UM DEDO DE PROSA
PANDEMIAS ENDÊMICAS
Não bastassem as epidemias e pandemias surgidas nos últimos tempos (dentre elas a AIDS, o surto da vaca louca, a gripe aviária, a corrupção, a violência urbana e a crise financeira mundial) eis que surge mais uma: a “gripe suína”.
Quando pela primeira vez ouvi falar na referida gripe, pensei ter havido um surto no Senado Federal e nas Câmaras dos Deputados e Legislativa, visto que por lá a falta de higiene moral sai pelos poros dos parlamentares e espalha-se facilmente pelos amplos corredores, e tende a propagar (de forma alarmante e incontrolável) certas endemias de Falta de Caráter, e a mais recente delas é “o escândalo das passagens” que, aparentemente, veio à tona para camuflar outras endemias ainda piores, pois é sabido por todos que essa “doença” (a transferência de passagens a outrem), apesar de ser hereditária, não é tão nociva à população quanto as que eles tentam esconder. Inclusive, não há a necessidade do uso de máscaras cirúrgicas, mesmo porque eles já andam eternamente mascarados.
Comentam por aí que eles estão providenciando uma vacina contra a transferência de passagens: estão fabricando um auto-reajuste salarial.
E ainda dizem que eles não se preocupam com a saúde do país!...
terça-feira, 28 de abril de 2009
MEUS VERSOS LÍRICOS
SINÔNIMOS
(Joésio Menezes)
O sinônimo de deleite é beijar-te,
O de vida é desejar-te,
O de estar contigo é esperança.
O sinônimo de sofrer é vida,
O de saudade é ferida,
O de amizade é segurança.
O sinônimo de fogo é tesão,
O de angústia é paixão,
O de libido é furor.
O sinônimo de paixão é insanidade,
O de beijar-te é vontade,
O de ciúme é amor.
O sinônimo de amor é infinito,
O de esperar é estar aflito,
O de aflição é não te ver.
O sinônimo de te ver é sonhar,
O de prazer é te amar
E o de te amar é sofrer.
TRIBUTO À FELICIDADE
(Joésio Menezes)
Com certeza a felicidade existe!
E ela insistentemente resiste
A todos os males da raça humana.
Se não fosse essa tal felicidade,
Tenho certeza que a humanidade
Seria totalmente desumana.
Sem ela talvez não fosse possível
Tornar o verdadeiro amor crível
Nem salvá-lo dos corações impuros,
Pois quem tem no coração impurezas
Vive atolado num mar de tristezas,
De perversidades e de perjuros.
A “tal” felicidade existe sim
E felizmente ela chegou a mim
Na forma de uma pessoa bendita.
A felicidade tem nome até!...
Eu costumo chamá-la de Bené,
Mas foi Sacramentada Benedita.
SINÔNIMOS
(Joésio Menezes)
O sinônimo de deleite é beijar-te,
O de vida é desejar-te,
O de estar contigo é esperança.
O sinônimo de sofrer é vida,
O de saudade é ferida,
O de amizade é segurança.
O sinônimo de fogo é tesão,
O de angústia é paixão,
O de libido é furor.
O sinônimo de paixão é insanidade,
O de beijar-te é vontade,
O de ciúme é amor.
O sinônimo de amor é infinito,
O de esperar é estar aflito,
O de aflição é não te ver.
O sinônimo de te ver é sonhar,
O de prazer é te amar
E o de te amar é sofrer.
TRIBUTO À FELICIDADE
(Joésio Menezes)
Com certeza a felicidade existe!
E ela insistentemente resiste
A todos os males da raça humana.
Se não fosse essa tal felicidade,
Tenho certeza que a humanidade
Seria totalmente desumana.
Sem ela talvez não fosse possível
Tornar o verdadeiro amor crível
Nem salvá-lo dos corações impuros,
Pois quem tem no coração impurezas
Vive atolado num mar de tristezas,
De perversidades e de perjuros.
A “tal” felicidade existe sim
E felizmente ela chegou a mim
Na forma de uma pessoa bendita.
A felicidade tem nome até!...
Eu costumo chamá-la de Bené,
Mas foi Sacramentada Benedita.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL
NOITE DE AMOR
(Joana Darc Brasil)
Quero tua voz rouca
Falando baixinho que sou sua
Deixando-me louca
Enquanto estou nua.
Quero teus beijos molhados
Beijos que me atraíram
Teus lábios entreabertos
Lábios que me inebriam.
Quero teu romantismo
Quando em meu corpo passeia
Esta língua cheia de magnetismo
Que meu corpo incendeia.
Quero teus sussurros e gemidos
E no êxtase confessa que me quer.
Sou tua por tempo indefinido.
Entrego-me, sou tua mulher.
Depois quero sua mão que acaricia
Meus cabelos com carinho.
Encosto-me em tua pele macia
E no teu corpo me aninho.
Ao dormir não escondo o sorriso
Satisfeita por ter te amado.
Chegamos ao “paraíso”.
Quando os corpos entrelaçados
Sem pudor e sem juízo
O clímax foi alcançado.
INFELIZMENTE AMANHECEU
Roberto Selhorst Junior
Anoitece,
então a primeira estrela surge no céu,
ela tem o seu nome.
Contemplo-a,
e tão logo surgem outras
eu a perco no infinito.
Grito seu nome na esperança de ouvi-la,
nada... só se ouve o silêncio,
sei que ainda está lá.
Mas quando eu a encontro,
as outras estrelas antes tão lindas
perdem o brilho e vejo apenas você
na imensidão de um céu escuro.
De repente,
invade meus olhos o brilho de sua face
estampada na lua cheia.
Sua beleza me entorpece,
adormeço...
Acordo preocupado,
não vejo as estrelas, não vejo a lua,
não vejo você, me entristeço,
infelizmente amanheceu.
NOITE DE AMOR
(Joana Darc Brasil)
Quero tua voz rouca
Falando baixinho que sou sua
Deixando-me louca
Enquanto estou nua.
