linguagem. Se a história deu prazer a tanta gente (a julgar pelos milhares de cartas que até hoje venho recebendo e por manifestações pessoais de viva voz da parte de incontáveis leitores), não vejo razão para impedir que ela continue a sua carreira."

(Fonte: www.mundocultural.com.br/literatura1/modernismo)
GRANDES NOMES DA LITERATURA


ÉRICO VERÍSSIMO
(Fonte: Wikipédia)

Érico Lopes Veríssimo, nascido em Cruz Alta (RS) no dia 17 de dezembro de 1905, foi um dos escritores brasileiros mais populares do século XX.
Filho de Sebastião Verissimo da Fonseca e Abegahy Lopes Verissimo, família abastada que ficou arruinada, não chegou a completar os estudos secundários devido à necessidade de trabalhar.
Estabeleceu-se com uma farmácia em Cruz Alta, mas não foi bem sucedido. Mudou-se então para Porto Alegre em 1930 disposto a viver de seus escritos e na capital gaúcha passou a conviver com escritores já renomados, como Mário Quintana, Augusto Meyer, Guilhermino César e outros. No ano seguinte foi contratado para ocupar o cargo de secretário de redação da Revista do Globo, da qual se tornaria editor a partir de 1933. Assumiu, também, todo o projeto editorial da Editora Globo, projetando-a nacionalmente.
Publicou a sua primeira obra, Fantoches, em 1932, uma seqüência de contos, em sua maioria na forma de pequenas peças de teatro. No ano seguinte obteve o seu primeiro sucesso, com o romance "Clarissa".
Casou-se em 1931 com Mafalda Volpe e teve dois filhos, Luis Fernando Verissimo, também escritor, e Clarissa.
Em 1936, mesmo ano do nascimento de Luis Fernando, Érico Verissimo publicou Olhai os Lírios do Campo, sua primeira obra de repercussão nacional e internacional. Muitas décadas mais tarde, em 2006, essa obra influenciou fortemente a novela Páginas da Vida, de Manuel Carlos. A novela tirou do livro algumas personagens.
Em 1943 mudou-se com a família para os Estados Unidos, onde ministrou aulas de Literatura Brasileira na Universidade de Berkeley, até 1945. Entre 1953 e 1956 foi diretor do Departamento de Assuntos Culturais da Organização dos Estados Americanos, em Washington. Dessas viagens e da permanência nos Estados Unidos resultaram dois livros: Gato preto em campo de neve (1941), e A volta do gato preto (1947).
É considerada como a sua obra-prima a trilogia histórica O Tempo e o Vento (1949-1961), da qual saíram alguns personagens primordiais e bastante populares entre seus leitores, como Ana Terra e o Capitão Rodrigo.
Em 1965 publicou o romance O Senhor Embaixador no qual refletia sobre os descaminhos da América Latina.
No romance Incidente em Antares (1971), traça um apanhado da história do Brasil desde os primeiros tempos e envereda pelo fantástico, com uma rebelião de cadáveres durante uma greve de coveiros na fictícia cidade de Antares.
O enfarte que o vitimou em 1975 impediu-o de completar o segundo volume de sua autobiografia, Solo de Clarineta, programada para ser uma trilogia, além de um romance que se chamaria A hora do sétimo anjo.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

UM DEDO DE PROSA


SEMANA DO DEFICIENTE

As escolas do Distrito Federal resolveram comemorar a Semena do Deficiente. De 15 a 19/09 todos os estabelecimentos públicos de ensino do DF terão atividades voltadas para os alunos portadores de necessidades educacionais especiais. Cada escola montará a sua programação, desde que voltada para a conscientização de toda a comunidade escolar.
Tal iniciativa surgiu tendo em vista a necessidade de se conscientizar pais, alunos professores e servidores sobre a inclusão de alunos "especiais" no meio acadêmico.
Na minha opinião, quem primeiro deveria conscientizar-se de que inclusão é "coisa séria" seria o Governo.
De repente eles (os responsáveis pela educação) apareceram com um "lindo" projeto de inclusão e resolveram implantá-lo, sem antes buscarem condições para a sua implementação. No papel, tudo muito bonito, perfeito... Coisa de Primeiro Mundo!... Mas na realidade, falta muita coisa ainda para que essa inclusão esteja de acorco com as necessidades daqueles que mais precisam dela: os alunos portadores de necessidades educacionais especiais.

