quarta-feira, 15 de abril de 2009

CRÔNICA DA SEMANA


PRESUNÇOSAMENTE FALANDO...
(Joésio Menezes)

No último dia da 27ª Feira do Livro de Brasília, estava eu no stand reservado aos anônimos escritores de Brasília de cuja lista meu nome timidamente figura.
Dois livros apenas eu tinha vendido naquela noite, mas para mim isso pouco importava. Importava-me apenas saber que meus livros estavam expostos na Feira. Comprando-os ou não, alguns visitantes conheceram ao menos suas capas e prometeram voltar mais tarde. Só prometeram!...
Horas depois, quando eu já encaixotava os livros, eis que surge à minha frente uma repórter da Rede Globo acompanhada do seu cinegrafista. Uma das mais lindas (ou porque não dizer a mais bela de todas?) do jornalismo global.
Refiro-me à repórter do DFTV, Flávia Alvarenga, que ao dirigir-se para o carro da emissora, resolveu dar uma parada em nosso stand. Talvez por curiosidade; talvez para encerrar sua matéria ou (quem sabe?) talvez porque reconheceu meu nome na capa dos livros expostos na mesinha improvisada.
Foi isso mesmo, pode acreditar!: ela reconheceu o nome daquele que um dia lhe enviara um acróstico, eu. Porém não me reconheceu, pois jamais me havia visto. Mas isso também pouco me importava. O mais importante é que ela estava ali, linda, maravilhosa, encantadora, majestosa, em carne e osso, ao vivo e em cores...
Aproximou-se e perguntou-me sobre o autor daqueles livros. Senti minhas pernas tremerem, meu coração acelerar, meu sangue quase em ebulição... A voz quase me faltou!... E mesmo gaguejando um pouco, respondi-lhe que estava diante dele.
Ela, então, presenteou-me com um sorriso encantador e com um brilho especial no olhar, tão especial quanto ela própria. Estendeu sua mão e cumprimentou-me. “Muito prazer”, – disse-me -, “fiquei muito lisonjeada com o seu acróstico. Muito obrigada!”. E beijou-me as faces. Em seguida, deu-me um abraço apertado e, com a respiração ofegante, sussurrou-me no ouvido esquerdo: “Eu gostaria muito de retribuir-lhe o presente, mas não aqui. Sugere algum lugar mais reservado?”
Aquele sussurro deixou-me completamente sem ação, desnorteado, imaginando coisas, desconfiado... “Meus Deus, estarei eu sendo presunçoso demais ou teria ela me dado uma cantada?” – pensei lá com os meus botões.
Timidamente, eu disse-lhe que não havia entendido (na verdade eu havia entendido sim, só não estava acreditando!...). Ela sorriu-me maliciosamente, aproximou-se de mim, encostou seu rosto no meu e, antes que me dissesse alguma coisa mais, acordei.

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