UM DEDO DE PROSA
PRELÚDIO SOBRE A VELHICE
O tempo é
implacável e imparcial.
Implacável
porque enquanto seus ponteiros giram numa velocidade incontrolável, os seres
(animados ou inanimados) se desgastam a tal ponto de não mais se revitalizarem.
Imparcial porque não escolhe sexo, cor, nacionalidade ou classe social.
Tudo nessa vida
envelhece com o passar do tempo, a menos que se acabe precocemente. Daí a
preocupação de muitos de nós: a velhice, “o último quartel da vida”, pois não
sabemos como lidar com ela, o que fazer quando da sua chegada, como nos
preparar para essa hora...
Muitos maldizem
a velhice devido aos problemas de saúde que vêm junto com ela; e dizem não
querê-la, mas só se escapa desse estágio da vida morrendo ainda jovem.
Portanto, devemos nos colocar no lugar dos idosos e tratá-los como gostaríamos
de ser tratados, pois um dia seremos velhos, a não ser que morramos antes.
E o que mais me
preocupa é que em nosso país os idosos não são tratados como merecem: com muita
atenção, dedicação e respeito por tudo que eles fizeram em prol da nação e o
que ainda podem fazer com a experiência adquirida ao longo do tempo.
Alguns anos
atrás, foi criado o Estatuto do Idoso, porém são notórios a desobediência a
seus artigos e o desrespeito a seus beneficiários, principalmente por parte do
Estado, que nada faz para que o documento criado por ele seja seguido à risca. O abandono e o descaso para com nossos
idosos ocorrem, muitas vezes, dentro das suas próprias casas e estende-se por
toda a sociedade.
Que bom seria se
os idosos de todo o mundo recebessem o tratamento respeitoso que recebem os do
Japão!... Lá eles são reverenciados e tratados como mestres pelos mais jovens
e, principalmente, pelo Estado, pois são eles ícones da sabedoria e do
conhecimento, os quais podem ser repassados aos mais novos.
É como bem disse
Séneca, filósofo romano nascido no ano 4 a.C: “quando a velhice chegar,
aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que
vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem,
Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam
prazeres”.
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