À parte esses problemas, essa semana promete ser agitada, pois os professores estão engajados na proposta. Boas idéias surgiram aos montes. Basta agora colocá-las em prática e torcer para que a Semana seja proveitosa e que fique, após o seu término, um gostinho de "quero mais" para o ano que vem.
MEUS VERSOS LÍRICOS





FILHOS DO PRECONCEITO
(Joésio Menezes)



Não nos olhem como se fôssemos anormais
Nem nos tratem como se fôssemos doentes...
Se lhes incomoda conviver com deficientes,
Com o preconceito nos incomoda muito mais.

Não nos tenham como seres irracionais...
Também somos capazes e inteligentes,
No entanto, um pouquinho diferentes
E dotados de necessidades especiais.

Não nos rejeitem, também temos coração,
Não nos ignorem, precisamos de atenção,
Nem nos venham com sentimento de piedade...

Precisamos de um gesto de carinho
E de alguém que conheça o caminho
Da compreensão, do amor, da amizade.


UM SONETO PARA TAYSE
(Joésio Menezes)

À sua volta o silêncio total,
Mas nada lhe passa despercebido,
Pois seus olhos guiam-na no desconhecido
Mundo dos ouvintes, às vezes desleal.

E travando uma luta quase desigual,
Mesmo que isso nos pareça descabido
A um deficiente nesse mundo perdido,
Vencer na vida é o seu ideal.

Aliada à fé, sua força de vontade
Supera toda e qualquer desigualdade
Que a vida um dia lhe possa impor.

E para prosseguir nessa lida
A força motriz da sua vida
É Deus Onipotente, a fonte do amor.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL


DEFICIÊNCIAS
(Mario Quintana)

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida,
aceitando as imposições de outras pessoas
ou da sociedade em que vive,sem ter consciência
de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio,
de fome, de miséria, e só tem olhos
para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo,
ou o apelo de um irmão, pois está sempre apressado para o trabalho
e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente
e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção
daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.


ROSA DE HIROSHIMA
(Vinícius de Moraes / Gerson Conrad)

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
CRÔNICA DA SEMANA


EM TERRA DE CEGOS...
(Joésio Menezes)

Hoje, minha visão é monocular. Mas nem sempre foi assim. Mesmo sendo alto-míope (14 graus no olho esquerdo e 18 no direito), eu enxergava com os dois olhos.
Mas alguns anos atrás um descolamento de retina levou-me à mesa de cirurgia por três vezes. Foram sete meses consecutivos visitando oftalmologistas, usando colírios, submetendo-me a sessões de laser, porém tudo em vão... Perdi a visão do olho direito.
No início, quando os médicos disseram-me não mais ter solução para o meu problema, pareceu-me que o mundo havia caído sobre a minha cabeça. E chorei e chorei e chorei... Chorei tanto quanto um recém-nascido à espera do leite materno; entrei em depressão... Nada mais me fazia sentido. Questionava-me sempre sobre o que teria feito eu para receber tamanho castigo e nada de respostas. Comecei, inclusive, a duvidar da existência de Deus!...
Certa vez, numa dessas minhas visitas ao oftalmologista, enquanto tristemente eu aguardava a chegada do médico, uma enfermeira de pele tão alva quanto o uniforme que usava, cabelos loiros e voz suave sentou-se ao meu lado, pegou a minha mão esquerda e com uma das suas mãos segurava-a firmemente; com a outra, afagava-a ao mesmo tempo em que me confortava com doces palavras de consolo. E assim ela permaneceu por quase dez minutos, até que o doutor chamou-me.
Ao sair do consultório, procurei por aquele “anjo” que me consolara minutos antes, mas todos a que eu perguntava pela enfermeira davam-me a mesma resposta: “Não, eu não vi ninguém com essas características!”
Veio-me, então, a certeza de que eu recebera a visita de um arcanjo. A partir daí, senti que a minha fé em Deus não tinha acabado e passei a observar tudo e todos à minha volta. Comecei a “enxergar” além do que me era permitido, não com o olho que me restara, mas com o coração.
Comecei a ver que havia pessoas em pior situação que a minha; pessoas que têm os dois olhos perfeitos, mas que se encontram prostradas numa cama, dependendo de tudo e de todos; pessoas portadoras de doenças letais, as quais estão somente aguardando a morte chegar para, finalmente, “descansarem” em paz.
Mas eu não!... Eu acabara de perder somente um dos olhos. Resta-me outro ainda!... Míope, mas suficientemente “perfeito” para as minhas necessidades essenciais: locomover-me sem o auxílio de outrem, ler, escrever, admirar a natureza e, especialmente, apreciar a beleza feminina.
Conformar-me ainda não consegui (nem sei se é possível!), mas já aceitei o que a mim foi designado por Deus, mesmo porque minha situação não é de toda ruim!... Se por um lado eu saí no prejuízo com a perda de um olho, por outro saí lucrando: ao mandar fazer meus óculos, pago só a metade, pois em vez de duas, somente uma lente é feita. E tem ainda a minha situação social, que a qualquer momento pode ser mudada da condição de plebeu para a de Monarca, basta apenas que eu procure um país de não-videntes e me candidate à coroa.
RESENHA LITERÁRIA


