UM DEDO DE PROSA
À
SOMBRA DA HIPOCRISIA E DO PRECONCEITO
Hipócrita
eu seria se aqui dissesse que não sou preconceituoso. Todos nós somos preconceituosos,
ainda que moderadamente!... E pior: nos preocupamos muito com o que os outros
pensam sobre nós e, principalmente, com o que comentam a nosso respeito, na
nossa ausência.
Tomemos
como exemplo o personagem de Antonio Fagundes na novela “Amor à Vida”, da Rede Globo. Na trama global, o médico e empresário
César não aceita que o filho seja gay, pois isso é uma desonra à família.
Inclusive, o personagem César alega que manter o filho na direção do Hospital
seria motivo de chacota, entanto, ele coloca no lugar do filho um advogado gay,
personagem do Marcelo Antony na trama. Infelizmente, a vida imita a ficção (ou
será que é a ficção quem imita a vida?).
Tenho alguns
amigos homossexuais e os aceito numa boa. Não tenho vergonha nenhuma de tê-los
e mantê-los no meu ciclo de amizade. Mas, será que a minha aceitação seria a
mesma se um dos meus filhos fosse homossexual?... Acredito que não. E esse tipo
de comportamento não é exclusividade minha. Esses rapazes e moças, que
resolveram assumir a sua homossexualidade, com certeza enfrentaram inúmeros problemas
no seio familiar, e certamente alguns daqueles que se diziam “amigos”
deram-lhes as costas ao descobrirem que são gays.
E
assim caminha a humanidade: convivendo com a hipocrisia e fazendo de conta que o
preconceito não mais existe em nossa sociedade.
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