quarta-feira, 13 de junho de 2012

CRÔNICA DA SEMANA

A NATUREZA E A MÃO DO HOMEM
(Juarez do Brasil)

Arrumei as malas e parti com minha esposa, filhos e uma amiga para o Centro Oeste do Brasil. Estávamos ansiosos para ver as belezas daquela região que víamos apenas na televisão ou em revistas. Quando chegamos a Goiás já começamos a vislumbrar uma paisagem diferente daquela que estávamos acostumados, e à medida que nossa viagem prosseguia podíamos contemplar as belezas naturais, mas muitas delas já alteradas pelo homem.
Quando chegamos ao pantanal fomos agraciados com uma enorme variedade de pássaros e cada um com seu canto próprio nos encantava a todos. Animais silvestres apareciam de vez em quando em nosso caminho e inúmeros jacarés descansavam ás margens de pequenos lagos á beira da transpantaneira. Percebíamos que mesmo naquele paraíso ecológico a mão do homem fazia estragos. Víamos queimadas e desmatamentos. Eu particularmente questionava cada atitude do homem, até mesmo a nossa naquele instante. O que eu fiz pelo meio ambiente? Como eu preservava? Será que eu não estava também contribuindo para sua destruição, afinal estava fazendo o percurso de carro. Então naquele instante percebi que é mais fácil criticar do que preservar o meio ambiente. Pensamos às vezes que só as queimadas e o corte desordenado de árvores destroem a natureza, pensamos que só os lixos jogados nos rios poluem.
Esta viagem me fez acordar e ver o outro lado da moeda. A preservação começa onde estou porque somos um todo e não parte isolada. Percebi também que é muito difícil formar uma consciência ecológica, principalmente nas pessoas mais velhas. Lembrei-me de meu pai, que muitas vezes agrediu a natureza achando que contribuía para a sobrevivência dela. Quando eu dizia que aquilo estava errado, por exemplo, as queimadas, ele insistia em dizer que o capim nascia muito mais viçoso e forte, e mais rápido. Quando falava dos agrotóxicos, relutava em aceitar os meus escassos conhecimentos aprendidos na escola. Tentava usar os métodos naturais só para me agradar, mas logo desistia, pois os outros produtos agiam mais rápido.
Percebi que minha filha de cinco anos tem maior respeito à natureza do que eu, pois vez ou outra na viagem, sem perceber, acabava jogando papéis de bala ou outros objetos na estrada. Ela docemente me corrigia dizendo que eu agia como os homens malvados, os quais destroem o meio ambiente, sempre que via alguma destruição, como árvores caídas ou animais mortos à beira do caminho ela dizia que eram os homens maus que tinham feito aquilo.
Conclui que muito ensinamos, mas pouco praticamos do que ministramos. De qualquer forma vale a pena, pois com certeza as nossas palavras positivas e em defesa da vida produzirão frutos, como produziu em minha filha.


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