Quero teus beijos molhados
Beijos que me atraíram
Teus lábios entreabertos
Lábios que me inebriam.
Quero teu romantismo
Quando em meu corpo passeia
Esta língua cheia de magnetismo
Que meu corpo incendeia.
Quero teus sussurros e gemidos
E no êxtase confessa que me quer.
Sou tua por tempo indefinido.
Entrego-me, sou tua mulher.
Depois quero sua mão que acaricia
Meus cabelos com carinho.
Encosto-me em tua pele macia
E no teu corpo me aninho.
Ao dormir não escondo o sorriso
Satisfeita por ter te amado.
Chegamos ao “paraíso”.
Quando os corpos entrelaçados
Sem pudor e sem juízo
O clímax foi alcançado.
INFELIZMENTE AMANHECEU
Roberto Selhorst Junior
Anoitece,
então a primeira estrela surge no céu,
ela tem o seu nome.
Contemplo-a,
e tão logo surgem outras
eu a perco no infinito.
Grito seu nome na esperança de ouvi-la,
nada... só se ouve o silêncio,
sei que ainda está lá.
Mas quando eu a encontro,
as outras estrelas antes tão lindas
perdem o brilho e vejo apenas você
na imensidão de um céu escuro.
De repente,
invade meus olhos o brilho de sua face
estampada na lua cheia.
Sua beleza me entorpece,
adormeço...
Acordo preocupado,
não vejo as estrelas, não vejo a lua,
não vejo você, me entristeço,
infelizmente amanheceu.
CRÔNICA DA SEMANA
A NOIVA
(Joésio Menezes)
Ansiosos, lá estavam todos os convidados. Na igreja não mais havia lugares sequer para o pouso tranquilo de um mosquito. O suor escorria pela testa do noivo que, incansavelmente, enxugava-a com um pequeno lenço branco enquanto olhava, minuto a minuto, para o relógio de pulso.
O desespero começava a tomar-lhe conta. E mais uma vez olha o relógio. E mais outra, e outra mais. Os ponteiros pareciam-lhe parados. O tempo não passava, a nubente não chegava, a angústia aumentava, o suor não cessava...
Àquela altura, os murmurinhos começavam a se espalhar. Piadinhas de mal gosto começavam a surgir. O zum zum zum ecoava igreja adentro e chegava aos ouvidos do noivo como um mal presságio. “O que terá acontecido? Será que ela desistiu?” – pensava ele, agora inda mais desesperado.
De repente, todos olham para trás ao mesmo tempo. Eram os padrinhos que, de dois em dois, entravam lentamente carregando no rosto sorrisos amarelados pelo cansaço da espera, desgastados pelo tempo em que ficaram aguardando aquele momento. Um sorriso de alívio esboça-se no rosto do jovem noivo, pois sabia ele que o grande instante estava por chegar.
As grandes portas de madeira da igreja fecham-se lentamente. Minutos mais tarde são abertas. Por trás delas, ao som da marcha nupcial, surge a estrela da noite toda de branco. Linda, majestosa, encantadora, deslumbrante, deslumbrada... No seu rosto, um sorriso de incomparável beleza contrastava-se com as lágrimas que banhavam o rosto do seu pai que, de braços dados, levava-a ao altar.
Empurram-se daqui, espremem-se dali, esticam o pescoço de acolá. Enfim, todos se ajeitam como podem para vê-la passar.
Os poucos metros que havia entre as portas da igreja e o altar transformaram-se em eternos quilômetros do ponto de vista de quem, ansioso, a esperava para desposá-la. Mas, finalmente, ei-la diante dos seus olhos, próxima do seu corpo, mais perto do seu coração.
Com um riso sem outro igual estampado no rosto e o coração quase a sair-lhe pela boca, o noivo beija a testa do homem que lhe entregara a filha. Em seguida beija a face esquerda da amada, entrelaça seus braços e a conduz ao altar com a certeza de que aquele instante ficará para sempre marcado na vida de ambos e que aquela angustiante espera foi recompensada com o maior presente que Deus poderia ter dado a um simples mortal.
A NOIVA
(Joésio Menezes)
Ansiosos, lá estavam todos os convidados. Na igreja não mais havia lugares sequer para o pouso tranquilo de um mosquito. O suor escorria pela testa do noivo que, incansavelmente, enxugava-a com um pequeno lenço branco enquanto olhava, minuto a minuto, para o relógio de pulso.
O desespero começava a tomar-lhe conta. E mais uma vez olha o relógio. E mais outra, e outra mais. Os ponteiros pareciam-lhe parados. O tempo não passava, a nubente não chegava, a angústia aumentava, o suor não cessava...
Àquela altura, os murmurinhos começavam a se espalhar. Piadinhas de mal gosto começavam a surgir. O zum zum zum ecoava igreja adentro e chegava aos ouvidos do noivo como um mal presságio. “O que terá acontecido? Será que ela desistiu?” – pensava ele, agora inda mais desesperado.
De repente, todos olham para trás ao mesmo tempo. Eram os padrinhos que, de dois em dois, entravam lentamente carregando no rosto sorrisos amarelados pelo cansaço da espera, desgastados pelo tempo em que ficaram aguardando aquele momento. Um sorriso de alívio esboça-se no rosto do jovem noivo, pois sabia ele que o grande instante estava por chegar.
As grandes portas de madeira da igreja fecham-se lentamente. Minutos mais tarde são abertas. Por trás delas, ao som da marcha nupcial, surge a estrela da noite toda de branco. Linda, majestosa, encantadora, deslumbrante, deslumbrada... No seu rosto, um sorriso de incomparável beleza contrastava-se com as lágrimas que banhavam o rosto do seu pai que, de braços dados, levava-a ao altar.
Empurram-se daqui, espremem-se dali, esticam o pescoço de acolá. Enfim, todos se ajeitam como podem para vê-la passar.
Os poucos metros que havia entre as portas da igreja e o altar transformaram-se em eternos quilômetros do ponto de vista de quem, ansioso, a esperava para desposá-la. Mas, finalmente, ei-la diante dos seus olhos, próxima do seu corpo, mais perto do seu coração.
