VELHOS AMORES
(Joésio Menezes)
Despido dos meus cínicos pudores,
Aspiro o perfume da poesia
Que, sob os encantos da sua magia,
Me faz recordar os velhos amores
Responsáveis pelas infindas dores
Que enchem esse peito de agonia,
Causando-lhe uma louca arritmia,
Sufocando meus versos amadores.
São amores antigos e latentes,
Que agem de maneira contundente,
Deixando minh’alma triste e dorida.
Mas é isso que me revitaliza:
Enquanto meu coração agoniza,
Os velhos amores me trazem vida.
RESPOSTA A UM PEDIDO DE SOCORRO
(Joésio Menezes)
- ao poeta Arnaldo Antunes -
Caríssimo poeta, aceita teu destino!...
Se o teu coração “já não bate nem apanha”,
É sinal que a dor do teu peito ladino
É tão somente dor oriunda de manha.
Se nada sentes tu: nem medo, nem calor,
Nem vontade de rir ou de chorar... coitado!
Sinto pena de ti, pois não sentes amor,
Nem dor, nem frio, nem nada, apenas afetado
Foste pelo voraz temor que os poetas
Natos dizem sentir quando a indiscreta
Emoção de viver uma paixão tamanha
Faz deles um zumbi sem nenhum sentimento
Que lhes sirva, porém, esse teu sofrimento
É nada mais que dor aliada à artimanha.
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