UM DEDO DE PROSA
(Joésio Menezes)
Se me fosse dado
o poder de criar um dia, certamente hoje, um dia após a quarta-feira de cinzas,
eu criaria o DIA NACIONAL DA PREGUIÇA, pois tudo está conspirando em favor da
sua criação: o Sol, preguiçosamente, demorou a nos dar o ar da sua graça e,
consequentemente, os pardais fizeram sua algazarra matinal um pouco mais tarde
que de costume. Em virtude disso, levantei-me com vontade de continuar na cama
e, arrastando-me como se fosse um Bradypus Variegatus, fui banhar-me. Até a
água que caía do chuveiro parecia sair a conta-gotas!
Minutos mais tarde, sentado à beira da
cama, estava eu procurando (sem a intenção de encontrar) um par de meias e uma
cueca numa das gavetas do guarda-roupa. Com muita “má vontade” encontrei-as.
Após vestir-me,
fui até a cozinha e coloquei água no fogo para fazer um cafezinho, e enquanto
aguardava a sua fervura, liguei a televisão para assistir ao “Bom-Dia DF”.
Algum tempo depois percebi que a água não fervia. Estaria, também, o fogo com
preguiça? Não!... Simplesmente me esqueci de acendê-lo.
Chegando à
escola em que trabalho, deparei-me com o estacionamento quase vazio (e já
passava das 8 horas da manhã!), coisa rara de acontecer. Estacionei o carro e
me dirigi até o laboratório de informática. Durante o curto percurso entre o
estacionamento e o meu local de trabalho, eu ouvia a voz do “capetinha”
tentando convencer-me a voltar para casa e a do “anjinho” aconselhando-me a
seguir firme para o trabalho.
Contra a minha
vontade, eis-me aqui diante dos computadores, ligando-os um a um e
conectando-os à rede mundial de computadores, pois daqui a pouco alguns alunos
virão fazer pesquisas, mas a internet também demonstra uma certa dose de
preguiça (mais até que a minha), pois a conexão não parece ser via satélite,
mas sim via Podocnemis Expansa.
Muito tempo
depois, os computadores estavam ligados e conectados á internet. Mas as
pesquisas dos alunos, que em média duram em torno de dez minutos, não foi
possível fazê-las todas, uma vez que cada página acessada levava uma eternidade
para ser aberta. Uma eternidade também pareceu-me a primeira metade do dia.
Minuto a minuto
eu olhava meu relógio de pulso cujos ponteiros pareciam parados de tanta
preguiça.
Caro Joesio... se por acaso conseguires implementar esse dia eu cá agradeço-te, pois há dias que nem apetece sair da cama... gostei do post...
ResponderExcluirSaudações Poéticas