quarta-feira, 5 de março de 2014

UM DEDO DE PROSA

DIA NACIONAL DA PREGUIÇA
(Joésio Menezes)
  
Se me fosse dado o poder de criar um dia, certamente hoje, um dia após a quarta-feira de cinzas, eu criaria o DIA NACIONAL DA PREGUIÇA, pois tudo está conspirando em favor da sua criação: o Sol, preguiçosamente, demorou a nos dar o ar da sua graça e, consequentemente, os pardais fizeram sua algazarra matinal um pouco mais tarde que de costume. Em virtude disso, levantei-me com vontade de continuar na cama e, arrastando-me como se fosse um Bradypus Variegatus, fui banhar-me. Até a água que caía do chuveiro parecia sair a conta-gotas!
Minutos mais tarde, sentado à beira da cama, estava eu procurando (sem a intenção de encontrar) um par de meias e uma cueca numa das gavetas do guarda-roupa. Com muita “má vontade” encontrei-as.
Após vestir-me, fui até a cozinha e coloquei água no fogo para fazer um cafezinho, e enquanto aguardava a sua fervura, liguei a televisão para assistir ao “Bom-Dia DF”. Algum tempo depois percebi que a água não fervia. Estaria, também, o fogo com preguiça? Não!... Simplesmente me esqueci de acendê-lo.
Chegando à escola em que trabalho, deparei-me com o estacionamento quase vazio (e já passava das 8 horas da manhã!), coisa rara de acontecer. Estacionei o carro e me dirigi até o laboratório de informática. Durante o curto percurso entre o estacionamento e o meu local de trabalho, eu ouvia a voz do “capetinha” tentando convencer-me a voltar para casa e a do “anjinho” aconselhando-me a seguir firme para o trabalho.
Contra a minha vontade, eis-me aqui diante dos computadores, ligando-os um a um e conectando-os à rede mundial de computadores, pois daqui a pouco alguns alunos virão fazer pesquisas, mas a internet também demonstra uma certa dose de preguiça (mais até que a minha), pois a conexão não parece ser via satélite, mas sim via Podocnemis Expansa. 
Muito tempo depois, os computadores estavam ligados e conectados á internet. Mas as pesquisas dos alunos, que em média duram em torno de dez minutos, não foi possível fazê-las todas, uma vez que cada página acessada levava uma eternidade para ser aberta. Uma eternidade também pareceu-me a primeira metade do dia.
Minuto a minuto eu olhava meu relógio de pulso cujos ponteiros pareciam parados de tanta preguiça.



Um comentário:

  1. Caro Joesio... se por acaso conseguires implementar esse dia eu cá agradeço-te, pois há dias que nem apetece sair da cama... gostei do post...

    Saudações Poéticas

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