OS GIRASSÓIS CEGOS
(Alberto Mendez)

Este livro é o regresso às histórias reais do pós- Guerra Civil Espanhola, narradas em voz baixa por aqueles que não queriam simplesmente contar histórias, mas sim falar de seus amigos, de seus familiares desaparecidos e de ausências irreparáveis. Histórias dos tempos do silêncio, quando dava medo alguém saber que sabia de algo. Quatro versões, sutilmente entrelaçadas, mostram que a derrota é a verdadeira protagonista de todas elas, pois, foram tantos os horrores que, todos os medos, todos os sofrimentos, todos os dramas, só tinham uma coisa em comum: os mortos. Na primeira derrota, um capitão do exército de Franco, próximo de ganhar a guerra, entrega-se ao exército inimigo por se recusar a tornar-se um vitorioso. Na segunda, um jovem poeta foge com a namorada - ainda menina e grávida-, se refugia nas montanhas para viver uma vertiginosa história de amor e de morte no curto espaço de alguns meses. Na terceira, um soldado encarcerado se nega a viver na impostura para que seu carrasco seja merecidamente qualificado de carrasco. E por último, o padre libidinoso, que esconde sua lascívia sob a máscara do fascismo apostólico e reclama o sangue purificador do vencido.

(Fonte: pt.shvoong.com/books)
GRANDE NOMES DA LITERATURA


HELEN KELLER
(Fonte: wikipedia)

Helen Adams Keller (Tuscumbia, 27 de junho de 1880 — Westport, 1 de junho de 1968) foi uma escritora, conferencista e ativista social estadunidense.
Nascida no Alabama, foi dos maiores exemplos de que as deficiências físicas não são obstáculos para se obter sucesso. Helen Keller foi uma extraordinária mulher, triplamente deficiente, que ficou cega e surda, desde tenra idade, devido a uma doença diagnosticada na época como febre cerebral (hoje acredita-se que tenha sido escarlatina). Superou todos os obstáculos, tornando-se uma das mais notáveis personalidades do nosso século. Ela sentia as ondulações dos pássaros através dos cascos e galhos das árvores de algum parque onde ela passeava.
Tornou-se uma célebre escritora, filósofa e conferencista, uma personagem famosa pelo extenso trabalho que desenvolveu em favor das pessoas portadoras de deficiência. Anne Sullivan foi sua professora, companheira e protetora. A história do encontro entre as duas é contada na peça The Miracle Worker, de William Gibson, que virou o filme O Milagre de Anne Sullivan, em 1962, dirigido por Arthur Penn (em Portugal, O Milagre de Helen Keller).
Em 1904 graduou-se bacharel em filosofia pelo Radcliffe College, instituição que a agraciou com o prêmio Destaque a Aluno, no aniversário de cinquenta anos de sua formatura. Falava os idiomas francês, latim e alemão. Ao longo da vida foi agraciada com títulos e diplomas honorários de diversas instituições, como a universidade de Harvard e universidades da Escócia, Alemanha, Índia e África do Sul. Em 1952 foi nomeada Cavaleiro da Legião de Honra da França. Foi condecorada com a Ordem do Cruzeiro do Sul, no Brasil, com a do Tesouro Sagrado, no Japão, dentre outras. Foi membro honorário de várias sociedades científicas e organizações filantrópicas nos cinco continentes.
Em 1902 estreou na literatura publicando sua autobiografia A História da Minha Vida. Depois iniciou a carreira no jornalismo, escrevendo artigos no Ladies Home Journal. A partir de então não parou de escrever. alem de ser uma grande escritora

terça-feira, 9 de setembro de 2008

UM DEDO DE PROSA


"PRÁ NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES"