Com um riso sem outro igual estampado no rosto e o coração quase a sair-lhe pela boca, o noivo beija a testa do homem que lhe entregara a filha. Em seguida beija a face esquerda da amada, entrelaça seus braços e a conduz ao altar com a certeza de que aquele instante ficará para sempre marcado na vida de ambos e que aquela angustiante espera foi recompensada com o maior presente que Deus poderia ter dado a um simples mortal.
terça-feira, 21 de abril de 2009
UM DEDO DE PROSA
NÓS, HIPÓCRITAS
Há pessoas que pensam que o mundo gira em torno de si; que são o centro das atenções; que todos à sua volta devem servi-las sempre; que não aceitam ouvir um NÃO; que são os donos da verdade e que o seu ponto de vista é o mais correto, e se dele discordarmos, somos todos hipócritas.
Hipócritas todos nós somos a partir do momento em que nos calamos quando na verdade queríamos retrucar, debater, questionar... mas não o fazemos para evitar um “conflito generalizado”, seja ele em família, entre amigos ou até mesmo no local de trabalho.
Hipócritas todos nós somos quando nos deixamos tomar pelo sentimento de revolta simplesmente porque “aquele fulano” não concordou com o que pensamos e com o que dissemos.
Hipócritas todos nós somos a partir do instante em que deixamos aqueles “donos da verdade” pensarem que eles têm o domínio da situação e que podem nos manipular como e quando quiserem, fazendo-nos de marionetes e negando-nos o direito à voz.
Hipócritas todos nós somos toda vez que desejamos fazer uma crítica a algo ou a alguém e não a fazemos com receio de gerar polêmica, de causar intrigas, de provocar mal estar entre grupos de pessoas ou de ser mal aceito pelos outros.
Hipócritas todos nós somos quando deixamos de agradecer àquele que nos estendeu a mão quando dele necessitamos e ainda saímos espalhando por aí que ele fez o que qualquer pessoa teria feito, mesmo a um estranho.
Hipócritas todos nós somos quando tentamos esconder de outras pessoas (e de nós mesmos) que somos uns hipócritas convictos e evidentes.
Enfim, a hipocrisia está dentro de nós, e cabe a cada um permitir que ela se manifeste ou não, tornando-nos seres amados e odiados ao mesmo tempo. Amados por aqueles que acham que somos verdadeiros, odiados por aqueles que nos acham hipócritas.
Hipocrisia à parte, esqueçamos os hipócritas do Congresso, do GDF e das Câmaras e saudemos Brasília, que hoje completa 49 anos sem esquinas e sem culpa do que, hipocritamente, fazem com ela.
NÓS, HIPÓCRITAS
Há pessoas que pensam que o mundo gira em torno de si; que são o centro das atenções; que todos à sua volta devem servi-las sempre; que não aceitam ouvir um NÃO; que são os donos da verdade e que o seu ponto de vista é o mais correto, e se dele discordarmos, somos todos hipócritas.
Hipócritas todos nós somos a partir do momento em que nos calamos quando na verdade queríamos retrucar, debater, questionar... mas não o fazemos para evitar um “conflito generalizado”, seja ele em família, entre amigos ou até mesmo no local de trabalho.
Hipócritas todos nós somos quando nos deixamos tomar pelo sentimento de revolta simplesmente porque “aquele fulano” não concordou com o que pensamos e com o que dissemos.
Hipócritas todos nós somos a partir do instante em que deixamos aqueles “donos da verdade” pensarem que eles têm o domínio da situação e que podem nos manipular como e quando quiserem, fazendo-nos de marionetes e negando-nos o direito à voz.
Hipócritas todos nós somos toda vez que desejamos fazer uma crítica a algo ou a alguém e não a fazemos com receio de gerar polêmica, de causar intrigas, de provocar mal estar entre grupos de pessoas ou de ser mal aceito pelos outros.
Hipócritas todos nós somos quando deixamos de agradecer àquele que nos estendeu a mão quando dele necessitamos e ainda saímos espalhando por aí que ele fez o que qualquer pessoa teria feito, mesmo a um estranho.
Hipócritas todos nós somos quando tentamos esconder de outras pessoas (e de nós mesmos) que somos uns hipócritas convictos e evidentes.
Enfim, a hipocrisia está dentro de nós, e cabe a cada um permitir que ela se manifeste ou não, tornando-nos seres amados e odiados ao mesmo tempo. Amados por aqueles que acham que somos verdadeiros, odiados por aqueles que nos acham hipócritas.
Hipocrisia à parte, esqueçamos os hipócritas do Congresso, do GDF e das Câmaras e saudemos Brasília, que hoje completa 49 anos sem esquinas e sem culpa do que, hipocritamente, fazem com ela.
MEUS VERSOS LÍRICOS
NÃO ACREDITO
(Joésio Menezes)
Não acredito na vida sem perdas,
Na dor sem cura,
Na felicidade sem sofrimentos,
No sorriso sem lágrimas,
No choro sem razão.
Não acredito no amor sem renúncias,
Na beleza sem vaidade,
No favor sem interesses,
Na flor sem perfume,
Na amizade sem doação.
Não acredito no homem sem Deus,
Na verdade sem dono,
Na certeza sem medo,
No milagre sem fé,
No pecado sem perdão.
INTROSPECÇÃO
(Joésio Menezes)
Eu não sou ninguém,
Pois estou aquém
Dos que sabem amar...
Sou alheio à amizade,
Desconheço a felicidade,
Não consigo perdoar.
Eu me sinto bem
Ao dizer, também,
Que ignoro a bondade;
Que não consigo chorar;
Que me nego a lutar
Em prol da verdade...
E vou muito mais além:
Eu não digo amém,
Pois não sei rezar;
Eu não sinto vontade
De fazer caridade
A quem não possa pagar.
NÃO ACREDITO
(Joésio Menezes)
Não acredito na vida sem perdas,
Na dor sem cura,
Na felicidade sem sofrimentos,
No sorriso sem lágrimas,
No choro sem razão.
