terça-feira, 6 de janeiro de 2009

RESENHA LITERÁRIA


RITA, RITINHA, RITONA
(Por Wilson Prata)

Até esse livro era completamente leigo em Dalton Trevisan. Fica difícil fazer uma crítica do autor por apenas uma obra, não da para saber se evoluiu, se experimentou novos rumos ou se se encontra num estado de autofagia literária. Mesmo que passasse a consumir e pesquisar sua obra, o que esta um pouco longe de ser minha prioridade, dificilmente faria uma resenha melhor que esta.
Livrando minha culpa na minha ignorância sobre Trevisan, conjunta com a preguiça mental, posso dizer o que realmente achei do livro, e achei bom.
O que me incomodou um pouco na leitura é o fato que de eu nunca nem ter estado em Curitiba. O autor não chega a ser um bairrista, mas sem dúvida há uma percepção parcial do livro para quem não conheça Curitiba, visto as várias referências que o autor faz à cidade e as pessoas que lá residem.
O mais valoroso no livro é a abordagem tupiniquim da sexualidade, explicito e cru. Trevisan escreve sobre pedofilia, fetichismo, homossexualismo com uma narrativa simples e direta sustentada por eventos plausíveis.
O poema sobre prostituição é quase um tratado sobre direitos e deveres de quem consome e quem fornece na comercialização do sexo, por uma questão de bom senso e pelo bem da poética na literatura esse não é título.
Existem dois ou três contos que são contos eróticos, de sacanagem mesmo, escritos de uma forma erudita, semi-parnasiana e, consequentemente, cômica.
No caso da pedofilia faz uma abordagem nem pró nem contra o polêmico tema, o caso acontece como acontece realmente, uma menina de nove anos sai de casa para fazer compras um cara mais velho a abordar com aquele papo “vem cá ver o que tenho para você” que só uma criança de nove anos cairia, e é o que acontece. O cara abusa da menina, que não faz nem idéia do que ta acontecendo, e depois vai embora sem peso na consciência. Cruel, estúpido e desumano com só a realidade consegue ser.

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