UM DEDO DE PROSA
EFEITOS COLATERAIS
(Desabafo de um brasileiro acerca do caos por que passa a saúde pública do Brasil)
(Desabafo de um brasileiro acerca do caos por que passa a saúde pública do Brasil)
Do
Oiapoque ao Chuí, já se tornaram rotineiras as notícias sobre o caos na Saúde Pública
e as desculpas esfarrapadas das autoridades brasileiras sobre os problemas
denunciados pela mídia.
Em
muitos estados brasileiros (principalmente na capital do país), hospitais e
postos de saúde estão sendo interditados pela Defesa Civil, pois - devido ao sucateamento - correm o risco
de desabarem sobre a cabeça de quem os procura e de quem neles trabalha. Enquanto
isso, os governantes dão prioridade às obras (superfaturadas) dos Estádios que
sediarão a Copa de Mundo de Futebol de 2014, a ser realizada aqui no Brasil.
Recentemente,
o diretor de um hospital público de São Luis (MA) - cujos fornecedores de
produtos e alimentos deixaram de atendê-lo por falta de pagamento –, não mais suportando
o estado deplorável daquela casa de saúde, apelou para o bom coração dos são-luisenses:
pediu à população que doasse alimentos, pois os pacientes que lá estavam em
tratamento não tinham sequer o que comer. Alegou o diretor que a medicação
aplicada a cada paciente em nada adiantará se ele não estiver sendo bem
alimentado. E esse não “é um caso isolado”, como bem afirmam os governantes.
Esse foi apenas um dos inúmeros problemas que alguém teve a coragem de tornar público, de denunciá-lo.
Enquanto milhões
de pessoas esperam uma eternidade nas filas dos hospitais e muitas morrem sem
ao menos serem atendidas, deputados e senadores aprovam – na surdina – um generoso
aumento nos seus próprios salários; prefeitos e governadores festejam a chegada
de verbas para as obras dos Estádios e, consequentemente, para as suas contas
particulares; a Presidente e seus Ministros dizem “Amém” à cartilha ditada pela FIFA e
os empresários responsáveis pelas faraônicas obras dos “Templos do Futebol” brindam
- com champanhe e com o suor dos operários - a descoberta de um novo ELDORADO e
a boa produção da sua GALINHA DOS OVOS DE OURO.
Em
2016 sediaremos, também, os Jogos Olímpicos. E o meu medo é que, a exemplo de
alguns países europeus, o Brasil sofra os EFEITOS COLATERAIS PÓS-OLIMPÍADAS e tenhamos uma recessão econômica generalizada, duradoura e, quiçá, irreversível.
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