quinta-feira, 24 de junho de 2010

MEUS VERSOS LÍRICOS

A PELEJA DO DIABO COM OS DONOS DO PODER
(Joésio Menezes)

Satanás em Brasília chegou
E o Senado logo quis conhecer,
E lá chegando ele reparou
Que nada mais poderia fazer,
Pois ali, as nobres “Excelências”
Fundaram o “Antro das Indecências”
E nele criaram a sede do Poder.

Ao criarem a sede do Poder,
Sabiam que estavam criando
Algo que lhes pudesse conceder
Autonomia para os seus desmandos.
E o Satanás, pobre coitado,
Viu que ali, em pleno Senado,
Chance não teria contra os nefandos.

E sem chance contra os nefandos,
Estaria, então, desmoralizado
Pois ele não teria nenhum comando,
Podendo, inclusive, ser rebaixado
A, simplesmente, um subalterno
Do guardião das portas do inferno
E o seu tridente lhe seria tomado.

E temendo que lhe fosse tomado
O seu tridente pelos astuciosos
Cães e demônios lá do Senado,
Satã foi atrás dos menos perigosos.
Buscou, então, outra clientela,
Porém não esqueceu a cautela
Usada contra os seres ardilosos.

Tentando fugir dos seres ardilosos,
Satã foi à Câmara dos Deputados...
Lá, ele encontrou gananciosos
Políticos que se dizem rogados
Pelo povo que os elegeu
E que também lhes concedeu
Poderes diversos e ilimitados.

E com esses poderes ilimitados,
Nossos ilustres representantes
Lá da Câmara dos Deputados
Poderiam, inclusive, ser mandantes
De roubos, homicídios, peculato,
Corrupção e muitos outros atos
Desonestos jamais vistos antes.

Desonestos jamais vistos antes
Em nenhum lugar pelo “Pai do Mal”
Fizeram dele um mero figurante
Nas profundezas do fogo infernal
Que incinera os de índole cruel,
De virtudes renegadas pelo Céu
E de banditismo sem outro igual.

O banditismo sem outro igual
Dos políticos visitados por Satã
Fê-lo pensar na possibilidade real
De ingressar numa Casa Cristã...
Mas ele se deu outra oportunidade
De mostrar quem era de verdade:
O anticristo de alma pagã.

O anticristo de alma pagã
Para a Câmara Legislativa fugiu,
Porém foi uma fuga vã,
Pois lá ele também sentiu
O cheiro de enxofre que, somente,
É queimado num fogo ardente
Que fora do inferno jamais se viu.

Fora do inferno jamais se viu,
Também, tanta gente assim
Aglomerada num só covil,
Atolada numa corrupção sem fim.
E novamente Satã, pobre coitado,
Sentiu-se mal, se viu acuado
Por tanta gente de coração ruim.

E essa gente de coração ruim,
Eleita pelo seu povo gentil,
Não tem escrúpulos, mas sim
Ganância de poder e falta de brio.
Satanás, então, sentiu-se derrotado
E percebeu que tudo dera errado
Desde que do inferno saiu

Desde que do inferno saiu
Parece que Satã perdeu o juízo
E, acometido de remorsos mil,
Ficou totalmente indeciso...
Diante de tudo que aqui presenciou,
Imediatamente, ele solicitou
A Deus sua volta ao Paraíso.

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