domingo, 13 de janeiro de 2013

UM DEDO DE PROSA



EFEITOS COLATERAIS
(Desabafo de um brasileiro acerca do caos por que passa a saúde pública do Brasil)

            
         Do Oiapoque ao Chuí, já se tornaram rotineiras as notícias sobre o caos na Saúde Pública e as desculpas esfarrapadas das autoridades brasileiras sobre os problemas denunciados pela mídia.
            Em muitos estados brasileiros (principalmente na capital do país), hospitais e postos de saúde estão sendo interditados pela Defesa Civil, pois - devido ao sucateamento - correm o risco de desabarem sobre a cabeça de quem os procura e de quem neles trabalha. Enquanto isso, os governantes dão prioridade às obras (superfaturadas) dos Estádios que sediarão a Copa de Mundo de Futebol de 2014, a ser realizada aqui no Brasil.
            Recentemente, o diretor de um hospital público de São Luis (MA) - cujos fornecedores de produtos e alimentos deixaram de atendê-lo por falta de pagamento –, não mais suportando o estado deplorável daquela casa de saúde, apelou para o bom coração dos são-luisenses: pediu à população que doasse alimentos, pois os pacientes que lá estavam em tratamento não tinham sequer o que comer. Alegou o diretor que a medicação aplicada a cada paciente em nada adiantará se ele não estiver sendo bem alimentado. E esse não “é um caso isolado”, como bem afirmam os governantes. Esse foi apenas um dos inúmeros problemas que alguém teve a coragem de tornar público, de denunciá-lo.
Enquanto milhões de pessoas esperam uma eternidade nas filas dos hospitais e muitas morrem sem ao menos serem atendidas, deputados e senadores aprovam – na surdina – um generoso aumento nos seus próprios salários; prefeitos e governadores festejam a chegada de verbas para as obras dos Estádios e, consequentemente, para as suas contas particulares; a Presidente e seus Ministros dizem “Amém” à cartilha ditada pela FIFA e os empresários responsáveis pelas faraônicas obras dos “Templos do Futebol” brindam - com champanhe e com o suor dos operários - a descoberta de um novo ELDORADO e a boa produção da sua GALINHA DOS OVOS DE OURO.
          Em 2016 sediaremos, também, os Jogos Olímpicos. E o meu medo é que, a exemplo de alguns países europeus, o Brasil sofra os EFEITOS COLATERAIS PÓS-OLIMPÍADAS e tenhamos uma recessão econômica generalizada, duradoura e, quiçá, irreversível.

 

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