CRÔNICA DA SEMANA
O
COVEIRO, A SOLIDÃO
E O SILÊNCIO
(Aline
Menezes)
Há coisas que só
fazem sentido no depois, porque no agora somos absorvidos de tal forma pela
vida que nos tornamos incapazes de perceber o movimento da existência entre
nós. A vida que segue parece nos conduzir para o nada, um nada tão cheio de
dúvidas e inquietações... Um nada que existe, que se aproxima da esperança ou
da experiência dos cadáveres.
Estou sob o
efeito da vida. Perambulo na agonia de um fardo, um fardo que carrego
conscientemente. Arrasto-me até o horário em que não consigo mais enxergar uma
saída... Encontro-me, também, completamente anestesiada, às vezes, talvez
embriagada e entorpecida por um peso que já não suporto mais levar adiante. São
muitas lembranças e muitas memórias acolhidas numa só vida, numa só alma
solitária. Num corpo que teima.
Afasto-me
vagarosamente dos sons das ruas, das vozes de dentro de casa, do barulho que
lateja na minha cabeça. Minha tentativa de me embrulhar no silêncio fracassa a
cada momento em que - de olhos abertos - vejo como as pessoas andam, sinto o
que elas expressam, observo como se comunicam, como não se amam, como se
disfarçam... fantasiadas, elas se revelam na frente do meu jeito atento de
escutá-las.
O coveiro: única
imagem coerente neste cenário tão particular que acabo de criar para aqueles
que me leem, que tentam interpretar um mundo que não os pertence. O coveiro:
cercado de sonhos hoje apodrecidos, amores proibidos, sentimentos
intraduzíveis... O coveiro: personagem igualmente consumido pela solidão, pelo
silêncio daqueles que já não respiram mais, não sentem o cheiro das flores
amarelas, tampouco sentem o esvair-se da própria vida...
... mas estou
aqui, ainda que longe dos olhares do coveiro, sinto-me tão perto do silêncio
dos mortos.
(Fonte: alinemenezes.com)
Fantasias e ilusões são características marcantes em sua crônica...o que através das palavras demonstra revolta intensa e insatisfação com a vida...Já li outras publicações escritas pela senhora onde persebo que não se satisfaz com a vida que Deus lhe deu...parece ser leitora de Gikovati!!!saia do buraco, tire a máscara, as ilusões e volte a vida...é aqui que vive não no semiterio...os sonhos aqui não realizados...serão no plano de Deus no seu tempo concretizado...largue a revolta e fantasia, mas fuja dos desfarces e mostre ao mundo o és de verdade senhorita...tens contato??
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