quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

MEUS VERSOS LÍRICOS


SAUDADE BANDIDA
(Joésio Menezes)

De saudade sofro,
De saudade choro,
Da saudade vivo,
À saudade imploro
Um pouco de compaixão
Ao meu pobre coração
Cuja dor não ignoro,

Pois a perversa maltrata,
Sem dó nem piedade,
O meu cansado peito
Com requintes de crueldade.
E sem poder reclamar
Desse mal a me torturar,
Sobrevivo à saudade.

Sobrevivo ainda
Aos seus efeitos
Cruéis e devastadores
Que trazem ao meu peito
Os alaridos da solidão
Que fazem do meu coração
Um infeliz sujeito.

E assim vou vivendo
Cada estação da vida
Que oscila no tempo:
Ora alegre, ora sofrida...
E nesse vai-e-vem
Sofro como ninguém.
Eita saudade bandida!


METÁSTASE DO AMOR
(Joésio Menezes)

As dores que sinto no coração
Se espalharam pelo corpo inteiro.
Preocupado, busquei um curandeiro
Que me disse não haver solução,

Pois o que antes era sofreguidão
Se tornara um tumor hospedeiro
Do amor profundo e verdadeiro
Que se alimenta da minha paixão.

E não há na moderna medicina
Alguma coisa – nem mesmo a morfina -
Que me cure as dores desse tumor.

Disse ele que não ficarei curado,
Pois o meu sangue está contaminado
Pela metástase de um grande amor.

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