MEUS VERSOS LÍRICOS
CONTROVÉRSIA POLÍTICA: CONTRARIANDO O POETA GONGON
(Joésio Menezes)
Em casa eu recebi
Um folheto em cordel
Que o poeta Gongon
Fez para Ezequiel.
“Homem inteligentíssimo”,
Diz o sábio menestrel.
Mas quem tem inteligência
E também serenidade
Não se mete na política
Nem por simples vaidade,
Pois ela sempre corrompe
Quem preza a honestidade.
Concordo com o poeta!
Nordestino sangue quente
Não sabe mandar recado.
Ele vai, diz o que sente
Sem temer as consequências
Que encontrará pela frente.
Por isso aqui estou
Para dizer o que sinto:
Os que têm sobriedade
E que são seres distintos
Não se deixam enganar
Pelo cheiro do absinto.
A política deslumbra
E quem lá consegue entrar
Não mais pensa em sair,
Pois aprende a gostar
De tudo que oferece
O cargo parlamentar:
Prestígio, imunidade,
Vida mansa, bom salário,
Viagens e mais viagens
Bancadas pelo erário
E a oportunidade
De ser um milionário.
Também são oferecidas
Aos nobres parlamentares
Muitas outras regalias
Que lhes são peculiares.
São direitos jamais tidos
Pelas classes populares...
Aquele que antes era
Um pacato cidadão
Longe de qualquer suspeita,
Não demora, abre mão
Da sua honestidade,
Ingressa na corrupção.
E tudo que prometeu
Ao seu nobre eleitorado
Cai no esquecimento,
No vento fica guardado.
E o pobre eleitor
Outra vez é enganado.
É assim que funciona,
De norte a sul do Brasil,
A arte de ludibriar
Nosso povo tão gentil,
Incapaz de abrir mão
Da pátria que o pariu.
Por isso não acredito
Que haja sinceridade
No que falam os políticos.
E que se diga a verdade:
Quando lá eles estão,
Falta-lhes honestidade.
Desculpe-me, Bertold Brecht!
Perdoa-me, caro poeta!
Abnego essa política
Sem-vergonha e abjeta,
Mas não sou pessoa burra
Tampouco analfabeta.
Eu apenas me recuso
A acreditar nos políticos,
Por isso aqui registro
Em versos meu faro crítico,
Sem querer me colocar
Ao lado dos Analíticos.
Mas de volta à poesia
Que Gonçalo escreveu,
Ela muito me encantou,
Porém não me convenceu
A creditar o meu voto
Nesses sujos fariseus.
Agradeço-te, Gongon,
O cordel que recebi.
Não o rasguei nem joguei fora;
Eu o guardei depois que li...
Aprecio muito o cordel
E este dedico a ti!
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
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