quarta-feira, 13 de agosto de 2008

RESENHA LITERÁRIA


VINTE POEMAS DE AMOR E UMA CANÇÃO DESESPERADA
(Pablo Neruda)

Era o poeta Neruda quem numa pensão da rua Maruri, em Santiago de Chile que recém estreava os anos vinte, escrevia dois, três ou cinco poemas como muito quando ainda era um jovem estudante da língua francesa. Seu verdadeiro nome era Neftalí Ricardo Reyes Basoalto. Cada tarde, quando o crepúsculo começava a contar as horas, se prostrava militarmente à sacada e contemplava o leque de cores repartidas entre as luzes do entardecer. Assim, começava Pablo Neruda a exercer de projeto de escritor com uma sensibilidade sobressalente que oscilava entre a inspiração tanto pelo urbano como pelo selvagem. Com este mesmo patrão escreveu Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada, na que põe em manifestação o instinto nascido nas ruazinhas de Santiago estudantil, mas que lembrava a certo ar do Sul com seus portos e vilarejos desertos e nostálgicos. Falar deste livro é falar da imensidade do mar, das gaivotas, das colinas semeadas de árvores frutíferas e como não, da mulher concebida como ser único, sutil e versátil. Quem não teve em sua memória alguma vez a singeleza da frase "gosto quando cala..., sendo esta a anotação mais lembrada da obra e o motivo do desgosto para os leitores que afirmavam sentir-se defraudados depois de ter lido "Crepusculário", uma das primeiras obras do poeta. Apesar de que Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada ele escreveu nos anos quarenta, ficou gravada na memória da literatura universal como uma obra clássica com pinceladas de modernismo tardio e recorda-se, com o mesmo garbo que qualquer tango de Gardel, condenado a solidão e a lembrança. A Canção Desesperada, é como uma despedida da mulher musa de inspiração dos poemas porém igualmente completa de lirismo, singeleza e expressões que nos acercam o maduro instinto de qualquer homem humano.

(Fonte: www.resumos.netsaber.com.br)

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