Todo ano é sempre a mesma coisa: campanhas e mais campanhas contra as queimadas, contra a devastação da floresta amazônica, contra o aquecimento global, contra a emissão de gases poluentes, em prol da coleta seletiva de lixo, ou seja, campanhas em prol da vida. E o que vemos?...
Nessa época do ano, principalmente nos arredores de Brasília, o que mais se vê são os carros dos bombeiros em disparada rumo a mais um foco de incêndio (na maioria das vezes criminoso) tentando salvar (às vezes sem êxito) o habitat e, conseqüentemente, a vida dos indefesos animais, vítimas da estupidez do homem. Aquele mesmo que se autodenomina RACIONAL!
Mas onde está a sua racionalidade?... Se o mundo está como está, a culpa é unicamente do homem que não sabe cuidar sequer do seu próprio habitat!
Nem tudo está perdido!... Apesar dos pesares, a natureza generosamente revitaliza-se e nos traz de volta a sua graça, os seus encantos, a sua magia, a sua vontade de viver... E em meio às cinzas do que antes fora um arbusto, vemos brotarem alguns verdes, mesmo sem nenhuma gota d'água vinda do céu cinzento. Isso é possível sim! Graças à chegada da PRIMAVERA (espírito da natureza), que permanece viva, aguardando o dia certo de manifestar esse milagre.
Setembro chegou, e com ele a certeza de que, em breve, veremos novamente o verde das árvores, o colorido das flores, o balé das borboletas e colibris...
E quando o Sol voltar a sorrir desejando-nos um BOM-DIA, teremos o prazer de ver sobre a relva as gotas do orvalho da madrugada, que de felicidade chora enquanto dormimos.
MEUS VERSOS LÍRICOS



A NATUREZA PEDE SOCORRO
(Joésio Menezes)


É com pesar e humildade
Que peço à humanidade
Um pouco mais de cuidado,
Pois, à mingua estou morrendo
E comigo vão desaparecendo
O que pelo Criador foi deixado...

No alto da sua ignorância,
O homem desconhece a importância
Que tem para a vida a natureza.
Ele tudo devasta, polui, contamina,
Desmata, queima, extermina,
Causando-me dor e tristeza.

Cada floresta por ele desmatada
É uma vida de mim abortada,
É a morte certa de um afluente...
A cada dejeto no rio despejado,
Em cada árvore queimada no cerrado,
Comigo morre o homem lentamente.

Por isso, peço que se manifeste,
De norte a sul, de leste a oeste,
Uma brigada de conscientização,
Para que o homem possa reencontrar
Uma maneira de sua vida melhorar
Sem queimadas, desmatamento ou poluição.


JOSÉ
(Joésio Menezes)

Meu nome é José...
Não sou vagabundo,
Mas sou para o mundo
Um Zé “qualqué”.

Um Zé Ninguém
Sem eira nem beira,
Sem nada na algibeira...
Sequer um vintém!

Meu nome é José...
José sem amor, sem paixão;
José sem Deus, sem religião;
José sem credo... José sem fé.

Um José sem moradia,
Sem emprego, sem felicidade,
Sem sorte, sem dignidade,
Sem vida, sem cidadania...

José é o meu nome.
Sem Gênio, sem Fada,
Sem mágicas, sem nada...
Sem ao menos um sobrenome.

Um José que a vida pariu
Sem cara, sem identidade,
Mas o exame de paternidade
Diz que sou José do Brasil!..
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL


PARA ONDE VAI O SOL QUANDO ANOITECE?
(Delasnieve Daspet)

Para onde vai o sol quando a noite cai?
Para onde vai o sorriso,
O brilho do olhar,
Onde ficam os sonhos,
Quando o coração não bate mais?!

Nada tem explicação
Perante tamanha dor,
Ninguém, - nada - ocupa o lugar vazio!