Não acredito no amor sem renúncias,
Na beleza sem vaidade,
No favor sem interesses,
Na flor sem perfume,
Na amizade sem doação.
Não acredito no homem sem Deus,
Na verdade sem dono,
Na certeza sem medo,
No milagre sem fé,
No pecado sem perdão.
INTROSPECÇÃO
(Joésio Menezes)
Eu não sou ninguém,
Pois estou aquém
Dos que sabem amar...
Sou alheio à amizade,
Desconheço a felicidade,
Não consigo perdoar.
Eu me sinto bem
Ao dizer, também,
Que ignoro a bondade;
Que não consigo chorar;
Que me nego a lutar
Em prol da verdade...
E vou muito mais além:
Eu não digo amém,
Pois não sei rezar;
Eu não sinto vontade
De fazer caridade
A quem não possa pagar.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL
HIPÓCRITAS
(Lola, www.overmundo.com.br)
O sangue dos mutilados
desce pela cruz
saciando a fome, a sede
o vício e os delírios
da mediocridade empunhada
pelos sumos sacerdotes
que temem a morte...
Os pedaços que foram execrados
e em valas sepultados
adubam a terra bandida...
falsa puritana, se contorce de prazer
a cada naco de corpo degustado
Pobres seres mutilados
sangram aos poucos
nem mortos, nem vivos
Alimentam fantasmas
ferindo sua própria carne
Nas escadas das igrejas
imaginárias, coabitam
dividindo parcas esmolas
Entre a dor e a sanidade
festejam migalhas...
Escorra dos mutilados, sangue maldito!
manche por inteira a cruz
que tanto te seduz
Coagule nos vãos da madeira
em um ato indecente
Covardes seres mutantes, que se deixam encantar
por um rasgo, um raio, um átimo de poder
semi-vivos, semi-mortos,
Se quisessem, realmente a morte
não compactuariam com a vida
e seus sacerdotes...
Deliciam-se na dor que os consome
na cor do líquido que vertem
em suas feridas em chagas, abertas
exibem sua exuberância, um suicídio
uma lei, um decreto
Mas, não os seguem...
Abraçam suas cruzes
copulam com a arte da vida
e fingem desejarem a morte
Hipócritas...
POESIA HIPÓCRITA
(Mirlene Souza)
Nada de novo.
Nossas vidas continuam inertes
e sem propósito.
Tudo é um engano,
nossos passos se passam
e não passam de encenação.
Somos apenas estátuas de mármore,
pálidas e frias.
Imóvel decoração
de um mundo contemplativo,
expressões fugidias de espíritos fugitivos,
perdidos, desencontrados.
Quão nociva pode ser
essa beleza mitológica,grega,
com seus narizes retos...
Mas pobres almas tortuosas!
São incapazes de enxergar
além de seus próprios Narcisos.
HIPÓCRITAS
(Lola, www.overmundo.com.br)
O sangue dos mutilados
desce pela cruz
saciando a fome, a sede
o vício e os delírios
da mediocridade empunhada
pelos sumos sacerdotes
que temem a morte...
Os pedaços que foram execrados
e em valas sepultados
adubam a terra bandida...
falsa puritana, se contorce de prazer
a cada naco de corpo degustado
Pobres seres mutilados
sangram aos poucos
nem mortos, nem vivos
Alimentam fantasmas
ferindo sua própria carne
Nas escadas das igrejas
imaginárias, coabitam
dividindo parcas esmolas
Entre a dor e a sanidade
festejam migalhas...
Escorra dos mutilados, sangue maldito!
manche por inteira a cruz
que tanto te seduz
Coagule nos vãos da madeira
em um ato indecente
Covardes seres mutantes, que se deixam encantar
por um rasgo, um raio, um átimo de poder
semi-vivos, semi-mortos,
Se quisessem, realmente a morte
não compactuariam com a vida
e seus sacerdotes...
Deliciam-se na dor que os consome
na cor do líquido que vertem
em suas feridas em chagas, abertas
exibem sua exuberância, um suicídio
uma lei, um decreto
Mas, não os seguem...
Abraçam suas cruzes
copulam com a arte da vida
e fingem desejarem a morte
Hipócritas...
POESIA HIPÓCRITA
(Mirlene Souza)
Nada de novo.
Nossas vidas continuam inertes
e sem propósito.
Tudo é um engano,
nossos passos se passam
e não passam de encenação.
Somos apenas estátuas de mármore,
pálidas e frias.
Imóvel decoração
de um mundo contemplativo,
expressões fugidias de espíritos fugitivos,
perdidos, desencontrados.
Quão nociva pode ser
essa beleza mitológica,grega,
com seus narizes retos...
Mas pobres almas tortuosas!
São incapazes de enxergar
além de seus próprios Narcisos.
CRÔNICA DA SEMANA
HIPOCRISIA
(Bhip, www.cronicazul.blogspot.com)
Hoje, decidi escrever acerca da hipocrisia de certas pessoas, centrando a crônica para aqueles que, sabendo o que fizeram, trocaram o velho pelo novo.
Não é minha intenção ferir ou criticar ninguém, simplesmente decidi englobar este tema que parece ser “moda” na sociedade atual.
No nosso dia-a-dia damos de cara com todo o tipo de pessoas que não conhecemos. Não sabemos se a pessoa à nossa frente é um assassino ou se é simplesmente uma pessoa simples e com boas intenções. Essa distinção não é, por vezes, possível devido à hipocrisia dessas pessoas.
A questão com que me deparo é simples e lógica “Qual o motivo?”. Se alguém me for capaz de responder a esta questão tem toda a minha consideração. Considero que seja esta uma das perguntas a estudar na filosofia nos dias de hoje, o motivo da hipocrisia.
Pode ser que ainda não tenham notado, mas está cada vez mais presente e, não sabemos se já o fomos sem dar por isso. Aqueles que nos rodeiam são os únicos que nos podem responder a essa pergunta. Por vezes, estamos demasiados “tapados” para ver o que se passa conosco, antes de criticarmos o próximo. E que tal olhar para dentro de si? E que tal se eu olhasse para dentro de mim? E que tal se tu olhasses para dentro de ti?
