quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

UM DEDO DE PROSA



REFLEXÕES SOBRE O MEDO

            Prestes a publicar um livreto intitulado SOB O DOMÍNIO DO MEDO, resolvi eu mesmo prefaciar o meu trabalho. Antes, porém, busquei saber o que se pensam acerca do MEDO. E um dos melhores pensamentos alusivos ao tema que encontrei foi o de Jean-Paul Sartre: “Todos os homens têm medo. E quem não o tem, não é normal”. E é isso mesmo, pois o medo acompanha o homem desde o seu nascimento!
Descobri ainda que o medo nada mais é que uma perturbação resultante da ideia de um perigo real ou aparente, ou da presença de alguma coisa estranha ou perigosa, ou seja, é uma sensação que nos proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por nos sentirmos ameaçados, física ou psicologicamente.
Segundo os estudiosos do assunto, o sentimento do medo é uma reação surgida a partir do contato com algum estímulo físico ou mental que gera uma resposta de alerta no organismo. Dizem eles que essa reação inicial dispara uma resposta fisiológica no organismo, que libera a adrenalina e o cortisol (hormônios do estresse) preparando o indivíduo para lutar ou para fugir.
Dizem, ainda, esses estudiosos que a resposta anterior ao medo é conhecida por ansiedade, por meio da qual o indivíduo teme antecipadamente o encontro com a situação ou objeto que lhe causa medo. Sendo assim, é possível se traçar uma escala de graus de medo: o máximo seria o PAVOR e o mínimo, uma leve ANSIEDADE. Geralmente, uma pessoa amedrontada demonstra uma atenção exagerada a tudo que ocorre à sua volta, passando a conviver com o pânico e – em muitos casos – com a depressão.
Em suma, além de provocar algumas reações físicas facilmente observáveis numa pessoa em pânico, o medo pode, ainda, se transformar numa doença, denominada MEDO MÓRBIDO e comumente conhecida como fobia, que é qualificada pelos psiquiatras como Transtorno de Ansiedade. Segundo essa qualificação, tal distúrbio também provoca uma série de alterações nervosas e psicológicas no indivíduo que, sob o domínio do medo, muitas vezes passa a ter pensamentos sobre morte e/ou suicídio.

MEUS VERSOS LÍRICOS
 

EGOCENTRISMO
(Joésio Menezes)

Adentrei teu coração
E, antes que dissesses não,
Tua vida invadi.

Aprisionei tua liberdade,
Violei tua intimidade,
Apossei-me de ti.

Descobri teus segredos,
Ignorei teus medos,
Teus princípios transgredi.

Profanei teu pudor,
Resignei teu amor,
Teus apelos não ouvi...

E no auge do cinismo
Revelei meu egocentrismo
E em teus braços me perdi.


VERSOS ALADOS
(Joésio Menezes)

Aos meus versos dou asas
para que, livremente, possam voar
em busca do encantamento
que provocam os olhos teus...

Aos meus poemas, a liberdade
de encontrar-se com o teu sorriso
que, livre de qualquer pudor,
revela em ti a pureza
de um anjo ilibado.

A mim, reservo tão somente o dever
de admirar-te constantemente
sem maiores pretensões –
mesmo contrariando meu coração –
e o direito de elevar-te
a deusa imaculada da beleza,
rainha suprema da perfeição,
musa eterna dos meus versos
que voam livremente
em busca do encantamento
que provocam os olhos teus...



O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA



MAR, ILHA DISTANTE
(Sheila Santos)

Mar, ilha distante
Luz do sol a guiar
Movimento de cores vibrantes
Impressionismo para amar...

Distante, Mar, ilha
Suas ondas vêm me buscar
Me guiar por suas cores vibrantes
Luz do sol, movimento...
Impressionante,
amar
Mar, ilha distante.


REVERSO
(D'Almeida Souza)

Fui ao sol, descalço, sem apetrechos
Fui à lua vestido de teu suor
Contigo corri todos os riscos
Agora a Via Láctea até a pouco irretocável
Parece ser nossa casa cheia de janelas

Temores viraram meteoros ligeiros passaram
Tremores evaporaram em nuvens de asteróides
Tuas ancas são o que fiz meu solo
Tuas mãos onde retorno
Depois de abrir todas janelas, atravessar todas as portas
Transpor os rios imaginados mar, pular córregos de esperas

Meu universo e tuas curvas
Tomam um tom único, um mesmo som
Gosto e sabor do nosso ardume
Estrela de todas as vidas, és imensa em mim
Estrela tatuada nas entranhas, tomas meu ser todo
Teu nome tornou-se qualquer ar que respiro
CRÔNICA DA SEMANA



CONSEQUÊNCIAS DO PERISPÍRITO
(Washington Pires)

Estou num estado letárgico de realidade introspectiva. Cheguei num ponto onde meu fluxo jorra diante de mim como alagamento. Tudo o que eu passei com você virou uma lembrança cheia de vontades e domínios. Criou-se um sentimento que tem insistido em me levar até você. Tenho dificuldades de aceitar muitos de seus defeitos, os que causaram raiva, por isso te crio e recrio na mente, mas a vida continua a mesma. Quisera eu poder transformar o que me impede de vincular-me, de poder manter minha presença sem precisar pressionar. Admito estar fraco em assistir o desfazimento, o ceifar de “tantos tantos”. Relutar parece ceder à cova que mesmo criei.
Bate um imenso desejo de sedimentar nossos elos e percolar as distâncias, que de tão soltas pouco se tocam. Como é difícil ver as correspondências ficarem pelo caminho, jogadas ao sabor e a sorte delas mesmas. As dificuldades nos levaram a um percurso de transição dolorosa, as alegrias vêm pontuais e de intensidade violenta. Palpita coração, balançam as entranhas quando forma sua imagem.
Tentar entender o outro é tarefa que poderia ser dada ao criminoso mais hediondo, grande é o enigma de perceber o coração. Um ditado diz ser inatingível, eu já caí, me debrucei e nadei em várias de suas veias. Seria muito ambicioso querer saber tudo, creio que o essencial conhecer é aquele bastante para sem dizer nenhuma palavra exercer um comando oculto e subliminar, mesmo que de corpos distantes, você sente a água do outro.
Existe a magia de fascinar meu ego e o dom de amaciar minha carne. Este já seria motivo suficiente para eu nunca mais esquecer, você extrai o melhor de mim quando sem cerimônia fica como numa terapia diz sua alma, pestaneja sua dor e fagulha a felicidade, muitos nem no barato de alguma substância conseguiriam fazer isso.
O amor vai sempre renascer em várias formas, e quando ouvir a música pode ser sem os óculos mesmo.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

UM DEDO DE PROSA



À ESPERA DE MUDANÇAS

            2013 começou há 23 dias, e até agora nenhuma mudança no comportamento das pessoas, que, na passagem de um ano para o outro, sempre prometem mudar ou deixar de fazer isso ou aquilo.
            Talvez eu esteja esperando muito do ser humano, mas - sendo um da espécie – eu não poderia esperar outra coisa dos que à minha raça pertencem!... É claro e evidente que todos nós devemos esperar sempre o melhor dos nossos semelhantes, oras!...
            O ano mudou, o clima mudou, o Tempo mudou, mas o homem... ah, o homem!... O que esperar de um ser cuja mentalidade só alimenta o desejo de destruição e cobiça o fim da sua espécie? O que esperar de um ser cujo coração permite que lá o ódio faça morada?... Nada, simplesmente nada que nos faça crescer, que nos deixe feliz!...
            Infelizmente, é assim que o homem é, e – se Deus não intervier - nada será capaz de mudar essa dura realidade.