Vou deixar que o vento
Varra as palavras.
Que o amanhecer chegue ao meu olhar.
Vou pedir que a chuva miúda
De braços dados com a brisa úmida,
Traga o sol entre nuvens,
Alegrando os sonhos que restam,
Na tristeza que não arrefece!

Mas almas não envelhecem,
Nos veremos novamente.
Mas - me digam,
Para onde vai o sol quando anoitece?

Onde te escondes, ó Sol,
Quando chega a noite,
Senhora de meus medos,
De meus lamentos?

Para onde vais, ó Sol,
Quando a noite chega,
No brilho rápido da estrela cadente,
De um poema triste?

Noite negra de tristuras,
Negra noite de marés,
Negra, nua noite,
Aonde vai o sol quando tu chegas?

Já não há vida.
Aonde vai a energia,
Quando o norte me conduz à noite,
Ao fim da linha,
Aonde vais, ó Sol,
Quando a noite chega?!


LUA...
(Celi Luzzi, www.celipoesias.net)

Quando anoitecer
E a lua cheia aparecer
Vou perguntar a ela
Por onde anda você...

Já faz tanto tempo
Que a gente não se vê
E a saudade vai chegando
Sem a gente perceber...

Entra em nossa mente,
Toma conta do poder,
Deixa uma ferida
Que faz a gente sofrer...

Lua cheia, maravilhosa,
Que brilha em esplendor,
Me traga a felicidade
E também o meu amor...
CRÔNICA DA SEMANA


O PAVÃO
(Rubem Braga)

Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
RESENHA LITERÁRIA


PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM
(Clarice Lispector)

No romance Perto do Coração Selvagem (primeiro romance de Clarice Lispector - 1944) é notória a aproximação com os ficcionistas de vanguarda da época, James Joyce, Virgínia Woolf e William Faulkner, pelo uso intensivo da metáfora insólita, entrega ao fluxo da consciência e ruptura com o enredo final.
Caracteriza-se pela exacerbação do momento interior de tal modo intensa, que, a certa altura de seu itinerário, a própria subjetividade entra em crise. O espírito, perdido no labirinto da memória e da auto-análise, reclama um novo equilíbrio, transcendendo do plano psicológico para o metafísico. A própria narradora revela a consciência desse salto, quando diz: Além do mais a "psicologia" nunca me interessou. O olhar psicológico me impacientava e me impacienta, é um instrumento que só transpassa. Acho que desde a adolescência eu havia saído do estágio do psicológico.
A prosa leve discorre com fluência e fluidez nos meandros da protagonista, na sua visão de mundo e interação com os demais personagens. Tudo isso revelou Clarice Lispector como mais que mera promessa na prosa da Geração de 45. É o texto do sensível e do imaginário, ora enfrentando ora diluindo-se aos incidentes reais de Joana.
A amoralidade diante da maldade. O instinto na condução da trama, com uma certa dose de auto-martírio. A história de Joana (protagonista) - não a Virgem d'Orleans, mas a personagem de Clarice Lispector nesta obra de estréia, marcou a ficção brasileira em 1944. A narrativa inovadora provocou frisson nos círculos literários. A técnica de Clarice Lispector funde subjetividade com objetividade, alterna os focos literários e o tempo cronológico dá lugar ao psicológico (o presente entremeado ao intermitente flashback). Joana expressa, por fluxos de consciência, sua vida interior, contrapondo suas experiências de menina às de adulta, mergulhando ora no passado, ora no presente, segundo o fio condutor da memória.
Deve-se ler a obra com instrumentos de anatomia: usa-se bisturi para dissecá-la e pinça para estudar os personagens como órgãos autônomos, que se ligam por estranhas artérias e nervos à personagem de coração e cérebro Joana. São eles: o pai prematuramente falecido, incentivador das brincadeiras na infância; a tia assustada com as estripulias da órfã, a quem chama de víbora; o tio fazendeiro, afetuoso com Joana e abúlico diante das reclamações da mulher; o professor confidente e orientador (como a paixão da puberdade); Otávio, o rapaz que se casa com Joana ao romper o noivado com Lígia, de quem posteriormente se torna amante; Lígia, grávida de Otávio, conta tudo à protagonista; o homem sem nome, sustentado pela mulher, participante silenciosa do romance clandestino e sem compromisso dele com Joana.
A leitura é caleidoscópica. A protagonista ora tem uma cor, ora outra, conforme o momento ("real" ou onírico). As cores dançam no enredo misturado ao cenário e às sensações da menina-mulher-amante. Joana desfila na vida dos outros personagens, destilando o veneno de víbora, instilado com ironia e respostas cruéis diante dos fatos. A leitura também é lúdica, quando o leitor tenta adivinhar o que a autora preparou páginas adiante e se surpreende com o que presencia.