Sei que para muitos, estes textos têm pouco ou nenhum valor, mas também sei que há pessoas que levam os meus delitos a sério. É para esses que dedico estas crônicas.
Seguidamente ao aparte que tinha de enquadrar nesta crônica, volto ao assunto principal.
Na minha vida apercebo-me de pequenas estratégias, que são feitas numa simples turma de uma vasta escola recheada de alunos, que servem para separar grupos de amigos, para os unir com os outros ou simplesmente para ser enquadrado nesse grupo. Há pessoas capazes de tudo para se sentirem integradas. Quanto a mim, acho que não vale a pena o sacrifício e a mudança para que a integração seja feita. É claro que há sacrifícios a serem feitos, mas para se conseguir realmente ser feliz num grupo de amigos, temos de ser nós próprios. Segue o meu conselho: sê tu mesmo … não te sacrifiques por aquilo que não vale a pena e não faças aquilo que um dia mais tarde te podes arrepender.
Joga sempre com uma carta a menos, isto é, não deites tudo a perder por algo simples. Vive a tua vida calmamente.
Eu próprio consigo ser feliz, apesar de ser um adolescente revoltado, e consigo estar integrado, mantendo-me ao mesmo tempo na sombra para poder observar todos os comportamentos suspeitos. São estes que me permitem conhecer com quem lido.
Será que conheces todos aqueles com quem falas no teu dia-a-dia?
HIPOCRISIA
(Bhip, www.cronicazul.blogspot.com)
Hoje, decidi escrever acerca da hipocrisia de certas pessoas, centrando a crônica para aqueles que, sabendo o que fizeram, trocaram o velho pelo novo.
Não é minha intenção ferir ou criticar ninguém, simplesmente decidi englobar este tema que parece ser “moda” na sociedade atual.
No nosso dia-a-dia damos de cara com todo o tipo de pessoas que não conhecemos. Não sabemos se a pessoa à nossa frente é um assassino ou se é simplesmente uma pessoa simples e com boas intenções. Essa distinção não é, por vezes, possível devido à hipocrisia dessas pessoas.
A questão com que me deparo é simples e lógica “Qual o motivo?”. Se alguém me for capaz de responder a esta questão tem toda a minha consideração. Considero que seja esta uma das perguntas a estudar na filosofia nos dias de hoje, o motivo da hipocrisia.
Pode ser que ainda não tenham notado, mas está cada vez mais presente e, não sabemos se já o fomos sem dar por isso. Aqueles que nos rodeiam são os únicos que nos podem responder a essa pergunta. Por vezes, estamos demasiados “tapados” para ver o que se passa conosco, antes de criticarmos o próximo. E que tal olhar para dentro de si? E que tal se eu olhasse para dentro de mim? E que tal se tu olhasses para dentro de ti?
Sei que para muitos, estes textos têm pouco ou nenhum valor, mas também sei que há pessoas que levam os meus delitos a sério. É para esses que dedico estas crônicas.
Seguidamente ao aparte que tinha de enquadrar nesta crônica, volto ao assunto principal.
Na minha vida apercebo-me de pequenas estratégias, que são feitas numa simples turma de uma vasta escola recheada de alunos, que servem para separar grupos de amigos, para os unir com os outros ou simplesmente para ser enquadrado nesse grupo. Há pessoas capazes de tudo para se sentirem integradas. Quanto a mim, acho que não vale a pena o sacrifício e a mudança para que a integração seja feita. É claro que há sacrifícios a serem feitos, mas para se conseguir realmente ser feliz num grupo de amigos, temos de ser nós próprios. Segue o meu conselho: sê tu mesmo … não te sacrifiques por aquilo que não vale a pena e não faças aquilo que um dia mais tarde te podes arrepender.
Joga sempre com uma carta a menos, isto é, não deites tudo a perder por algo simples. Vive a tua vida calmamente.
Eu próprio consigo ser feliz, apesar de ser um adolescente revoltado, e consigo estar integrado, mantendo-me ao mesmo tempo na sombra para poder observar todos os comportamentos suspeitos. São estes que me permitem conhecer com quem lido.
Será que conheces todos aqueles com quem falas no teu dia-a-dia?
quarta-feira, 15 de abril de 2009
UM DEDO DE PROSA
TRIÂNGULO AMOROSO
E por falar em flores, dias atrás presenciei uma cena simplesmente rara, curiosa e inesquecível: dois beija-flores revezando-se no doce prazer de sugar o néctar de uma única flor.
Enquanto um se alimentava, o outro aguardava tranquilamente a sua vez de também saborear o que de mais doce lhes oferecia a flor.
Que bom seria se os homens também tivessem esse fraterno espírito de solidariedade e soubessem dividir com os seus semelhantes o que a natureza lhes oferece gratuitamente.
Que bom seria se a raça humana, autodenominada de seres racionais, pudesse enxergar no simples gesto de estender a mão àquele mais necessitado o caminho mais curto para se chegar à harmonia da humanidade, dos laços fraternos e da vida perfeita.
Que bom seria se os homens (do albino ao negro, do mais rico ao mais pobre, do mais "bonito" ao mais "feio, do mais letrado ao analfabeto...) ignorassem as diferenças e pudessem vê-las como um fator a mais no processo de busca da união dos povos.
Melhor seria, ainda, se pudéssemos assimilar e seguir o exemplo de sociabilidade e de convivência em grupo dos animais, comumente chamados de "irracionais"!...
Voltando à cena dos colibris com a flor, lamentei muito não ter, naquele momento, uma câmera para poder registrar a beleza ingênua e pura daquele "triângulo amoroso".
TRIÂNGULO AMOROSO
E por falar em flores, dias atrás presenciei uma cena simplesmente rara, curiosa e inesquecível: dois beija-flores revezando-se no doce prazer de sugar o néctar de uma única flor.
