quinta-feira, 5 de setembro de 2013

UM DEDO DE PROSA

À SOMBRA DA HIPOCRISIA E DO PRECONCEITO

            Hipócrita eu seria se aqui dissesse que não sou preconceituoso. Todos nós somos preconceituosos, ainda que moderadamente!... E pior: nos preocupamos muito com o que os outros pensam sobre nós e, principalmente, com o que comentam a nosso respeito, na nossa ausência.
            Tomemos como exemplo o personagem de Antonio Fagundes na novela “Amor à Vida”, da Rede Globo. Na trama global, o médico e empresário César não aceita que o filho seja gay, pois isso é uma desonra à família. Inclusive, o personagem César alega que manter o filho na direção do Hospital seria motivo de chacota, entanto, ele coloca no lugar do filho um advogado gay, personagem do Marcelo Antony na trama. Infelizmente, a vida imita a ficção (ou será que é a ficção quem imita a vida?).
Tenho alguns amigos homossexuais e os aceito numa boa. Não tenho vergonha nenhuma de tê-los e mantê-los no meu ciclo de amizade. Mas, será que a minha aceitação seria a mesma se um dos meus filhos fosse homossexual?... Acredito que não. E esse tipo de comportamento não é exclusividade minha. Esses rapazes e moças, que resolveram assumir a sua homossexualidade, com certeza enfrentaram inúmeros problemas no seio familiar, e certamente alguns daqueles que se diziam “amigos” deram-lhes as costas ao descobrirem que são gays.
            E assim caminha a humanidade: convivendo com a hipocrisia e fazendo de conta que o preconceito não mais existe em nossa sociedade.

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