(Fonte: www.passeiweb.com)
GRANDES NOMES DA LITERATURA


CLARICE LISPECTOR
(Fonte: Wikipédia)

Clarice Lispector (Chechelnyk-Ucrânia, 10/12/1920 — Rio de Janeiro, 09/12/1977) foi uma escritora brasileira, nascida na Ucrânia. Autora de linha introspectiva, buscava exprimir, através de seus textos, as agruras e antinomias do ser. Suas obras caracterizam-se pela exacerbação do momento interior e intensa ruptura com o enredo factual, a ponto de a própria subjetividade entrar em crise.
De origem judaica, recebeu o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. A família de Clarice sofreu a perseguição aos judeus, após a Revolução Russa de 1917. Seu nascimento ocorreu em Chechelnyk, enquanto percorriam várias aldeias da Ucrânia, antes da viagem de emigração ao continente americano. Aportaram no Brasil quando tinha pouco mais de um ano de idade.
A família chegou a Maceió em março de 1922, sendo recebida por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin. Por iniciativa de seu pai, à exceção de Tania – irmã, todos mudam de nome: o pai passa a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leia – irmã, Elisa; e Haia, Clarice. Pedro passa a trabalhar com Rabin, já um próspero comerciante.
Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife, onde passou parte da infância. Falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche.
Em 1944 publicou seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem.
A literatura brasileira era nesta altura dominada por uma tendência essencialmente regionalista, com personagens contando a difícil realidade social do país na época. Clarice Lispector surpreendeu a crítica com seu romance, seja pela problemática de caráter existencial, completamente inovadora, seja pelo estilo solto, elíptico e fragmentário, que críticos reputaram reminiscente de James Joyce e Virginia Woolf, se bem que ainda mais revolucionário.
A obra de Clarice ultrapassou qualquer tentativa de classificação. A escritora e filósofa francesa Hélène Cixous vai ao ponto de dizer que há uma literatura brasileira A.C. (Antes da Clarice) e D.C. (Depois da Clarice).
Seu romance mais famoso talvez seja A hora da Estrela, o último publicado antes de sua morte. Este livro narra a vida de Macabéa, uma nordestina criada no estado de Alagoas que migra para o Rio de Janeiro, e vai morar em uma pensão, tendo sua rotina descrita por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M.
Lispector faleceu de câncer (cancro) em 09 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57º aniversário. Foi inumada no Cemitério Israelita do Cajú, no Rio de Janeiro.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

UM DEDO DE PROSA


SOBRE A SAUDADE

Às vezes sinto saudades de um tempo que nunca vivi (se é que vocês me entendem!...).
Minha esposa diz que gostaria de entender como posso eu sentir saudades de uma época que não foi a minha, da qual nunca fiz parte; de um tempo distante do meu.
Não sei explicar!... Sei apenas que quando assisto a um filme de época (principalmente se for romântico), é como se eu estivesse lá, misturando-me às personagens; fazendo parte do elenco; vivendo naquele período; curtindo a nostalgia da época, adequando-me ao tempo, consumindo-me de saudades...
Sinto-me assim toda vez que assisto às mini-séries globais "Anos Rebeldes" e "Anos Dourados".
Talvez seja pelo fato de eu considerar-me um Romântico fora de época, um nostálgico assumido, um apaixonado inconseqüente, um admirador dos tempos idos, alguém perdido no tempo...
Não que eu não goste do HOJE!... Mas a impressão que dá é a de que o ONTEM é muito mais apaixonante.
MEUS VERSOS LÍRICOS




AQUARELA DE FLORES
(Joésio Menezes)



Nosso amor é uma aquarela de flores
Pelas mãos da natureza pintada,
E em cada uma das suas vivas cores
Vejo a alegria fielmente estampada.

Nessa aquarela vejo, também, a sinceridade
Enfeitando cada pétala do nosso amor.
Nela vejo as cores da felicidade
Que chega no dorso de um beija-flor.