Enquanto um se alimentava, o outro aguardava tranquilamente a sua vez de também saborear o que de mais doce lhes oferecia a flor.
Que bom seria se os homens também tivessem esse fraterno espírito de solidariedade e soubessem dividir com os seus semelhantes o que a natureza lhes oferece gratuitamente.
Que bom seria se a raça humana, autodenominada de seres racionais, pudesse enxergar no simples gesto de estender a mão àquele mais necessitado o caminho mais curto para se chegar à harmonia da humanidade, dos laços fraternos e da vida perfeita.
Que bom seria se os homens (do albino ao negro, do mais rico ao mais pobre, do mais "bonito" ao mais "feio, do mais letrado ao analfabeto...) ignorassem as diferenças e pudessem vê-las como um fator a mais no processo de busca da união dos povos.
Melhor seria, ainda, se pudéssemos assimilar e seguir o exemplo de sociabilidade e de convivência em grupo dos animais, comumente chamados de "irracionais"!...
Voltando à cena dos colibris com a flor, lamentei muito não ter, naquele momento, uma câmera para poder registrar a beleza ingênua e pura daquele "triângulo amoroso".
MEUS VERSOS LÍRICOS
E POR FALAR EM FLORES...
(Joésio Menezes)
“Prá não dizer que não falei das flores”,
Hoje meus versos serão para ti:
És um encanto, cheia de pudores,
Dos jardins a mais bela que já vi.
És dotada de invejáveis primores,
Perfeita assim eu jamais conheci...
Teu sorriso e teu olhar sedutores
Excitam o pequeno colibri.
Inebriam o modesto poeta
Teu jeito, tua maneira discreta,
Teu perfume, teu corpo imaculado.
“Prá não dizer que não falei das flores”,
Deixo a ti os meus versos reveladores
Que me revelam um poeta apaixonado.
INANIMADO
(Joésio Menezes)
O meu grande vício é você,
E sem você não sou nada.
Sinto-me debater
Como um peixe fora d’água.
Sinto-me o mais infeliz dos homens,
Um cão abandonado...
Sinto-me completamente sem rumo,
Um soldado derrotado.
Uma fauna sem vida,
Um pássaro que não sabe voar,
Uma estrela decadente,
Uma noite sem luar.
Uma criança que não sorri,
Um homem atordoado,
Uma árvore sem raiz,
Um ser inanimado...
E POR FALAR EM FLORES...
(Joésio Menezes)
“Prá não dizer que não falei das flores”,
Hoje meus versos serão para ti:
És um encanto, cheia de pudores,
Dos jardins a mais bela que já vi.
És dotada de invejáveis primores,
Perfeita assim eu jamais conheci...
Teu sorriso e teu olhar sedutores
Excitam o pequeno colibri.
Inebriam o modesto poeta
Teu jeito, tua maneira discreta,
Teu perfume, teu corpo imaculado.
“Prá não dizer que não falei das flores”,
Deixo a ti os meus versos reveladores
Que me revelam um poeta apaixonado.
INANIMADO
(Joésio Menezes)
O meu grande vício é você,
E sem você não sou nada.
Sinto-me debater
Como um peixe fora d’água.
Sinto-me o mais infeliz dos homens,
Um cão abandonado...
Sinto-me completamente sem rumo,
Um soldado derrotado.
Uma fauna sem vida,
Um pássaro que não sabe voar,
Uma estrela decadente,
Uma noite sem luar.
Uma criança que não sorri,
Um homem atordoado,
Uma árvore sem raiz,
Um ser inanimado...
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL
LEMBRANÇAS DE MORRER
(Álvares de Azevedo)
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh'alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas ...
De ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos - bem poucos - e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta destes flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar dos teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo ...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d'aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos.
Deixai a lua pratear-me a lousa!
VERSOS ÍNTIMOS
(Augusto dos Anjos)
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
LEMBRANÇAS DE MORRER
(Álvares de Azevedo)
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh'alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas ...
De ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos - bem poucos - e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta destes flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar dos teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo ...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d'aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos.
Deixai a lua pratear-me a lousa!
VERSOS ÍNTIMOS
(Augusto dos Anjos)
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
CRÔNICA DA SEMANA
PRESUNÇOSAMENTE FALANDO...
(Joésio Menezes)
No último dia da 27ª Feira do Livro de Brasília, estava eu no stand reservado aos anônimos escritores de Brasília de cuja lista meu nome timidamente figura.
Dois livros apenas eu tinha vendido naquela noite, mas para mim isso pouco importava. Importava-me apenas saber que meus livros estavam expostos na Feira. Comprando-os ou não, alguns visitantes conheceram ao menos suas capas e prometeram voltar mais tarde. Só prometeram!...
Horas depois, quando eu já encaixotava os livros, eis que surge à minha frente uma repórter da Rede Globo acompanhada do seu cinegrafista. Uma das mais lindas (ou porque não dizer a mais bela de todas?) do jornalismo global.
Refiro-me à repórter do DFTV, Flávia Alvarenga, que ao dirigir-se para o carro da emissora, resolveu dar uma parada em nosso stand. Talvez por curiosidade; talvez para encerrar sua matéria ou (quem sabe?) talvez porque reconheceu meu nome na capa dos livros expostos na mesinha improvisada.
Foi isso mesmo, pode acreditar!: ela reconheceu o nome daquele que um dia lhe enviara um acróstico, eu. Porém não me reconheceu, pois jamais me havia visto. Mas isso também pouco me importava. O mais importante é que ela estava ali, linda, maravilhosa, encantadora, majestosa, em carne e osso, ao vivo e em cores...
Aproximou-se e perguntou-me sobre o autor daqueles livros. Senti minhas pernas tremerem, meu coração acelerar, meu sangue quase em ebulição... A voz quase me faltou!... E mesmo gaguejando um pouco, respondi-lhe que estava diante dele.
