quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

CRÔNICA DA SEMANA

ANO NOVO!?
(Airton Gondim Feitosa)

O entardecer se torna mais belo, sonoro e envolvido com o vento soprando rumo ao litoral, o canto de despedida das aves marinhas, o marulhar das ondas e as espumas que se tornam mais alvas, à proporção que o crepúsculo desce sobre a terra e cai sobre nos, amantes obstinados na arte de amar, querendo um amor que nunca tivemos, e assim, se vai mais um dia e morre mais uma esperança de uma lembrança que gostaríamos de ter...
Mais um ano termina, cumprimos mais uma etapa, percorrendo a estrada da vida, vivenciando outras existências, assistindo aos vivos e socorrendo aos mortos na derradeira hora da passagem pelo túnel do grande nevoeiro que leva-nos ao paraíso, oxalá.
O grande mistério, o estranho hábito de viver sobre pressão, de que somos maus, pecadores, e abominadores das leis divinas, faz com que essa passagem curtíssima nessa dimensão seja coroada de medos, de um Deus mau e vingativo que nos pune a cada momento, quando na realidade Vossa Divindade é simplesmente maravilhoso, complacente e, que mesmo tendo nos deixado três leis básicas: evolução, livre arbítrio e causa e efeito, ainda nos premia com varias oportunidades, para que atinjamos o ideal e assim, possamos atingir as dimensões da excelência de toda a espiritualidade.
O amor é o único caminho para a verdade, não existem atalhos, não se escreve a vivencia com entrelinhas ou com acentuações cósmicas do retalho extraído de um manuscrito do mar morto descoberto por Dan Brow que modificaria a religiosidade planetária e abriria outros horizontes palpitantes de credulidade, e medo. Não seriam as profecias Astecas que fariam com que fossemos diferente do que somos, talvez, ficássemos ainda piores porque haveríamos acordado de um grande engodo que durara milhares de anos. Assim os cientistas decepcionados resolvessem construir uma nave que comportasse toda a inteligência terrena e as levasse a uma viagem com destino indefinido e improvável fim. Mais quantas divagações e paranóias ainda teremos até saber o que já deveríamos nascer sabendo, ou melhor amando e que o amor acompanhasse todas as nossas etapas e que jamais pudéssemos conhecer sentimentos tão mesquinhos, como a ganância, a inveja, o ódio e, quem sabe, assim, talvez a violência nem existisse e pudéssemos todos nós, amar uns aos outros.
Mais agora o sol se foi por completo, eu olho ao meu redor e vejo tanta coisa que já existia desde a minha infância, lembro de um sonho da adolescência, de uma amor de mulher, de passear de mãos dadas, de beijar aqueles beijos ardentes e de sentir o teu calor mesmo quando já em meu quarto recolhido me encontrava. Passaram-se tantos anos e não viestes, e porque? Será que não me amastes o suficiente para enfrentar o mundo ao meu lado, ou caístes nos impedimentos de outros sentimentos, aqueles que eu não os senti? Mais te lembra mulher que eu ainda espero por ti, na passagem do ano, no limiar de outro amanhecer, que venhas, vestida de branco e com a grinalda das noivas prometidas...

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