terça-feira, 25 de novembro de 2008

GRANDES NOMES DA LITERATURA


DIAS GOMES
(www.itaucultural.org.br)

Alfredo de Freitas Dias Gomes (Salvador BA 1922 - São Paulo SP 1999). Autor. Sua obra tem uma abordagem humanista de esquerda, com temática voltada para o homem brasileiro e sua luta com a engrenagem social. Entre elas, O Pagador de Promessas, um clássico da moderna dramaturgia brasileira.
Muda-se para o Rio de Janeiro e escreve, aos 15 anos, a sua primeira peça, A Comédia dos Moralistas, premiada pelo Serviço Nacional de Teatro, SNT, em 1939. Pé de Cabra é encenada em 1942, pela companhia Procópio Ferreira, com êxito de público e crítica. Seguem-se as montagens de João Cambão, 1942; Amanhã Será Outro Dia, 1943; Doutor Ninguém, 1943; Zeca Diabo, 1943; quase todas produzidas pelo conjunto de Procópio. A partir de 1944 passa a concentrar suas atividades no rádio. Escreve e dirige programas, exerce cargos de chefia artística em várias emissoras e produz radioteatro, inclusive com adaptações de alguns textos de sua autoria originalmente escritos para palco. Volta ao teatro em 1954 com Os Cinco Fugitivos do Juízo Final, produzida por Jaime Costa, com direção de Bibi Ferreira.
Sua consagração vem em 1960 com a montagem de O Pagador de Promessas pelo Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, dirigida por Flávio Rangel e seguida, em 1962, por uma montagem carioca, do Teatro Nacional de Comédia, TNC, com direção de José Renato. A peça conta a história de Zé do Burro, um dos mais puros heróis trágicos da dramaturgia brasileira, que paga com a vida pela obstinação em depositar na igreja da capital a pesada cruz que trouxe de sua longínqua aldeia, em pagamento de uma promessa feita para que Iansã curasse o seu burro doente. Em torno de Zé do Burro giram as personagens que são a síntese de um Brasil ao mesmo tempo medieval e moderno, intolerante, impiedoso nos seus desequilíbrios sociais e educacionais, e onde o indivíduo não tem chance de resistir às artimanhas do esquema explorador. Para a popularidade de O Pagador de Promessas contribui a sua versão cinematográfica dirigida por Anselmo Duarte, vencedora da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1962, e uma adaptação para a televisão que, produzida 28 anos depois da criação da obra, comprova a sua vitalidade.
A partir de 1969, o autor se afasta do teatro e se dedica, durante alguns anos, à televisão. Torna-se o mais importante dos autores de novelas, levando para o novo veículo a observação da realidade brasileira e a mistura de fantasia e realismo que caracterizam a sua obra teatral Entre as novelas mais bem-sucedidas encontram-se: Bandeira 2 (1971); O Bem Amado (1973); Saramandaia (1976); Roque Santeiro (1985).

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