Ela, então, presenteou-me com um sorriso encantador e com um brilho especial no olhar, tão especial quanto ela própria. Estendeu sua mão e cumprimentou-me. “Muito prazer”, – disse-me -, “fiquei muito lisonjeada com o seu acróstico. Muito obrigada!”. E beijou-me as faces. Em seguida, deu-me um abraço apertado e, com a respiração ofegante, sussurrou-me no ouvido esquerdo: “Eu gostaria muito de retribuir-lhe o presente, mas não aqui. Sugere algum lugar mais reservado?”
Aquele sussurro deixou-me completamente sem ação, desnorteado, imaginando coisas, desconfiado... “Meus Deus, estarei eu sendo presunçoso demais ou teria ela me dado uma cantada?” – pensei lá com os meus botões.
Timidamente, eu disse-lhe que não havia entendido (na verdade eu havia entendido sim, só não estava acreditando!...). Ela sorriu-me maliciosamente, aproximou-se de mim, encostou seu rosto no meu e, antes que me dissesse alguma coisa mais, acordei.
PRESUNÇOSAMENTE FALANDO...
(Joésio Menezes)
No último dia da 27ª Feira do Livro de Brasília, estava eu no stand reservado aos anônimos escritores de Brasília de cuja lista meu nome timidamente figura.
Dois livros apenas eu tinha vendido naquela noite, mas para mim isso pouco importava. Importava-me apenas saber que meus livros estavam expostos na Feira. Comprando-os ou não, alguns visitantes conheceram ao menos suas capas e prometeram voltar mais tarde. Só prometeram!...
Horas depois, quando eu já encaixotava os livros, eis que surge à minha frente uma repórter da Rede Globo acompanhada do seu cinegrafista. Uma das mais lindas (ou porque não dizer a mais bela de todas?) do jornalismo global.
Refiro-me à repórter do DFTV, Flávia Alvarenga, que ao dirigir-se para o carro da emissora, resolveu dar uma parada em nosso stand. Talvez por curiosidade; talvez para encerrar sua matéria ou (quem sabe?) talvez porque reconheceu meu nome na capa dos livros expostos na mesinha improvisada.
Foi isso mesmo, pode acreditar!: ela reconheceu o nome daquele que um dia lhe enviara um acróstico, eu. Porém não me reconheceu, pois jamais me havia visto. Mas isso também pouco me importava. O mais importante é que ela estava ali, linda, maravilhosa, encantadora, majestosa, em carne e osso, ao vivo e em cores...
Aproximou-se e perguntou-me sobre o autor daqueles livros. Senti minhas pernas tremerem, meu coração acelerar, meu sangue quase em ebulição... A voz quase me faltou!... E mesmo gaguejando um pouco, respondi-lhe que estava diante dele.
Ela, então, presenteou-me com um sorriso encantador e com um brilho especial no olhar, tão especial quanto ela própria. Estendeu sua mão e cumprimentou-me. “Muito prazer”, – disse-me -, “fiquei muito lisonjeada com o seu acróstico. Muito obrigada!”. E beijou-me as faces. Em seguida, deu-me um abraço apertado e, com a respiração ofegante, sussurrou-me no ouvido esquerdo: “Eu gostaria muito de retribuir-lhe o presente, mas não aqui. Sugere algum lugar mais reservado?”
Aquele sussurro deixou-me completamente sem ação, desnorteado, imaginando coisas, desconfiado... “Meus Deus, estarei eu sendo presunçoso demais ou teria ela me dado uma cantada?” – pensei lá com os meus botões.
Timidamente, eu disse-lhe que não havia entendido (na verdade eu havia entendido sim, só não estava acreditando!...). Ela sorriu-me maliciosamente, aproximou-se de mim, encostou seu rosto no meu e, antes que me dissesse alguma coisa mais, acordei.
terça-feira, 7 de abril de 2009
UM DEDO DE PROSA
SOB O DOMÍNIO DA MILÍCIA CEREBRAL
É quase sempre a mesma coisa: sento-me diante do computador com a intenção de escrever algo. De repente, as ideias fogem, as palavras relutam em não darem as caras, a inspiração parece faltar-me...
Desisto e, então, resolvo navegar pela internet, pois lá muita coisa podemos encontrar de interessante. Até mesmo as notícias mais bisonhas podem se tornar interessantes diante da nossa falta do que escrever.
Acesso um site aqui, leio um texto ali, outro acolá e mais outro logo adiante. São catástrofes, catástrofes e mais catástrofes. Naturais ou provocadas pelos homens, ali estão elas descritas nos mínimos detalhes: secas, incêndios, enchentes, desmoronamento de encostas, terremotos, ciclones, furações...
Outros “pratos-cheios” aos que gostam de saborear desgraças são servidos ao longo do passeio pela internet: Economia mundial em crise, bolsas que caem, aumento na taxa de desemprego, loucos atirando contra a multidão sem motivo algum, homens-bomba agindo no oriente, ditadores lançando míssil pelos ares, pais matando filhos e vice-versa, rebelião em presídios, milícias acobertando o tráfico de drogas nas favelas e cobrando “pedágio” para o tráfego dos seus moradores.
Voltando ao primeiro parágrafo deste meu texto, às vezes penso que, já aliciados pelo que veem e leem na internet, meus neurônios entraram para a “milícia” comandada pelo cérebro e só permitem o tráfego das minhas idéias mediante pagamento de alguns milhões de células renovadas, e essas idéias por sua vez subornam minha inspiração permitindo-lhe o acesso à mente somente após a ordenação e seleção do que se pretende expor.
Talvez a melhor solução seja sentar-me diante do computador com os textos já escritos e, se possível, selecionados, o que dificultaria a ação das ideias subornadoras. Tal iniciativa poderá evitar a criação, exposição e disseminação daqueles textos que abordem catástrofes, crises, conflitos (políticos, religiosos, étnicos e/ou sociais) e ações homicidas.
SOB O DOMÍNIO DA MILÍCIA CEREBRAL
É quase sempre a mesma coisa: sento-me diante do computador com a intenção de escrever algo. De repente, as ideias fogem, as palavras relutam em não darem as caras, a inspiração parece faltar-me...
