O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA
A ÁGUA
(Andrea Joy)
Tão subjetivo tema,
Tão necessário lema.
Águas do Rio Sena,
Água da fonte serena.
Fúria e calmaria,
Água que lava o dia,
Chuva de desperdício,
Falta d’água é sacrifício.
Água do corpo hidratado,
Água do ventre lacrado,
Água das entranhas escorre,
Dentro da água gera o nobre.
Água que brota da terra...
Falta água na guerra.
Guerra lembra desamor,
Água alivia a Dor.
Composição divina,
Pura, clara, cristalina...
“Irreconhecível” valor,
Elemento cheio de sabor.
Alimento da vida,
Doa-se na lida,
Enriquece sonhos
Em preciosos banhos.
Com inexplicáveis atos
Jogam dejetos nos lagos.
Por alienação de alguns viventes,
Morrem muitas nascentes.
Água, ignorar sua essência
É não querer a própria existência.
O BICHO
(Manuel Bandeira)
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem...
terça-feira, 22 de março de 2011
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