CRÔNICA DA SEMANA
A CIGANA
(Moisés Bottas)
Qual o gosto do beijo de uma cigana
apaixonada, que transpira sensualidade pelos seus poros rosados que suam ao
ouvir as castanholas e o violão flamenco de um homem de brinco e cabelos
negros?
O homem tem o olhar do Don Juan, e com
esse olhar tenta seduzir a ciganinha que baila com seu vestido longo e de cores
variadas. A mulher eleva seus olhos ao encontro aos do cigano e puxa seus
lábios como se fosse lançá-lo um beijo. Mas ela se mantém em sua dança e seus impulsos
sensuais.
A cigana se deleita ao ouvir os arpejos
perfeitos do violonista, que toca com a alma de sedução do Orfeu tocando para
sua amada Eurídice. Por fim, a cigana se aproxima com suas castanholas e
sussurra ao ouvido do violonista encantado. O sussurro não pôde ser ouvido, mas
a ação seguinte veio acompanhada de um beijo caloroso e um fechar de olhos que
parecia ser um sonho interminável... O beijo chegou ao fim e a cigana partiu.
Ao músico, restou-lhe mais acordes a
dedilhar em seu violão e nada mais naquela noite, que pareceu eterna do começo
ao fim daquele beijo.
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