quarta-feira, 27 de agosto de 2008

MEUS VERSOS LÍRICOS



VARINHA DE CONDÃO
(Joésio Menezes)


Eu gostaria de ter
Uma varinha de condão,
Para poder transformar
A discórdia em união.

A miséria em fartura,
A maldade em bondade,
O medo em coragem,
O cárcere em liberdade.

O fraco em forte,
O incapaz em capaz,
A malevolência em virtude,
A guerra em paz.

O desespero em bonança,
A tristeza em felicidade,
O desafeto em afeto,
A diferença em igualdade.

O desprezo em apreço,
O despudor em pudor,
O impossível em possível,
O ódio em amor...


CONTRADIÇÕES
(Joésio Menezes)

A água que sacia nossa sede,
A água que o rio conduz,
A água que lava nossas mãos
É a mesma água que o homem polui.

A fome que maltrata nosso povo,
A fome que se alastra mundo afora,
A fome que judia de nossas crianças
É a mesma fome que o homem ignora.

A guerra que tanta dor nos traz,
A guerra que nos asfixia,
A guerra, grande desgraça do mundo,
É a mesma guerra que o homem financia.

O homem que destrói a natureza,
O homem que ao outro extermina,
O homem que não tem amor
É o mesmo homem que Deus ilumina.


VULCÃO
(Joésio Menezes)

Por trás desta tua ingenuidade
Esconde-se a labareda veemente
De um fogo inapagável e ardente,
Que solta centelhas de puberdade.

Nenhum bombeiro em sua sanidade
Se atreveria ao ato indolente
De apagar essa chama inocente,
E com ele a tua mocidade.

Camuflado nesse fogo inapagável
Existe o ar de pureza inefável
Que nos deixa, cautelosos, a refletir:

“- O que tem nesse jeito de criança
É somente a chama acesa da esperança,
Ou um vulcão com vontade de explodir?”

(Nas Asas da Poesia, Brasília, 1998, páginas 19, 20 e 41)

2 comentários:

  1. gostei muito do que li se quiseres passa por http://anappalavrassoltas.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Joésio, querido amigo, agora seus poemas vêm com ilustrações e apra mim e as criaturas fantásticas, isso é maravilhoso.

    Belos poemas com varinhas mágicas e esperança contrastando com a dura realidade.

    Beijos.

    ResponderExcluir