sexta-feira, 5 de abril de 2013

UM DEDO DE PROSA



VIDAS POR PARTIDAS DE FUTEBOL

Enquanto o governo brasileiro corre contra o tempo para finalizar as obras dos estádios que sediarão as Copas das Confederações (agora em 2013) e do Mundo (em 2014), brasileiros veem seus familiares morrendo à míngua na porta dos hospitais públicos Brasil afora.
            Não é de hoje que a saúde pública no Brasil vai de mal a pior, mas piorou desde que a FIFA confirmou que a próxima Copa do Mundo de Futebol seria realizada aqui, em nosso país. Desde esse anúncio, os governos Federal e Estaduais não mais fizeram outra coisa senão investir alto na demolição e reconstrução de novos estádios de futebol. Para “fazer bonito” diante da FIFA, o governo brasileiro infringiu a Artigo 196 da Constituição Federal (que diz: a saúde é direito de todos e dever do Estado) e “virou a cara” para o caos por que passa a Saúde Pública brasileira.
            É vergonhoso ver nossas crianças e idosos morrendo em corredores dos hospitais públicos: ora por falta de atendimento, ora por falta de leitos, ora por falta de remédios e sempre por falta de vergonha na cara dos que comandam o nosso país.
Vidas estão sendo sacrificadas em prol do bem-estar do futebol mundial e em benefício da corja de bandidos que nós colocamos no poder, os quais estão recebendo uma grande fatia do bolo patrocinado pelas obras hiper-mega-superfaturadas dos 12 “templos do futebol”, cuja soma dos valores já se aproxima da casa dos 10 bilhões de reais.
            Se houvesse uma lei que obrigasse todos os políticos e seus familiares a utilizarem os hospitais públicos, certamente as notícias seriam bem diferentes das que estamos habituados a ler nos jornais e a assistir nos telejornais e com certeza teríamos um atendimento hospitalar digno dos países de primeiro mundo, em que o bem-estar do cidadão está em primeiro plano.
            Temo - e muito! - as consequências pós-Copa do Mundo, que deixarão sequelas irreversíveis ao povo brasileiro.

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