
(por Mônica, cronicasurbanas.wordpress.com)
Vivi boa parte da minha vida numa parte da cidade onde não havia edifícios. Todo mundo morava em casas espaçosas construídas em terrenos enormes, jardins bem cuidados e quintais com árvores e muito espaço pra meninada brincar.
Minha rua era de calçamento de pedra, ladeada por flamboyants que na primavera cobriam tudo de vermelho, laranja e verde. À noite tinha aquele cheirinho inconfundível do pé de dama-da-noite que ficava do lado do portão. A gente ouvia sapos e corujas, de manhã cedo tinha bem-te-vi cantando bem embaixo da janela. Era uma delícia. Problema mesmo, só quando chovia. Aliás, nem precisava chover, era só ameaçar e pronto, a luz ia embora.
O estoque de velas, fósforos e lanternas da nossa casa era respeitável e aos primeiros sinais de uma possível tempestade (um vento mais forte ou trovões, mesmo que bem longe) todo mundo já se colocava a postos. Quando o céu desabava pesado, ventania nos galhos das árvores, o cheiro de terra molhada, era uma questão de tempo pra ficarmos sem luz. Não que me importasse muito, sobretudo se fosse à noite. Eu adorava ficar vendo o quintal e a lagoa através do clarão dos relâmpagos. A gente sentava na mesa da sala de jantar e ia bater papo, ou então meu irmão pegava o violão e começava a tocar. Algumas (raras) vezes a luz voltava logo, mas o mais comum era irmos pra cama levando velas para o quarto.
Ainda hoje gosto de ver as tempestades quando estou quietinha e quentinha em casa, elas me trazem imagens e sensações da infância. E, mesmo morando hoje numa região onde esse problema não existe, continuo mantendo velas e fósforos sempre à mão…
Minha rua era de calçamento de pedra, ladeada por flamboyants que na primavera cobriam tudo de vermelho, laranja e verde. À noite tinha aquele cheirinho inconfundível do pé de dama-da-noite que ficava do lado do portão. A gente ouvia sapos e corujas, de manhã cedo tinha bem-te-vi cantando bem embaixo da janela. Era uma delícia. Problema mesmo, só quando chovia. Aliás, nem precisava chover, era só ameaçar e pronto, a luz ia embora.
O estoque de velas, fósforos e lanternas da nossa casa era respeitável e aos primeiros sinais de uma possível tempestade (um vento mais forte ou trovões, mesmo que bem longe) todo mundo já se colocava a postos. Quando o céu desabava pesado, ventania nos galhos das árvores, o cheiro de terra molhada, era uma questão de tempo pra ficarmos sem luz. Não que me importasse muito, sobretudo se fosse à noite. Eu adorava ficar vendo o quintal e a lagoa através do clarão dos relâmpagos. A gente sentava na mesa da sala de jantar e ia bater papo, ou então meu irmão pegava o violão e começava a tocar. Algumas (raras) vezes a luz voltava logo, mas o mais comum era irmos pra cama levando velas para o quarto.
Ainda hoje gosto de ver as tempestades quando estou quietinha e quentinha em casa, elas me trazem imagens e sensações da infância. E, mesmo morando hoje numa região onde esse problema não existe, continuo mantendo velas e fósforos sempre à mão…
Nenhum comentário:
Postar um comentário