terça-feira, 12 de abril de 2011

UM DEDO DE PROSA

TÚNEL DO TEMPO

Sou do tempo da fita cassete e do compacto de vinil. Tempo do Volkswagen SP2, da máquina de escrever, da radiola, da televisão Telefunken, da enceradeira Walita e dos refrigerantes Crush e Bidu. Tempo da lâmina de barbear Platinum-Plus, das colônias Seiva de Alfazema e Tabu, da pomada Minâncora e dos sabonetes Gessy e Phebo. Tempo das calças e camisas US Top. Tempo das lojas Arapuã, da Sears, das Casas da Banha e do Supermercado Jumbo.
Sou do tempo em que homens e mulheres dançavam de rostos colados ao som de Pholhas, Lobo, Demis Roussos, Nazareth e Creedence Clearwater Revival. Tempo em que as festas começavam às 19 horas e terminavam - quando muito tarde - a uma hora da manhã. Tempo em que essas mesmas festas eram realizadas em casas de famílias - por ocasião de um batizado, aniversário ou casamento – cujas portas ficavam abertas a todos que estivessem a fim de se divertir, independentemente de serem conhecidos ou não.
Sou do tempo em que os pais podiam educar seus filhos à moda antiga, aplicando-lhes, inclusive, o castigo físico sem o risco de serem presos. Tempo em que os professores tinham liberdade para ensinar e eram respeitados, principalmente, pelos alunos. Tempo em que as pessoas mais velhas eram tratadas com carinho e respeito. Tempo em que conseguíamos diferenciar o policial do bandido. Tempo em que as escolas eram os lugares mais seguros – além das nossas casas – para se deixar um filho...
Enfim, sou de um tempo em que as boas lembranças são em maior número que as más (se é que elas existem!). Um tempo do qual sinto saudades e tudo eu daria para revivê-lo ao menos por mais um minuto.

3 comentários:

  1. Tudo passa meu amigo!
    A vida me ensinou que aprendemos com o passado para vivermos o presente da melhor forma possível.
    Bjs.

    ResponderExcluir
  2. E o pior dentre tudo que passa é o tempo, pois eese não volta jamais, amiga!...

    ResponderExcluir
  3. Boas recordações, Joesio. Também sou desse tempo. Onde filhos tinham pais e vice-versa. Percebo que somos remanescentes de uma página virada da história, onde a sensatez ainda constava do dicionário.
    estou curtindo também seus poemas por aqui.
    Abraços!

    ResponderExcluir