quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA


SAUDADES
(Cezarina Caruso, in A Livre Escrita)

As horas passam
E já sinto saudades...
Vontade de te ver de novo.

Não faz muito
Que nos despedimos,
Mas como pesa
Essa distância!

A tua distância fica
Dentro de mim
Como os últimos acordes
De uma melodia que ainda
Soam no ar...

Ou como os derradeiros raios de sol
Que atravessam as vidraças
Salpicando cores no tapete!

As horas gotejam minutos
Lentamente... Dentro de mim,
Distância se torna eternidade.
Farei marcas de esperança
Nas paredes cinzentas da alma
- Como fazem os prisioneiros –
Até te rever novamente!...


ESCREVO
(Isiara Mieres Caruso, in A Livre Escrita)

Escrevo,
portanto existo.
Deixo marcas nesta página.
Como as pegadas na areia,
que trazem areia p’ro pé,
trago letras p’ra minh’alma
e assim a tenho letreada,
cheia de letras pegadas.
Pegadas que se fazem letras
e ficam aí apegadas
como se fossem sonhos sonhados
ou fantasias vividas
nos pensamentos pensados,
pesados,
grafados,
gravados,
inscritos,
escritos.
Me inscrevo.
Me escrevo.
Portanto existo.

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