quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CRÔNICA DA SEMANA

MAIS UM FIM
(por Dora)

Não gosto de perceber quando as coisas terminam. Ok. Alguns me diriam que as coisas não “terminam”, mas “mudam”. Às vezes, não gosto de perceber a forma com que as coisas mudam. Fico chateada. Não admito, mas fico. É bem chato detectar desprezo no tom de voz de alguém (que um dia já foi) próximo. Ou desprezo num modo de dizer algo. Também é chato perceber um sorriso de canto de boca quando percebem que você falhou de um modo ou outro. Essas são coisas indisfarçáveis. Na real, até podem ser disfarçáveis, mas esse não é um talento meu… Isso é pra quem pode: atrizes, atores, gente que vive outras vidas... Não tenho essa ‘competência’. Felizmente algumas pessoas ao meu redor também não. Não é à toa que eu percebo…
Tudo começa a ficar ainda mais chato quando as pessoas já ESPERAM pelos seus erros. Os antecipam, de uma certa forma. Querem ver você falhando, errando ou se dando mal. Dizem, ou melhor (pior!) ainda: insinuam, que as coisas não estão tão bem assim com você e que você “poderia ser melhor” e que “antes você não era assim”. “Viu só?”, “Olha aí!…”, “Não disse?”. Já estive do lado de lá e agora estou do lado de cá. Essas coisas acontecem e não adianta lutar para que elas continuem as mesmas. Resistir a essas mudanças é inútil. As pessoas enchem o saco uma das outras e chega uma hora que alguma das partes satura-se, que as engrenagens não giram mais e várias coisas emperram umas às outras e assim sucessivamente…
E eu só quero sobreviver até o final do ano… Só isso!...

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