UM DEDO DE PROSA
VIDAS POR PARTIDAS DE FUTEBOL
Enquanto o
governo brasileiro corre contra o tempo para finalizar as obras dos estádios
que sediarão as Copas das Confederações (agora em 2013) e do Mundo (em 2014),
brasileiros veem seus familiares morrendo à míngua na porta dos hospitais públicos
Brasil afora.
Não
é de hoje que a saúde pública no Brasil vai de mal a pior, mas piorou desde que
a FIFA confirmou que a próxima Copa do Mundo de Futebol seria realizada aqui, em
nosso país. Desde esse anúncio, os governos Federal e Estaduais não mais
fizeram outra coisa senão investir alto na demolição e reconstrução de novos
estádios de futebol. Para “fazer bonito” diante da FIFA, o governo brasileiro infringiu
a Artigo 196 da Constituição Federal (que diz: a saúde é direito de todos e
dever do Estado) e “virou a cara” para o caos por que passa a Saúde Pública
brasileira.
É
vergonhoso ver nossas crianças e idosos morrendo em corredores dos hospitais
públicos: ora por falta de atendimento, ora por falta de leitos, ora por falta
de remédios e sempre por falta de
vergonha na cara dos que comandam o nosso país.
Vidas estão
sendo sacrificadas em prol do bem-estar do futebol mundial e em benefício da
corja de bandidos que nós colocamos no poder, os quais estão recebendo uma
grande fatia do bolo patrocinado pelas obras hiper-mega-superfaturadas dos 12 “templos do futebol”, cuja soma dos valores já
se aproxima da casa dos 10 bilhões de reais.
Se
houvesse uma lei que obrigasse todos os políticos e seus familiares a
utilizarem os hospitais públicos, certamente as notícias seriam bem diferentes
das que estamos habituados a ler nos jornais e a assistir nos telejornais e com
certeza teríamos um atendimento hospitalar digno dos países de primeiro mundo,
em que o bem-estar do cidadão está em primeiro plano.
Temo -
e muito! - as consequências pós-Copa do Mundo, que deixarão sequelas irreversíveis ao povo brasileiro.
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