E por esse beija-flor escoltada,
A felicidade chega excitada
Mostrando-nos todos seus primores...

Em êxtase vejo as nossas vidas
Sendo alegremente refletidas
Nessa linda aquarela de flores.

(Fragmentos de Mim, Brasília, 2002, p.32)


SONETO DA SAUDADE
(Joésio Menezes)

Ah, que saudade me dá
Da minha terra amada,
Daquela garota encantada
Que há muito deixei por lá.

Ah, que saudade me dá
Dos meus tempos de infância,
Dos amigos lá da Estância,
E do folclórico boi-bumbá...

Dos domingos lá na pracinha,
Da revoada das andorinhas
Anunciando o verão.

Das brincadeiras de rua,
Daquelas noites sem lua,
Das fogueiras de São João.

(Nas Asas da Poesia, Brasília, 1998, p.29)


SAUDADES
(Joésio Menezes)

A distância me encheu de saudades...
Saudades de ti... Saudades do teu cheiro
Que suavemente paira no ar.

Saudades do teu corpo colado ao meu.
Saudades dos teus beijos, das tuas carícias,
Dos teus chamegos, do teu meigo olhar...

Saudades do teu sorriso, dos teus lábios rijos,
Dos teus sussurros desejosos,
Do teu jeito manso de falar...

Saudades dos nossos olhares fogosos.
Saudades do teu suor, do teu calor,
Da nossa amizade, do nosso amor...

Saudades que me fizeram delirar.

(Momento Literário de Planltina, APL, Brasília, 1999)
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL




ANDORINHA
(Dalva, www.mensagensvirtuais.com.br)


Quem me dera ser uma Andorinha
As minhas asas bater
Iria correndo
Ficar junto de ti outra vez
Como não posso
As asas bater
Imploro a Deus Pai
Um jeito de te ver
Mesmo que meu pedido
Não seja atendido
Agradecerei todos os dias
Por ter te conhecido


ADEUS...
(Heloisa Boghossian)

Amor da minha vida...
Adeus...
Amor que me deu vida...

A Deus,
Obrigada pelos dias de sol...
Obrigada pelos risos e sorrisos...
Obrigada pela luz brilhante naquele olhar...
Obrigada por deixa-lo cruzar meu caminho.....
Obrigada por ter tido a sorte de saber o que é amar !

Benvindo Amigo...
Benvinda tua mão que me estende ajuda...
Benvindas tuas palavras de apoio, fôrça e coragem,
Benvindo amigo...

Benvindo Sol nascente no horizonte,
dando VIDA NOVA ao amanhecer de cada NOVO dia...!
Abençoados aqueles que te deram vida...
Abençoado sejas tu, que me ensinastes a vive-la...
Abençoada vida que com cada anoitecer, ao amanhecer,
nos faz reconhecer que sempre haverá um NOVO DIA.


*DESPROPÓSITO
(Mariana Fernandes)

Tenho saudades, sim,
anjo azul
do teu chorar de luz
sem razão

Sinto tristeza, sim,
culpa e perdão
por ter sido incontrolável
repudiar tanto
Pela ofensa
vinda em desproposito
cruel
fúria em desatino
desfiada em larvas
que mataram você
em mim

*Prêmio Menotti Del Picchia
IV Concurso Nacional de Poesia - 1999
CRÔNICA DA SEMANA


SAUDADE
(Joésio Menezes)