Desisto e, então, resolvo navegar pela internet, pois lá muita coisa podemos encontrar de interessante. Até mesmo as notícias mais bisonhas podem se tornar interessantes diante da nossa falta do que escrever.
Acesso um site aqui, leio um texto ali, outro acolá e mais outro logo adiante. São catástrofes, catástrofes e mais catástrofes. Naturais ou provocadas pelos homens, ali estão elas descritas nos mínimos detalhes: secas, incêndios, enchentes, desmoronamento de encostas, terremotos, ciclones, furações...
Outros “pratos-cheios” aos que gostam de saborear desgraças são servidos ao longo do passeio pela internet: Economia mundial em crise, bolsas que caem, aumento na taxa de desemprego, loucos atirando contra a multidão sem motivo algum, homens-bomba agindo no oriente, ditadores lançando míssil pelos ares, pais matando filhos e vice-versa, rebelião em presídios, milícias acobertando o tráfico de drogas nas favelas e cobrando “pedágio” para o tráfego dos seus moradores.
Voltando ao primeiro parágrafo deste meu texto, às vezes penso que, já aliciados pelo que veem e leem na internet, meus neurônios entraram para a “milícia” comandada pelo cérebro e só permitem o tráfego das minhas idéias mediante pagamento de alguns milhões de células renovadas, e essas idéias por sua vez subornam minha inspiração permitindo-lhe o acesso à mente somente após a ordenação e seleção do que se pretende expor.
Talvez a melhor solução seja sentar-me diante do computador com os textos já escritos e, se possível, selecionados, o que dificultaria a ação das ideias subornadoras. Tal iniciativa poderá evitar a criação, exposição e disseminação daqueles textos que abordem catástrofes, crises, conflitos (políticos, religiosos, étnicos e/ou sociais) e ações homicidas.
MEUS VERSOS LÍRICOS
A VIRGEM DOS LÁBIOS DE MEL
(Joésio Menezes)
Ao te olhar eu senti
Um excitante frenesi
Agitando meu corpo inteiro.
E de longe te observando,
Senti no peito pulando
Meu coração seresteiro.
Ele pulava, suspirava, sorria,
Cheio de emoção, repleto de alegria,
Encantado com a tua pele morena...
E como se fosse um colibri,
Desejei aproximar-me de ti
E beijar tua boca pequena.
Mas quando olhaste para mim,
Senti que um sentinela querubim
Suavemente descia do céu
Para dizer-me que um pecador
Não pode desejar o amor
Da virgem dos lábios de mel.
EPÍLOGO
(Joésio Menezes)
Teus romances são águas de verão...
Vêm fazendo estragos, mas logo se vão,
Marcando do meu coração o descompasso.
Vão deixando-me recordações infelizes:
Em meu peito profundas cicatrizes,
Em minha vida tristeza e embaraço...
Vêm como se fossem um tornado:
Devastando tudo, arrancando o telhado
Do meu lindo castelo de amor...
Vêm com a força de um tufão,
Arrancando de mim a paixão,
Deixando-me um vazio desolador.
Teus romances são para mim um punhal
Que foi cravado, de forma desleal,
Em meu peito sofrido e angustiado...
São eles, infelizmente, para mim
O epílogo de um romance sem fim
Entre a musa e o poeta apaixonado.
A VIRGEM DOS LÁBIOS DE MEL
(Joésio Menezes)
Ao te olhar eu senti
Um excitante frenesi
Agitando meu corpo inteiro.
E de longe te observando,
Senti no peito pulando
Meu coração seresteiro.
Ele pulava, suspirava, sorria,
Cheio de emoção, repleto de alegria,
Encantado com a tua pele morena...
E como se fosse um colibri,
Desejei aproximar-me de ti
E beijar tua boca pequena.
Mas quando olhaste para mim,
Senti que um sentinela querubim
Suavemente descia do céu
Para dizer-me que um pecador
Não pode desejar o amor
Da virgem dos lábios de mel.
EPÍLOGO
(Joésio Menezes)
Teus romances são águas de verão...
Vêm fazendo estragos, mas logo se vão,
Marcando do meu coração o descompasso.
Vão deixando-me recordações infelizes:
Em meu peito profundas cicatrizes,
Em minha vida tristeza e embaraço...
Vêm como se fossem um tornado:
Devastando tudo, arrancando o telhado
Do meu lindo castelo de amor...
Vêm com a força de um tufão,
Arrancando de mim a paixão,
Deixando-me um vazio desolador.
Teus romances são para mim um punhal
Que foi cravado, de forma desleal,
Em meu peito sofrido e angustiado...
São eles, infelizmente, para mim
O epílogo de um romance sem fim
Entre a musa e o poeta apaixonado.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA E UNIVERSAL
TEU RISO
(Pablo Neruda)
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
LAMENTOS
(Vivaldo Bernardes)
Eu lamento os meus tempos já passados,
quando ainda de amor não conhecia,
guiado por eunucos antiquados,
e de sexo pouco ou nada se sabia.
Entretanto, aprendi co’a própria vida
que o princípio do amor está em tudo
e penso que o amor não tem guarida
se o coração se faz de surdo-mudo.
Distanciam-se os tempos que vivi,
bajulado e por muitos desejado,
e o remorso futuro não previ.
Remorso por não ter retribuído
mil beijos com que fui agraciado,
a afagos que eu podia ter sentido.
TEU RISO
(Pablo Neruda)
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
LAMENTOS
(Vivaldo Bernardes)
Eu lamento os meus tempos já passados,
quando ainda de amor não conhecia,
guiado por eunucos antiquados,
e de sexo pouco ou nada se sabia.
Entretanto, aprendi co’a própria vida
que o princípio do amor está em tudo
e penso que o amor não tem guarida
se o coração se faz de surdo-mudo.
Distanciam-se os tempos que vivi,
bajulado e por muitos desejado,
e o remorso futuro não previ.
Remorso por não ter retribuído
mil beijos com que fui agraciado,
a afagos que eu podia ter sentido.
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