sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA

LA TROUPE
(Tania Melo)

Eu, pierrô, encubro a alma
com trapos de fantasia.
Sob a máscara do rosto
mudo o pranto em alegria,
disfarçando a dor que sinto
por esta pesada sina
de não ser, na contradança,
par da linda Colombina.
Pelos salões, vejo em mim,
insano frangalho branco
com mil cores camufladas,
outro doido saltimbanco:
um caricato Arlequim
a bailar sem sua amada.


SEM HOMOFOBIA
(Rosa Pena)

Amarrado num canto
de cabeça para baixo.
Que espanto!
Fitas coloridas enlaçam...
O pedido: Um cabra macho.

Banho de ervas
feitiço pelo cheiro.
Serve qualquer cavalheiro.
Tanto faz bonito ou feio.
No pastel o que vale
é o big recheio.

Ó bendito Antônio!
Olha com simpatia
para essas titias.
Junho foi o seu mês.
Passou com rapidez
As mulheres?
Em jejum.

Será que você virou
padroeiro dos gays?
Droga de armário!
Todo dia sai mais um.
Fêmea virou secundário.

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