Se me perguntarem o que é saudade, não saberei responder. Mas se a pergunta for feita ao Aurélio Buarque, certamente ele responderá que saudade é “a lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las”, já o poeta Vivaldo Bernardes nos responderá da forma mais linda que há: em Poesia. Dirá ele que “saudade é a busca do Passado no Tempo e no Espaço, fazendo-o Presente, com arritmia”.
Algumas pessoas referem-se a ela como se fosse uma coisa simples, fácil de se tolerar, de se conviver. Outras, como se fosse uma coisa corriqueira, banal... Na verdade, nunca ouvi (ou li) nenhuma definição correta, clara, exata, convincente de saudade. Há, inclusive, quem diga que saudade é uma coisa muito complexa.
Saudade talvez seja o que estou sentindo agora (ou talvez não!): há dias venho sentindo um vazio no peito, um aperto, uma angústia indecifrável... São sintomas surgidos depois que um certo alguém muito especial foi embora, assim de repente... sem nada me dizer, sem ao menos um aperto de mão como despedida. Até hoje não entendi o porquê, ou melhor, entendi sim, mas prefiro dizer que não... E melhor, sofro menos, a dor é menor, o sentimento de decepção é imperceptível aos olhos das outras pessoas.
Às vezes sinto-me um João-Ninguém; um pássaro sem asas solto numa imensa floresta, cheia de predadores; um moribundo zero à esquerda, perdido no vasto mundo da matemática; um marinheiro sem leme, sem bússola, sem bote salva-vidas, perdido em alto-mar, envolto num sentimento profundo, o qual não consigo decifrar. Às vezes percebo que tento esconder-me de tudo e de todos, buscando na solidão algo que preencha a lacuna deixada por aquele alguém.
Às vezes sinto-me cheio de mim, esquecido de mim, vazio de amor, perto do fim... Às vezes fraco, deprimido, sorumbático. Com vontade de evaporar, de sumir, de escafeder-me... Às vezes nem me sinto!...
Se me perguntarem o que é saudade, talvez eu diga que é isso que acabo de escrever...
RESENHA LITERÁRIA



CARTAS DE UM SEDUTOR
(Hilda Hilst)

Acompanhando o modelo do romance epistolar libertino do século XVIII e submetendo-o a procedimentos experimentais como os de mise en abîme do noveau roman francês, Cartas de um Sedutor constitui-se no coroamento das obras obscenas de Hilda Hilst, de que fazem parte ainda O Caderno Rosa de Lori Lamby e Contos d'Escárnio / Textos Grotescos, ambas em prosa, e Bufólicas, em poesia. Nelas, a pornografia está pensada, dialeticamente, como uma injunção do mercado livreiro na liberdade do artista e também como um lugar de resistência da imaginação autocriadora contra a pudicícia e o moralismo das sociedades conservadoras.
Cartas de um Sedutor apresenta, ademais, as bases da poética que orienta o conjunto das obras de Hilda Hilst e não apenas as que fazem parte da série obscena. Trata-se de uma poética de personagens sem histórias definidas, sem biografias individuais nítidas, sem mesmo profundidade psicológica, mas que se desdobram como formas breves de vôo de uma inteligência radicalmente perscrutadora, que não admite separar pensamento e existência.
Cartas de um Sedutor é, principalmente, um romance de questões vivas.

(Fonte: www.novacultura.com)
GRANDES NOMES DA LITERATURA


HILDA HILST
(Fonte: Wikipédia)

Hilda Hilst, poeta, ficcionista e dramaturga brasileira, nasceu a 21 de abril de 1930, em Jaú (SP). Em 1948, entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco), formando-se em 1952. Foi na universidade que conheceu sua melhor amiga, a escritora, Lygia Fagundes Telles. Em 1966, mudou-se para a Casa do Sol, uma chácara próxima a Campinas (SP), onde hospedou diversos escritores e artistas por vários anos. Ali dedicou todo seu tempo à criação literária.
Escreveu por quase cinqüenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do Brasil. Em 1962, recebeu o Prêmio PEN Clube de São Paulo, por Sete Cantos do Poeta para o Anjo (1962). Em 1969, a peça O Verdugo arrebata o Prêmio Anchieta, um dos mais importantes do país na época. A Associação Paulista de Críticos de Arte (Prêmio APCA) considera Ficções (1977) o melhor livro do ano.
Em 1981, Hilda Hilst recebe o Grande Prêmio da Crítica para o Conjunto da Obra, pela mesma Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 1984, a Câmara Brasileira do Livro concede o Prêmio Jabuti a Cantares de Perda e Predileção (1983), e, no ano seguinte, a mesma obra recebe o Prêmio Cassiano Ricardo (Clube de Poesia de São Paulo). Rútilo Nada, publicado em 1993, leva o Prêmio Jabuti como melhor conto. E, finalmente, em 09 de agosto de 2002, é premiada na 47ª edição do Prêmio Moinho Santista na categoria "Poesia".
Alguns de seus textos foram traduzidos para o francês, inglês, italiano e alemão. Em março de 1997, seus textos Com os meus olhos de cão e A obscena senhora D foram publicados pela Ed. Gallimard. Faleceu em Campinas - SP, em 04/02/2004.